Teresa Ter-Minassian, ex-diretora do FMI, detalha em entrevista ao Consultor Jurídico que o caminho para o desenvolvimento sustentável do Brasil passa por estabilidade macroeconômica, corte de gastos tributários e uma nova abordagem na taxação de propriedades.
Para que o Brasil alcance um crescimento econômico sólido e de longo prazo, é fundamental adotar uma política fiscal estável que atraia investidores, reduzir os gastos tributários, que hoje consomem entre 2% e 3% do PIB, e aprimorar a tributação sobre a propriedade. A análise foi feita pela economista Teresa Ter-Minassian, ex-diretora do Departamento de Assuntos Fiscais do Fundo Monetário Internacional (FMI), durante o II Fórum Futuro da Tributação, em Lisboa. A especialista, que hoje atua como consultora sênior do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), destacou que, apesar dos desafios, o cenário brasileiro oferece motivos para otimismo.
Segundo Ter-Minassian, em entrevista ao portal Consultor Jurídico, a estabilidade é a chave para dar segurança aos investidores, tanto estrangeiros quanto domésticos, e assim estimular a inovação e o aumento do crescimento potencial. Sem um avanço sustentável, a dívida pública, já considerada elevada, continuará a crescer, o que exige a obtenção de superávits primários significativos. A economista defende que o país precisa seguir por um caminho de rigor fiscal combinado com políticas sociais eficientes, sendo a reforma tributária um passo crucial nessa direção.
Os pilares para a estabilidade econômica
A construção de um ambiente de negócios confiável é o primeiro passo para o desenvolvimento do Brasil, segundo a análise de Teresa Ter-Minassian. Ela aponta que uma política macroeconômica e fiscal previsível é essencial para “dar segurança aos investidores, para trazer capitais e também para motivar os investidores domésticos”. O objetivo é claro: criar um ciclo virtuoso onde a confiança se traduz em investimentos, inovação e, consequentemente, em um crescimento potencial maior e mais sustentável.
-
Com potencial de 800 mil t/ano de amônia verde, o hub de H₂V no Pecém avança para fazer do CE um exportador de combustíveis limpos
-
Após erro de R$120 bi, banco congela fundos e deixa designer sem nenhum centavo
-
A 2ª melhor capital do Brasil para viver é uma ilha rodeada por mar verde, praias urbanas e infraestrutura de alto padrão: conheça
-
Isenção de R$ 5.000 por mês no IR muda o jogo para MEI? Veja por que só vale em 2026 e como lucros até R$ 600 mil seguem isentos com contabilidade
Conforme detalhado pela economista ao Consultor Jurídico, o controle da dívida pública é uma tarefa inadiável. Para estabilizar e, a médio prazo, reduzir o endividamento, o país precisa gerar superávits primários consistentes. Isso significa que o governo deve arrecadar mais do que gasta, sem contar o pagamento de juros da dívida. A lógica é que, com as contas em ordem, a pressão sobre a taxa de juros diminui, criando um cenário mais favorável para a dinâmica da dívida e para a economia como um todo.
Onde cortar e onde investir?
A especialista do BID identifica duas frentes principais para ajustar as contas públicas sem aumentar a já elevada carga tributária do Brasil. A primeira é a redução dos chamados gastos tributários — incentivos e isenções fiscais, que, segundo ela, representam “pelo menos 2% a 3% do PIB”. A revisão desses benefícios permitiria ao governo arrecadar mais sem precisar aumentar alíquotas de impostos já existentes. A segunda frente é a busca por ganhos de eficiência nos gastos públicos, com uma melhor priorização e alocação dos recursos.
Nesse sentido, Ter-Minassian vê a economia digital como uma poderosa aliada para “focalizar melhor os programas sociais”, garantindo que o auxílio chegue a quem realmente precisa. Pelo lado da receita, ela sugere explorar áreas de tributação ainda pouco desenvolvidas no país, como os “impostos verdes e os impostos sobre a propriedade, que ainda continuam bastante baixos” em comparação com países desenvolvidos. Para ela, as novas tecnologias podem ajudar a superar desafios como a informalidade no mercado imobiliário e melhorar a arrecadação desses tributos.
A reforma tributária como motor do crescimento
A reforma tributária em andamento, focada nos impostos sobre o consumo, é vista por Teresa Ter-Minassian como um avanço fundamental para o Brasil. Conforme relatado pelo Consultor Jurídico, ela acredita que a mudança terá um “impacto positivo sobre o crescimento potencial do país” a médio e longo prazo. Um dos principais benefícios será a eliminação das “guerras fiscais” entre os estados, um problema crônico que gerava distorções e insegurança jurídica.
A racionalização do sistema, com a unificação de tributos como o ICMS no novo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), trará mais simplicidade e transparência. Além da unificação, a ex-diretora do FMI elogiou os progressos na administração tributária, que considera “fundamental para o cumprimento de nossa conformidade”. Uma gestão mais moderna e eficiente é crucial para garantir que as novas regras se traduzam, na prática, em um ambiente de negócios mais justo e competitivo.
Desafios e um olhar para o futuro
Apesar do otimismo, a economista reconhece que o caminho do Brasil ainda possui obstáculos significativos. Um deles é a alta taxa de juros, que, para ser reduzida de forma sustentável, depende de uma “grande estabilidade macroeconômica” e de um cenário externo favorável. A redução da necessidade de financiamento do governo, através de maiores superávits, também é um fator que ajudaria a diminuir os juros, iniciando um “círculo virtuoso” para a dívida pública.
Outro ponto complexo é a desigualdade regional. Ter-Minassian acredita que a solução não está em dar autonomia aos estados para que criem seus próprios impostos sobre consumo, mas sim em um sistema robusto de “transferências de equalização”, algo que, segundo ela, o Brasil ainda não possui de maneira formal e eficiente. Ela conclui que, embora não haja risco iminente de uma crise fiscal, o país precisa avançar com reformas estruturais para garantir seu crescimento a longo prazo, sendo necessário um maior entendimento por parte da classe política sobre a urgência dessas mudanças.
Você concorda com essa mudança? Acha que isso impacta o mercado? Deixe sua opinião nos comentários, queremos ouvir quem vive isso na prática.
Experts agree that Child Sleep affects every stage of childhood. By ensuring balance between care, education, and play, parents can give their children the foundation they need for success in later life. Understanding Child Sleep can help caregivers make better decisions regarding daily care and long-term wellbeing. The right balance of nutrition, rest, and mental stimulation contributes to overall growth and happiness.
I must say this article is extremely well written, insightful, and packed with valuable knowledge that shows the author’s deep expertise on the subject, and I truly appreciate the time and effort that has gone into creating such high-quality content because it is not only helpful but also inspiring for readers like me who are always looking for trustworthy resources online. Keep up the good work and write more. i am a follower.