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Ouro em casa? Cientistas descobrem “planta do ouro” que pode ser cultivada em casa e desafia tudo o que sabíamos sobre mineração

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 10/07/2025 às 22:48
Cientistas descobrem fungo que transforma minerais em ouro e pode ser cultivado em casa. Técnica promete revolucionar a mineração global.
Cientistas descobrem fungo que transforma minerais em ouro e pode ser cultivado em casa. Técnica promete revolucionar a mineração global.
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Cientistas revelam fungo capaz de transformar minerais em ouro e técnica pode ser replicada em casa, sem uso de produtos químicos ou mineração tradicional.

Pesquisadores da Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Commonwealth (CSIRO), da Austrália, anunciaram a descoberta de um método biológico capaz de produzir ouro puro a partir de um fungo comum presente em solos agrícolas.

O estudo, divulgado em 2024, revela que o Fusarium oxysporum, organismo conhecido por atacar plantas como tomate e banana, pode ser utilizado para precipitar partículas de ouro a partir de minerais.

A técnica tem potencial para revolucionar a mineração, com possibilidades de aplicação até em ambientes domésticos.

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Fungo transforma minerais em ouro

A investigação científica mostrou que esse fungo age de forma enzimática, modificando compostos minerais e reduzindo íons metálicos de ouro até que se depositem em sua superfície.

O processo, classificado como parte do ciclo biogeoquímico do ouro, sugere que organismos vivos contribuem ativamente para a formação natural de jazidas metálicas, algo até então pouco explorado em escala prática.

Segundo os pesquisadores, o Fusarium oxysporum atua em etapas bem definidas: ao entrar em contato com minerais que contêm ouro, o fungo libera enzimas capazes de alterar a estrutura química dos compostos.

Esses compostos, por sua vez, têm seus íons de ouro reduzidos, o que resulta na formação de nanopartículas metálicas visíveis ao microscópio.

O método ocorre em temperatura ambiente e não exige aplicação de calor, pressão ou reagentes químicos agressivos.

Mineração metabólica e impacto ambiental

Especialistas classificam a técnica como pertencente ao campo da mineração metabólica, uma área emergente da biotecnologia que busca explorar a capacidade natural de microrganismos em extrair metais valiosos de forma limpa.

Ao contrário da mineração tradicional, que utiliza explosivos, escavadeiras e produtos altamente tóxicos como o cianeto e o mercúrio, o uso de fungos elimina o impacto ambiental severo e reduz drasticamente os resíduos gerados.

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Cultivo doméstico do fungo é viável

Outro aspecto destacado pela equipe da CSIRO foi a possibilidade de cultivo doméstico do fungo.

Em ambientes controlados e com acesso a substratos que contenham minerais com traços de ouro, é teoricamente possível replicar o processo de precipitação do metal em pequena escala.

Isso inclui a criação de colônias do fungo em laboratório, sem a necessidade de grandes estruturas ou investimentos.

A facilidade de cultivo ocorre porque o Fusarium oxysporum é um organismo de rápida proliferação, adaptável a diversos tipos de solo e climas.

Sua presença já é comum em plantações, embora seja geralmente tratado como praga.

Quando manipulado em condições específicas, esse mesmo fungo se torna uma ferramenta biotecnológica com alto potencial de aplicação científica e industrial.

Fungos e a formação de jazidas naturais

A pesquisa também indica que fungos do mesmo grupo são mais comuns em regiões com alta concentração de ouro, o que sugere um papel ecológico até então negligenciado.

Há indícios de que esses microrganismos participem naturalmente da formação de depósitos auríferos, interagindo com rochas e solos ricos em minerais ao longo de milhões de anos.

Na prática, o procedimento se inicia com a coleta de minerais contendo ouro, que são então expostos ao fungo em meios adequados de cultivo.

O Fusarium oxysporum entra em ação liberando substâncias que atuam diretamente nos compostos de ouro, promovendo a transformação química dos íons e a deposição do metal em sua forma sólida.

A eficiência do processo ainda está em fase de testes, mas já apresenta resultados visíveis em laboratório.

Aplicações em locais remotos e no espaço

Além das vantagens ambientais, o estudo abre espaço para aplicações em locais remotos ou de difícil acesso, onde a mineração convencional seria inviável.

O modelo também é compatível com sistemas de mineração de pequena escala, voltados para comunidades locais ou projetos educacionais, sem a necessidade de infraestrutura pesada.

A técnica chamou a atenção de agências espaciais, após testes demonstrarem que o fungo também consegue processar poeira de meteoritos.

Isso amplia as possibilidades para seu uso em futuras missões espaciais com foco na mineração de asteroides, que contêm quantidades significativas de metais preciosos.

Cientistas avaliam que o uso de microrganismos como o Fusarium oxysporum pode ser estratégico para exploração de recursos fora da Terra, especialmente em ambientes onde métodos mecânicos e químicos tradicionais são impraticáveis.

Engenharia genética pode aprimorar o processo

A viabilidade de adaptar o fungo para diferentes tipos de substratos e ambientes também está sendo estudada.

Pesquisas em engenharia genética buscam aumentar a produtividade do processo, aprimorando enzimas específicas e controlando melhor a resposta do organismo a diferentes condições químicas e físicas.

O objetivo é desenvolver linhagens otimizadas, com maior taxa de conversão de ouro e resistência a variações de temperatura, umidade e acidez.

Com o avanço dessas pesquisas, cresce o interesse de indústrias por transformar microrganismos em unidades de produção metálica descentralizadas.

O conceito de “fábricas vivas” começa a ganhar força em conferências internacionais e já motiva startups a desenvolverem protótipos para exploração prática da técnica.

Em paralelo, há uma mobilização entre pesquisadores para estabelecer diretrizes éticas e ambientais sobre o uso comercial da biomineração.

A proposta de produzir ouro com fungos, sem impacto ambiental, sem destruição de ecossistemas e com potencial de cultivo em qualquer lugar do planeta — ou até fora dele — representa um avanço notável.

Mas, diante dessa possibilidade inédita, uma dúvida se impõe:

Estamos preparados para uma era em que o ouro poderá ser cultivado no quintal de casa?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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