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Alcatraz era impenetrável — até três presos escaparem usando colheres, cabeças falsas e um barco de capas de chuva… e sumirem para sempre

Publicado em 11/05/2025 às 11:54
Alcatraz, Prisão, Estados Unidos, Prisão de Alcatraz
Créditos: Unsplash
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A fuga espetacular de Frank Morris e dos irmãos Anglin em 1962, marcada por criatividade e coragem, ainda desafia as autoridades e mantém Alcatraz como símbolo de um enigma jamais resolvido

A prisão de Alcatraz, conhecida mundialmente por sua fama de fortaleza impenetrável, voltou ao centro das atenções em 4 de maio, quando o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou sua reabertura.

Ele pretende transformar o local em um novo símbolo de “lei, ordem e justiça”. Localizada na baía de São Francisco, na Califórnia, a ilha abriga hoje uma atração turística. Mas o passado do lugar está marcado por histórias que ainda alimentam o mistério e o debate.

Da fortaleza à prisão de alta segurança

A ilha de Alcatraz começou como um forte militar. Durante a Guerra Civil dos Estados Unidos, serviu de prisão para combatentes confederados. O isolamento natural — com correntes geladas e rochedos íngremes — favorecia o encarceramento.

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No início do século 20, a estrutura foi transformada em uma prisão militar e, nos anos 1930, o Departamento de Justiça a assumiu. O objetivo era conter o avanço do crime organizado, que se intensificava nos Estados Unidos.

Foi então que Alcatraz passou a receber criminosos considerados perigosos demais para qualquer outro presídio. Al Capone, Mickey Cohen e George “Machine Gun” Kelly passaram por lá.

Robert Stroud, o “Homem-Pássaro de Alcatraz”, também cumpriu pena na ilha. A prisão tinha fama de brutal. Seus guardas eram rígidos e o ambiente, frio e hostil.

O jornalista Michael Charlton, que visitou o local em 1964, um ano após o fechamento, descreveu um lugar com vento constante, corredores desconexos e fundações em deterioração.

O plano de fuga mais audacioso da história

Em junho de 1962, Frank Lee Morris e os irmãos John e Clarence Anglin desafiaram o impossível. Condenados por diferentes crimes, os três estavam presos em celas próximas. Allen West, outro detento, também participava do plano. Morris, que já havia fugido de outras prisões, liderou o grupo.

Eles passaram meses escavando as paredes atrás das pias com colheres de metal, lâminas de serra e uma furadeira feita com motor de aspirador. Para abafar o som, Morris tocava acordeom. Aos poucos, abriram um túnel até um corredor de manutenção.

Os buracos nas celas eram cobertos com grades falsas de papel machê. No andar superior, criaram uma oficina secreta, onde construíram um barco de borracha de 1,8 m por 4,3 m, usando mais de 50 capas de chuva roubadas.

Com a concertina da prisão, improvisaram um insuflador. Os remos foram feitos com pedaços de compensado.

Para enganar os guardas durante as rondas noturnas, fizeram cabeças falsas de sabão, creme dental e papel higiênico, com cabelo real do chão do barbeiro. As camas eram preenchidas com toalhas, formando corpos falsos.

A noite da fuga e o sumiço

Na noite de 11 de junho de 1962, o plano foi posto em prática. West não conseguiu sair da cela a tempo. Morris e os irmãos Anglin seguiram sozinhos.

Subiram ao telhado, carregando o barco. Depois, desceram até o pátio, atravessaram cercas e escalaram um aterro. No porto, inflaram a embarcação improvisada e desapareceram na escuridão.

O alarme só foi acionado na manhã seguinte, ao descobrirem as cabeças falsas. A prisão entrou em lockdown. O pai de Jolene Babyak, guarda na época, liderou a caçada.

Buscas se espalharam por toda a região. No dia 14 de junho, a Guarda Costeira encontrou um remo. No mesmo dia, um pacote com pertences dos Anglins foi achado. Restos do barco apareceram próximos à ponte Golden Gate, e uma das roupas salva-vidas foi recuperada.

Mistério sem fim

Os corpos nunca foram encontrados. As autoridades concluíram que eles morreram nas águas geladas. Mas nunca houve confirmação. Em 1979, os três foram declarados legalmente mortos, e o caso passou para o U.S. Marshals Service, onde permanece em aberto.

Richard Willard, guarda entrevistado em 1964, dizia que ninguém poderia ter sobrevivido à travessia. “Você está vendo a água? Você acha que conseguiria atravessar?”, perguntou ele à reportagem da BBC.

O filme Alcatraz: Fuga Impossível, lançado no mesmo ano em que foram declarados mortos, imortalizou a história no cinema. Desde então, relatos de avistamentos e supostos contatos dos fugitivos alimentam o mistério.

A carta que reacendeu o caso

Em 2018, a polícia de São Francisco revelou uma carta recebida cinco anos antes. Um homem dizia ser John Anglin. Afirmava ter fugido com os outros dois e vivido em segredo desde 1962. Contava que Frank Morris morreu em 2005 e Clarence, em 2008. Ele pedia ajuda médica em troca de se entregar.

O FBI analisou a carta, mas não conseguiu confirmar se era autêntica. Em 2022, o U.S. Marshals atualizou imagens dos três fugitivos com envelhecimento facial e continua pedindo informações que possam resolver o caso.

Mesmo décadas depois da histórica fuga, o mistério sobre o paradeiro de Frank Morris e dos irmãos Anglin continua sem solução.

Alcatraz, hoje um ponto turístico, volta às manchetes com a proposta de reativação anunciada por Trump. Mas, para muitos, o que realmente permanece na memória coletiva é a noite em que três homens colocaram em xeque a reputação da prisão mais temida da história dos Estados Unidos — e nunca mais foram encontrados.

Com informações de BBC.

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Romário Pereira de Carvalho

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