Economia global em alerta: ouro mantém alta consistente enquanto a prata atinge o maior patamar em 14 anos no mercado internacional.
O ouro voltou a se valorizar no mercado internacional e fechou a sétima semana consecutiva em alta, reforçando seu papel de ativo de proteção em tempos de incerteza.
O movimento foi registrado nesta sexta-feira (03/10/2025), na Comex, divisão de metais da bolsa de Nova York (Nymex), em meio ao risco de paralisação do governo dos Estados Unidos (shutdown) e às expectativas sobre a política monetária do Federal Reserve (Fed).
A cotação para dezembro avançou 1,05%, alcançando US$ 3.908,90 por onça-troy.
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Além do ouro, a prata também chamou atenção ao renovar o maior patamar em 14 anos, com alta semanal expressiva de 5,5%.
O cenário reforça a força dos metais preciosos no atual contexto de instabilidade global, impulsionando debates sobre o impacto na economia mundial.
Metal em alta apesar do shutdown nos EUA
O ouro manteve trajetória positiva mesmo durante o terceiro dia de paralisações nas atividades do governo norte-americano.
Segundo análise do Saxo Bank, a incerteza provocada pelo shutdown aumentou a demanda global pelo metal, visto como porto seguro para investidores em períodos de turbulência política e econômica.
Nem mesmo o feriado chinês Golden Week, que geralmente reduz a procura pelo metal devido à queda no consumo local, conseguiu frear a escalada de preços.
Isso reforça o apetite dos mercados internacionais por ativos de proteção diante das dúvidas sobre os rumos da economia dos EUA.
Expectativas sobre o Federal Reserve
O atraso na divulgação de dados econômicos importantes, consequência do shutdown, gera cautela entre os dirigentes do banco central americano.
O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, admitiu apreensão com a ausência de indicadores fundamentais.
Já Stephen Miran, diretor da instituição, minimizou os efeitos da falta de dados do payroll, lembrando que o foco deve permanecer nas tendências de médio prazo.
Com essa indefinição, cresce a expectativa de novos cortes de juros por parte do Fed, medida que tradicionalmente favorece a valorização do ouro e de outros metais.
Projeções otimistas para o ouro
De acordo com relatório da Capital Economics, o preço do ouro pode atingir uma nova máxima histórica de US$ 4 mil por onça-troy.
A instituição destaca a demanda crescente por parte de bancos centrais e investidores institucionais, além da fragilidade persistente no mercado imobiliário da China.
Essa projeção “muito acima do consenso”, como afirma o relatório, reforça a percepção de que o metal ainda tem espaço para valorização, mesmo após semanas consecutivas de ganhos.
Prata também dispara e renova recorde
Outro destaque na Nymex foi a prata para dezembro, que subiu 3,44% e encerrou a US$ 47,96 por onça-troy. Durante o pregão, chegou a bater US$ 48,32, o maior nível em 14 anos.
Com esse avanço, o metal acumula ganhos semanais de cerca de 5,5%, consolidando-se como alternativa de investimento diante do cenário de volatilidade econômica.
Impactos na economia global
A valorização contínua do ouro e da prata acende alertas sobre possíveis impactos na economia mundial. Como ativos considerados de “refúgio”, os metais tendem a atrair investidores quando a confiança nos títulos e moedas tradicionais enfraquece.
Esse movimento pode influenciar tanto decisões de política monetária quanto fluxos de capitais, em especial em mercados emergentes.
Enquanto isso, especialistas avaliam que a manutenção do rali dos metais preciosos dependerá da resolução do impasse político nos EUA e da condução da política monetária pelo Fed.
Até lá, a tendência é de que o ouro continue sendo o protagonista nos investimentos globais.