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Países do BRICS ampliam bloco para 11 membros em 2024, mas Trump reage com sobretaxas e sanções para conter avanço contra hegemonia do dólar

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 25/08/2025 às 09:48
Trump busca 'dividir' países do BRICS com medidas econômicas agressivas, temendo que alternativa ao dólar abale posição dominante dos Estados Unidos no comércio mundial, segundo analistas
Países do BRICS ampliam bloco para 11 membros em 2024, mas Trump reage com sobretaxas e sanções para conter avanço contra hegemonia do dólar.
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Ações de Donald Trump contra países do BRICS são vistas como tentativa de enfraquecer o bloco e proteger a hegemonia do dólar, segundo O Globo

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem feito um ataque preventivo para fragmentar o BRICS, de acordo com integrantes do governo brasileiro e especialistas ouvidos pelo jornal O Globo. A avaliação é que a Casa Branca age para evitar que o grupo avance em debates sobre alternativas ao dólar no comércio internacional, tema que vem sendo defendido por líderes como Lula.

As medidas de Trump, que incluem tarifas pesadas contra Brasil e Índia, são interpretadas como estratégia para pressionar os países mais expostos e criar divisões internas no bloco. Embora os avanços do BRICS ainda sejam graduais, o receio dos EUA é de que qualquer movimento de autonomia monetária possa abalar sua posição dominante no sistema financeiro global.

Quem são os alvos preferenciais do ataque de Trump ao BRICS?

Brasil e Índia foram os mais atingidos pelas tarifas recentes impostas pelos EUA. No caso brasileiro, a sobretaxa de 50% sobre exportações foi interpretada como uma forma de desestabilizar o país, que preside o bloco em 2025. Já a Índia, que assumirá a presidência em 2026, sofreu sanções adicionais por causa da compra de petróleo da Rússia, alvo de restrições americanas devido à guerra na Ucrânia.

A pressão sobre esses dois países é vista como uma tentativa de dividir o BRICS a partir de suas principais democracias. Enquanto isso, nações como China e Rússia seguem aprofundando relações bilaterais, inclusive em moedas locais, o que reforça a percepção em Washington de um movimento contrário à hegemonia do dólar.

Por que o BRICS incomoda os Estados Unidos?

O BRICS, formado originalmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, se expandiu em 2024 para 11 membros, incluindo Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Irã, Indonésia e Etiópia. O aumento do bloco ampliou seu alcance geopolítico, mesmo que as iniciativas ainda estejam em estágio inicial.

Para Trump, a simples possibilidade de os países do BRICS negociarem em moedas locais já representa um desafio à supremacia do dólar. Apesar de especialistas destacarem que a criação de uma moeda única é improvável no curto prazo, os EUA interpretam a pauta como um risco direto a sua liderança econômica mundial.

Quais as interpretações sobre a estratégia de Trump?

Especialistas em relações internacionais apontam que o ataque preventivo de Trump ao BRICS tem caráter político, econômico e simbólico. A diretora do Brics Policy Center, Marta Fernández, destaca que Washington reage mesmo diante de medidas iniciais, por temer que o grupo crie alternativas reais ao dólar.

Já para Rubens Duarte, professor da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, a pressão é uma forma de testar a lealdade de parceiros tradicionais, explorando divisões internas de cada país. No caso do Brasil, há ainda a interpretação de que Trump tenta influenciar a política doméstica ao condicionar negociações a decisões internas, como processos no Supremo Tribunal Federal.

Vale a pena apostar no fortalecimento do BRICS?

Apesar das pressões externas, especialistas lembram que o BRICS não busca substituir a hegemonia dos EUA, mas sim ampliar alternativas comerciais. Marcos Caramuru, ex-embaixador do Brasil na China, afirma que a discussão central é sobre sistemas de pagamento mais ágeis e uso de moedas locais, e não sobre acabar com o dólar.

A evolução do BRICS depende da capacidade dos países em manter cooperação mesmo diante das tentativas de fragmentação. Para o Brasil, isso significa equilibrar a relação com os EUA, seu terceiro maior parceiro comercial, sem abrir mão da aproximação com China e Índia, que hoje lideram o comércio dentro do grupo.

Os ataques de Trump ao BRICS são interpretados como uma jogada preventiva para enfraquecer o bloco antes que ele avance em medidas concretas contra a hegemonia do dólar. Embora os debates internos ainda sejam graduais, a pressão americana expõe o peso geopolítico que o grupo vem ganhando.

E você, acredita que o BRICS conseguirá resistir às pressões dos EUA e consolidar novas formas de comércio internacional ou o bloco tende a se fragmentar diante dos ataques preventivos de Trump? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir sua visão sobre esse embate global.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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