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País vai crescer quatro vezes mais que o Brasil em 2025 e desafia a Venezuela após se tornar nova potência do petróleo na América do Sul

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 15/10/2025 às 19:04
A Guiana desponta como nova potência do petróleo na América do Sul, com crescimento histórico, desafiando Brasil e Venezuela no cenário energético.
A Guiana desponta como nova potência do petróleo na América do Sul, com crescimento histórico, desafiando Brasil e Venezuela no cenário energético.
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Com produção que já supera 650 mil barris por dia, a Guiana se consolida como nova potência do petróleo na América do Sul, projeta crescimento de 10,3% em 2025 e reacende disputa territorial com a Venezuela

A Guiana, pequeno país sul-americano de origem britânica, tornou-se em poucos anos um dos maiores fenômenos econômicos do continente. Impulsionada por um avanço explosivo na extração de petróleo, a economia guianense deve crescer 10,3% em 2025, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI) — quatro vezes mais do que o Brasil, que tem projeção de 2,5%.

O ritmo é sustentado por investimentos bilionários da ExxonMobil e por novos campos de exploração marítima, capazes de levar o país a produzir 1,5 milhão de barris por dia até 2029. A transformação abrupta reacendeu a cobiça da vizinha Venezuela, que reivindica parte do território guianense e vê o avanço petrolífero como ameaça estratégica.

O salto histórico da Guiana impulsionado pelo petróleo

Até 2019, a Guiana não produzia uma gota de petróleo.

Em menos de seis anos, passou de economia periférica a uma das mais dinâmicas do mundo, registrando crescimento de 63% em 2022.

Esse salto foi viabilizado por descobertas em águas profundas do Atlântico e por acordos de exploração com a americana ExxonMobil, que opera os principais blocos da região.

O projeto mais recente, chamado Hammerhead, foi autorizado em setembro e deve ampliar significativamente a capacidade de produção nacional.

Com ele, o governo estima ultrapassar 1,5 milhão de barris diários até o fim da década, consolidando o país entre os maiores produtores per capita do planeta.

Apenas o setor petrolífero já responde por mais de 70% do PIB guianense.

Crescimento econômico quatro vezes superior ao do Brasil

As projeções do FMI colocam a Guiana no topo do ranking de crescimento da América do Sul em 2025.

Enquanto a Guiana deve avançar 10,3%, o Brasil projeta 2,5%, e países como Chile e Argentina ficam abaixo de 3%.

A combinação de royalties elevados, arrecadação em alta e investimento estrangeiro direto cria um ciclo de expansão que ainda não mostra sinais de esgotamento.

No entanto, economistas alertam que o crescimento acelerado traz riscos típicos de economias dependentes de commodities, como variações abruptas no preço do barril e inflação estrutural em setores não ligados ao petróleo.

O desafio, agora, é transformar o boom em diversificação produtiva e evitar o chamado “mal holandês” — fenômeno em que a abundância de recursos naturais enfraquece outras atividades econômicas.

Venezuela reage e intensifica disputa por Essequibo

A ascensão da Guiana também acendeu alertas geopolíticos.

A Venezuela, que reivindica a região de Essequibo, equivalente a dois terços do território guianense, aprovou recentemente uma lei que anexa a área como novo estado venezuelano.

O movimento gerou protestos de Georgetown e resposta imediata da comunidade internacional.

Em março, Nicolás Maduro reforçou a retórica de soberania sobre a região, alegando que a Guiana estaria “entregando recursos venezuelanos” a empresas estrangeiras.

Os Estados Unidos reagiram com firmeza, advertindo que um ataque à Guiana ou à ExxonMobil teria “consequências graves”.

O impasse expõe a nova correlação de forças energéticas na América do Sul, onde um país até então periférico desafia o monopólio histórico da Venezuela no mercado petrolífero regional.

Uma nova potência energética sul-americana

A Guiana se insere em um mapa energético em transformação.

O país, com pouco mais de 800 mil habitantes, caminha para ser a maior potência de petróleo per capita do mundo.

A entrada de receita em larga escala permite ao governo financiar infraestrutura, saúde e educação, embora especialistas alertem para risco de concentração de renda e fragilidade institucional diante do fluxo de capital estrangeiro.

Com exportações em crescimento e reservas ainda em expansão, o país deve manter superávits fiscais e externos recordes até o fim da década.

Para investidores e governos, a Guiana representa o novo epicentro energético sul-americano, capaz de redefinir o equilíbrio entre Venezuela, Brasil e Estados Unidos na região.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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