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Painel transparente capaz de transformar o vidro da janela de apartamentos em fonte de energia solar está chegando ao mercado

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 03/04/2025 às 16:16
Painel solar transparente capaz de transformar o vidro da janela de apartamentos em fonte de energia está chegando ao mercado
Imagem gerada por inteligência artificial
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Nova tecnologia pode transformar superfícies comuns — como janelas, fachadas de edifícios, telas de dispositivos eletrônicos e até roupas — em fontes de energia solar.

A busca por soluções sustentáveis e integradas ao cotidiano tem impulsionado inovações no setor de energia solar. Entre as mais promissoras está o desenvolvimento dos painéis transparentes, uma nova tecnologia que pode transformar superfícies comuns — como janelas, fachadas de edifícios, telas de dispositivos eletrônicos e até roupas — em fontes de energia limpa. Continue lendo e descubra tudo sobre esse painel solar do futuro!

Nova geração de células solares combina eficiência e transparência

Tradicionalmente, o painel solar é associado a estruturas opacas instaladas em telhados ou campos abertos. Embora eficazes, esses modelos limitam a integração da energia solar ao ambiente urbano e a produtos de uso diário. Com a chegada das células solares transparentes, essa limitação começa a ser superada.

Desenvolvidas a partir de materiais com espessura atômica, essas células utilizam compostos conhecidos como materiais 2D, incluindo os chamados dichalcogenetos de metais de transição (TMDs). Um dos exemplos mais estudados é o dissulfeto de tungstênio, que, combinado com um condutor transparente como o óxido de índio e estanho (ITO), permite a criação de camadas finas e flexíveis que geram eletricidade sem comprometer a visibilidade.

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Com transparência média acima de 70% — e podendo atingir até 79% —, os painéis transparentes se tornam praticamente invisíveis, o que os torna ideais para aplicação em vidros de edifícios, para-brisas de veículos e telas de smartphones.

Resultados promissores e avanços técnicos

A pesquisa liderada por Toshiaki Kato, da Universidade de Tohoku, no Japão, otimizou o desempenho dessas células ao revestir o ITO com finas camadas de cobre e óxido de tungstênio. Essa combinação reduziu a chamada barreira Schottky, o que melhorou significativamente a coleta de elétrons e a conversão de luz em energia elétrica.

O resultado foi a criação de um dispositivo que atingiu 79% de transparência (AVT) e uma densidade energética de 13 miliwatts por centímetro quadrado, desempenho comparável ao de painéis solares opacos tradicionais. Em escala reduzida (1 cm²), a célula gerou 420 picowatts, demonstrando que a nova tecnologia pode, futuramente, ser usada em dispositivos maiores.

Potenciais aplicações em diversas áreas

As possibilidades de uso dessa nova tecnologia são amplas e incluem aplicações arquitetônicas, automotivas, eletrônicas e biomédicas. Na construção civil, os painéis transparentes poderiam transformar fachadas de vidro em fontes de energia solar, sem alterar a estética dos prédios ou comprometer a iluminação natural dos ambientes.

Para veículos elétricos, as células poderiam ser integradas ao para-brisa e outros elementos da carroceria, ajudando a carregar baterias e aumentando a autonomia dos automóveis. No setor de tecnologia vestível, há potencial para alimentar dispositivos como smartwatches, sensores de saúde e roupas inteligentes.

Além disso, há estudos para o uso dessa nova tecnologia em dispositivos biomédicos implantáveis, como marcapassos e monitores de glicose, aproveitando a energia solar captada pela própria pele.

Impactos ambientais e desafios na adoção do novo painel de energia solar

A integração da energia solar em superfícies comuns representa uma mudança importante para a sustentabilidade urbana. Ao incorporar painéis solares em objetos do cotidiano, há uma oportunidade de reduzir a dependência de combustíveis fósseis e contribuir para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa.

Entretanto, para que a tecnologia ganhe escala, é necessário superar alguns desafios. Entre eles, a durabilidade dos materiais frente à exposição prolongada ao ambiente externo e a escalabilidade da produção em massa. A fabricação dessas células requer técnicas avançadas de deposição de materiais, ainda restritas a laboratórios e centros de pesquisa.

Outro ponto é o custo. Os materiais utilizados nos painéis transparentes, como os TMDs, ainda são mais caros do que o silício tradicionalmente usado em painéis solares comuns. Por isso, pesquisadores trabalham em alternativas mais econômicas e em processos de produção que reduzam o custo final da tecnologia.

Futuro promissor para os painéis solares transparentes

A pesquisa publicada na revista Scientific Reports sinaliza um avanço importante no desenvolvimento de painéis transparentes e na integração da energia solar em novas formas e aplicações. A expectativa é que, com o amadurecimento da tecnologia e o apoio de políticas públicas, essas células se tornem comuns em projetos urbanos, veículos e produtos eletrônicos.

A nova tecnologia aponta para um futuro onde a energia limpa estará presente de forma discreta e eficiente em todos os aspectos da vida cotidiana. O uso de painéis solares quase invisíveis representa uma solução prática e inovadora para atender à crescente demanda por fontes renováveis, sem comprometer a estética e o design dos ambientes urbanos e produtos pessoais.

Fonte: The Brighter Side of News

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Débora Araújo

Débora Araújo é redatora no Click Petróleo e Gás, com mais de dois anos de experiência em produção de conteúdo e mais de mil matérias publicadas sobre tecnologia, mercado de trabalho, geopolítica, indústria, construção, curiosidades e outros temas. Seu foco é produzir conteúdos acessíveis, bem apurados e de interesse coletivo. Para sugestões de pauta, correções ou contato direto: deborasthefanecruz@gmail.com

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