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País fecha agosto com 16,8 mil eletropostos, mas só 23% são rápidos e maioria exige até 12 horas de recarga

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 14/09/2025 às 17:46
O número de eletropostos no Brasil chegou a 16,8 mil em agosto, mas só 23% são carregadores rápidos, segundo a ABVE, expondo gargalos para os carros elétricos e desigualdade regional que desafia a transição energética.
O número de eletropostos no Brasil chegou a 16,8 mil em agosto, mas só 23% são carregadores rápidos, segundo a ABVE, expondo gargalos para os carros elétricos e desigualdade regional que desafia a transição energética.
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Brasil já conta com 16.880 pontos de recarga para carros elétricos, mas apenas 23% são rápidos; lentidão e desigualdade regional expõem gargalos da infraestrutura.

O Brasil encerrou agosto de 2025 com 16.880 eletropostos públicos e semipúblicos, segundo levantamento da Tupi Mobilidade em parceria com a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE). O dado mostra avanço de 14% em seis meses, mas revela um problema central: apenas 23% são carregadores rápidos, enquanto a maioria ainda exige até 12 horas para completar a recarga.

Esse contraste levanta dúvidas sobre a capacidade da infraestrutura nacional em acompanhar o crescimento acelerado da frota elétrica, que já ultrapassa 302 mil veículos plug-in no país. Sem uma rede mais eficiente, o risco de “pane seca elétrica” continua sendo um obstáculo à expansão da mobilidade sustentável.

Crescimento com limitações

Apesar da marca histórica de 16,8 mil pontos, 13.025 deles são carregadores lentos, que demandam de 5 a 12 horas para abastecer completamente uma bateria.

Já os 3.855 rápidos permitem recargas em 20 minutos a 1 hora, tornando-se fundamentais para longas viagens.

Entre fevereiro e agosto, os rápidos cresceram 59%, um ritmo superior à média geral.

Para Davi Bertoncello, diretor da ABVE, esse avanço sinaliza uma mudança de prioridades:

“A queda dos custos e a pressão dos usuários têm levado os operadores a investir mais em carregadores rápidos”.

Desigualdade regional e concentração no Sudeste

A distribuição dos eletropostos no Brasil ainda é desigual.

O Sudeste concentra quase metade dos pontos (7,9 mil), enquanto o Nordeste tem 3,3 mil, o Sul 2,9 mil, o Centro-Oeste 1,2 mil e a região Norte apenas 437.

A cidade de São Paulo lidera com 2,1 mil eletropostos, seguida por Rio de Janeiro (963), enquanto capitais como Fortaleza (294) e Salvador (257) ficam muito atrás.

Essa concentração dificulta viagens interestaduais em áreas menos atendidas, além de reforçar desigualdades no acesso à mobilidade elétrica.

Comparação internacional expõe atraso brasileiro

O contraste com a China é evidente.

O país asiático já soma 16,7 milhões de pontos de recarga, dos quais 56% são rápidos.

A relação é de um eletroposto para cada 2,2 veículos plug-in, enquanto no Brasil o índice é de um para cada 18 veículos — quase nove vezes pior.

Com 44,5% da frota nacional composta por elétricos puros (BEV), que dependem integralmente da rede, a limitação brasileira tende a inibir novos compradores.

Já os híbridos plug-in (PHEV), que somam 55,5% da frota, conseguem conviver melhor com a infraestrutura deficiente por recorrer ao motor a combustão.

Gargalos regulatórios e próximos desafios

Outro entrave está na legislação.

A expansão de carregadores em condomínios e edifícios comerciais aguarda normas atualizadas da Ligabom (Conselho Nacional dos Comandantes de Bombeiros).

Sem regras claras de segurança, a instalação em larga escala segue travada, especialmente nos centros urbanos.

Especialistas alertam que o país precisa acelerar a regulamentação, ampliar a rede de rápidos e reduzir a desigualdade regional para sustentar a eletrificação.

Sem esses ajustes, a transição energética corre risco de estagnar.

O que esperar do futuro da mobilidade elétrica

O avanço de 2025 mostra que a rede está crescendo, mas de forma desigual e lenta frente ao aumento da frota.

O Brasil já dá sinais de priorizar carregadores rápidos, mas ainda precisa enfrentar três desafios centrais: baixa densidade de pontos por veículo, concentração no Sudeste e insegurança regulatória.

E você, acredita que a expansão dos eletropostos será suficiente para impulsionar de vez os carros elétricos no Brasil ou os gargalos ainda vão frear essa transição? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive essa realidade no dia a dia.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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