Você imagina que, já em 2023, para alguns restaurantes dos Estados Unidos, servir carne cultivada em laboratório pode ser realidade? Virou realidade comercial e desperta otimismo nas empresas do setor.
A indústria de carne desenvolvida e cultivada em grandes tanques de aço, nos próximos meses, pode estar na mesa dos americanos. Executivos apenas aguardam um importante aval regulatório para que a comercialização seja, de fato, realizada, e movimente a economia americana, por enquanto.
Confiança também é algo que essas empresas nutrem, tanto que também estão investindo na contratação de grandes chèfs. O argentino Francis Mallmann, e o espanhol José Andrés são alguns dos que já estão elencados para ter carne de laboratório em seus cardápios. Um dos maiores obstáculos continua sendo, ainda, fazer com que o produto chegue até às redes de supermercados, confessaram alguns executivos à Agência Reuters. Apenas atraindo mais financiamento, o que permitirá o aumento da produção, será possível baixar os preços de gôndola. Sem contar que há a resistência de grande parte dos consumidores, que não querem nem provar o produto. Sé em Singapura a venda à varejo foi aprovada.
Processamento da carne de laboratório
Grandes tanques de água, onde são adicionados nutrientes diversos. Esses são os abatedouros da indústria de carne de laboratório. Para gerá-la, é necessário retirar células do animal por meio de uma biópsia, e nutrir essas substâncias para que elas criem um tecido muscular, que se torna o principal componente consumido pela carne animal.
-
China agora depende do Brasil? Terras raras, tarifaço e nova ordem global explicam virada histórica no comércio bilateral
-
6 profissões sem diploma pagam entre R$ 8 mil e R$ 20 mil por mês em 2025
-
Revelada a maior fazenda de cavalos do mundo: a fazenda de Shandan possui 10.000 equinos e está situada na China
-
Gasolina a R$ 1,29 e venda em garrafas PET: como brasileiros burlam o sistema para abastecer na Bolívia em meio à crise
Todo o processo utiliza tecnologias de bioengenharia, cujo objetivo é fabricar sistemas alimentares mais saudáveis, mais sustentáveis e mais éticos. São duas as formas de cultivo: com a utilização de soro fetal geneticamente modificado; ou com a utilização de células reais de origem animal, como músculo e gordura.
A Agência Reuters foi convidada pela empresa californiana Upside a experimentar a carne e constatou que à mesa, o sabor não difere do sabor da carne tradicional, fazendo o produto idêntico à carne convencional. Mas é necessário investir na oferta de suprimentos para o mix de nutrientes utilizado na alimentação das células do produto.
Foram quatro anos para o recebimento da licença da FDA, e por isso a Upside está em clima de festa. Mesmo tendo limites em sua produção, apenas cerca de 200 toneladas de carne são cultivadas anualmente.
Isto abrange uma pequena porção do mercado de carne tradicional, que, em 2021, movimentou 48 bilhões de toneladas nos Estados Unidos. Somente empresas de capital de risco, e grandes empresas de alimentos, como a brasileira JBS e as norte-americanas Tyson Foods e Archer-Daniel-Midland têm investido nesta indústria.
Registre-se que o cultivo de carne de laboratório também contribui para a sustentabilidade do planeta, pois provê impacto ambiental na pecuária, setor que gera 14,5% dos gases que causam o efeito estufa, de acordo com informações da Organização das Nações Unidas (ONU). Entretanto, a Upside prospecta que até 2028 já será possível encontrar carne de laboratório nos mercados, permitindo que os consumidores contribuam ainda mais para reduzir a crise do planeta.
Comentários fechados para esse artigo.
Mensagem exibida apenas para administradores.