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Paleontólogo abriu uma rocha e descobriu um anfíbio pré-histórico de 230 milhões com uma estratégia de sobrevivência inteligente

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 13/12/2024 às 15:09
anfíbio, Paleontólogo
Um crânio fóssil de um anfíbio pré-histórico, encontrado em uma toca de 230 milhões de anos em Wyoming, revelou-se ser de uma espécie desconhecida. David Lovelace

Um paleontólogo encontrou um anfíbio pré-histórico de 230 milhões de anos ao abrir uma rocha. A criatura apresentava uma estratégia de sobrevivência considerada avançada para sua época.

Imagine um mundo onde as chuvas torrenciais duravam meses, seguidas por secas tão intensas que poucos animais conseguiam sobreviver. Este era o oeste do estado americano de Wyoming, cerca de 230 milhões de anos atrás. Um paleontólogo descobriu um pequeno anfíbio que desenvolveu uma estratégia de sobrevivência engenhosa, escondendo-se profundamente no leito dos rios para escapar da aridez devastadora.

A descoberta casual de um paleontólogo que revelou um novo mundo pré-histórico

Em 2014, David Lovelace, pesquisador da Universidade de Wisconsin-Madison, fazia sua rotina de exploração pela formação Popo Agie, em Dubois, Wyoming.

Conhecida pelos habitantes locais como “Big Red Dead” devido à escassez de fósseis, a região não parecia promissora. No entanto, Lovelace resolveu pegar uma pedra, do tamanho de uma bola de futebol, em sua caminhada de volta ao carro. Algo que parecia banal acabou revelando um segredo extraordinário.

Uma toca fossilizada esconde um anfíbio único

No laboratório, ao tentar extrair uma pequena toca fossilizada da rocha, Lovelace teve uma surpresa. Com um golpe do martelo, a pedra quebrou, revelando o crânio de um pequeno animal.

À primeira vista, parecia ser um réptil, mas detalhes como os dentes minúsculos e indícios de um órgão sensorial usado por anfíbios aquáticos indicavam algo diferente.

Após exames de tomografia computadorizada feitos em colaboração com o Field Museum, em Chicago, um esqueleto parcial foi identificado em outra toca do mesmo local. A equipe percebeu que estavam lidando com um espécime notável.

Os pesquisadores Cal So e Adam Fitch usam uma serra de pedra para remover tocas fósseis intactas do solo. 
Hannah Miller

Estratégia de sobrevivência: cavando para a vida

Os pesquisadores acreditam que o anfíbio, com cerca de 30 centímetros de comprimento, pertencia ao grupo dos temnospondylis, criaturas primitivas que viveram na época dos dinossauros.

Ele usava sua cabeça em forma de concha para cavar na lama e criar refúgios onde podia reduzir sua taxa metabólica, uma prática conhecida como estivação.

Essa habilidade permitia que a criatura sobrevivesse durante as secas severas que ocorriam entre as estações de monções.

Cal So, pesquisador do Field Museum e autor principal do estudo publicado no Proceedings of the Royal Society B, explicou:

Esses animais se enterravam no fundo dos rios para buscar umidade e se proteger durante a estação seca. Porém, em alguns casos, o rio mudava de curso, deixando-os presos no solo e, eventualmente, levando à sua morte.

Uma ilustração retrata  
Ninumbeehan  cavando uma toca sob um rio, agachando-se durante a estação seca e ressurgindo. 
© Gabriel N. Ugueto

Um local rico em história escondida

Após a descoberta inicial, Lovelace voltou ao Popo Agie para estudar a geologia local e buscar mais pistas sobre o anfíbio pré-histórico. Para sua surpresa, as tocas fossilizadas estavam por toda parte.

Não podíamos não encontrá-las; o local estava ridiculamente repleto de tocas”, disse ele em um comunicado.

Embora a equipe ainda não tenha descoberto um esqueleto completo, as tocas revelam uma história fascinante sobre como os anfíbios enfrentavam os desafios do Triássico Superior.

Esses vestígios mostram que mesmo em condições adversas, a vida encontrou maneiras engenhosas de persistir.

Apesar da estratégia inovadora de sobrevivência, os indivíduos descobertos na formação Popo Agie não tiveram sorte. O curso do rio mudou, e as águas nunca retornaram para alcançá-los.

Ficaram presos no solo, onde suas tocas fossilizadas permaneceram intocadas por milhões de anos, aguardando para contar sua história.

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Andre
Andre
14/12/2024 20:22

Amo ciências. Ciências é de Deus. Agora falar desse **** como 230 milhões de anos e ainda descrever como era o ambiente e seu habitat daquela época é demais. Não sabemos contar história de 2000 anos, ainda mais 230 milhões anos.

Andre
Andre
Em resposta a  Andre
14/12/2024 20:25

Saiu editado a palavra que não tem nenhum cunho depreciativo.

Elisandro Francisco Rodrigues
Elisandro Francisco Rodrigues
16/12/2024 00:01

Descoberta inédita e muito boa ajuda a entender a evolução na terra!

Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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