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Painéis solares ultrafinos podem ser colados em mochilas, smartphones ou paredes para gerar energia limpa a preço de banana

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 14/08/2024 às 18:29
Painéis solares ultrafinos podem ser colados em mochilas, smartphones ou paredes para gerar energia limpa a preço de banana
Foto: DALL-E

Nova tecnologia de painéis solares ultrafinos promete aumentar a eficiência energética e reduzir a dependência de grandes fazendas solares.

Uma revolução está prestes a transformar o modo como captamos e utilizamos a energia limpa. Pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, desenvolveram uma nova tecnologia de painéis solares ultrafinos que pode ser aplicada em praticamente qualquer superfície, desde telhados de edifícios até a traseira de um smartphone. Essa inovação promete aumentar a eficiência na captação de energia solar e reduzir a dependência de grandes fazendas solares, que ocupam vastas extensões de terra.

Painéis ultrafinos de Perovskita

Os painéis solares ultrafinos desenvolvidos pelos cientistas de Oxford são feitos de perovskita, um material que tem mostrado ser extremamente eficiente na absorção da luz solar. Ao contrário dos painéis solares convencionais, que utilizam silício e capturam cerca de 22% da energia solar, os novos painéis de perovskita podem converter até 27% da luz solar em energia. Isso representa um aumento considerável na eficiência, e os pesquisadores acreditam que essa taxa possa superar os 45% em um futuro próximo.

O grande diferencial dessa tecnologia está em sua versatilidade. Com uma espessura de pouco mais de um mícron – 150 vezes mais fina que as lâminas de silício usadas nos painéis solares tradicionais – esses revestimentos podem ser aplicados em uma variedade de superfícies, desde plásticos até papel, utilizando técnicas simples como a impressão a jato de tinta.

Como os painéis ultrafinos podem transformar a energia solar?

O desenvolvimento dos painéis solares ultrafinos chega em um momento crucial para a energia limpa. Com as mudanças climáticas se intensificando, a necessidade de transição para fontes renováveis se torna cada vez mais urgente.

A energia solar, uma das fontes de eletricidade que mais cresce globalmente, tem visto um boom em sua adoção. De acordo com a Wood Mackenzie, as instalações de painéis solares cresceram 80% em 2023, marcando o 19º ano consecutivo em que a energia solar foi a fonte de eletricidade de crescimento mais rápido.

Esse crescimento, no entanto, traz consigo desafios, especialmente no que diz respeito ao espaço necessário para instalar grandes fazendas solares. Essas instalações, que muitas vezes ocupam terras agrícolas ou áreas de preservação, podem gerar conflitos e limitar a expansão da energia solar. É aqui que os painéis solares ultrafinos entram como uma solução promissora.

Ao permitir que qualquer superfície se torne uma fonte de energia, essa tecnologia pode aliviar a pressão sobre o uso da terra e expandir a captação de energia solar para ambientes urbanos e industriais.

De telhados a smartphones

A flexibilidade dos painéis solares ultrafinos de perovskita abre um mundo de possibilidades para a energia limpa. Junke Wang, um dos cientistas envolvidos no projeto, explica que esses revestimentos podem ser aplicados em várias superfícies, desde o teto de carros e edifícios até a traseira de telefones celulares.

“Podemos imaginar revestimentos de perovskita sendo aplicados a tipos mais amplos de superfície para gerar energia solar barata”, afirma Wang.

Essa versatilidade não só facilita a adoção da energia solar em diferentes setores, mas também pode reduzir os custos de produção e instalação. Ao integrar os painéis solares ultrafinos diretamente em produtos como veículos e dispositivos móveis, a energia solar pode se tornar ainda mais acessível e difundida.

Obstáculos na implementação da nova tecnologia

Um dos principais obstáculos enfrentados pela nova tecnologia é a estabilidade dos revestimentos de perovskita. Em condições de laboratório, alguns desses revestimentos mostraram-se menos duráveis que os painéis solares tradicionais, dissolvendo-se ou quebrando em curtos períodos de tempo. A equipe de Oxford está trabalhando para melhorar a durabilidade dos materiais e garantir que a tecnologia possa ser comercializada em larga escala.

Henry Snaith, chefe da equipe de pesquisa em Oxford, acredita que, com as melhorias necessárias, a tecnologia tem um potencial comercial enorme. “As últimas inovações em materiais e técnicas solares demonstradas em nossos laboratórios podem se tornar uma plataforma para uma nova indústria, fabricando materiais para gerar energia solar de forma mais sustentável e barata”, explica Snaith.

A Oxford PV, empresa derivada da Universidade de Oxford, já começou a fabricar painéis solares de perovskita em sua fábrica na Alemanha. Isso indica que, embora ainda haja desafios a serem superados, a comercialização dessa tecnologia pode estar mais próxima do que se imagina.

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Débora Araújo

Escrevo sobre energias renováveis, automóveis, ciência e tecnologia, indústria e as principais tendências do mercado de trabalho. Com um olhar atento às evoluções globais e atualizações diárias, dedico-me a compartilhar sempre informações relevantes.

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