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Os peixes ‘chegam voando’: ovos ingeridos por patos percorrem longas distâncias e são liberados em outros lagos, onde eclodem e colonizam ambientes isolados

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 04/09/2025 às 14:45
Pesquisadores explicam como ovos de peixes sobrevivem ao trato digestivo de aves aquáticas e colonizam ambientes remotos onde não há rios nem ação humana
Pesquisadores explicam como ovos de peixes sobrevivem ao trato digestivo de aves aquáticas e colonizam ambientes remotos onde não há rios nem ação humana
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Sem rios e sem humanos: peixes surgem em lagos de montanha porque ovos viajam no intestino de patos e “pousam” vivos em novos habitats isolados

A presença de peixes em lagos de montanha isolados sempre intrigou cientistas e comunidades locais. Como esses animais chegam a ambientes sem rios de ligação, sem conexão com o mar e em áreas onde humanos nunca fizeram introduções artificiais?

A resposta pode estar em um fenômeno natural surpreendente: o transporte biológico de ovos por aves aquáticas, especialmente patos, que ingerem os ovos em um lago e os liberam em outro, a quilômetros de distância.

Estudos recentes mostram que parte desses ovos sobrevive ao processo digestivo e consegue eclodir em novos ambientes, dando origem a populações inteiras em locais antes desabitados.

Esse mecanismo amplia a compreensão sobre dispersão de espécies e reforça como a natureza encontra formas inesperadas de colonizar áreas isoladas.

Hipóteses tradicionais não explicam todos os casos

Historicamente, três explicações eram usadas para justificar a presença de peixes em lagos remotos.

A primeira envolve o transbordamento temporário: em períodos de chuva intensa, canais efêmeros conectam lagos vizinhos, permitindo a passagem dos animais.

Embora válida, essa hipótese não resolve casos em que o lago está no ponto mais alto da região.

A segunda é a chamada estocagem aérea, prática em que agências ambientais lançam peixes de avião para abastecer lagos de montanha e estimular a pesca esportiva.

Apesar de documentada em diversos países, ela não se aplica a todos os cenários, principalmente aqueles onde não há registro de intervenção humana.

A terceira hipótese — agora fortalecida por evidências — é a dispersão por aves.

Patos e outras espécies aquáticas ingerem ovos de peixes em um lago, viajam longas distâncias e liberam esses ovos ainda viáveis em outro corpo d’água, onde podem eclodir e dar início a novas populações.

O papel dos patos como “transportadores naturais”

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O mecanismo funciona porque alguns ovos de peixes possuem casca resistente o suficiente para suportar a passagem pelo trato digestivo das aves.

Ao pousar em outro lago, o pato libera fezes que contêm parte desses ovos, ainda com potencial de desenvolvimento.

Esse processo foi comprovado em experimentos controlados: ovos ingeridos por patos foram recuperados viáveis após a digestão e, em condições adequadas, eclodiram normalmente.

Assim, aves aquáticas acabam atuando como vetores naturais de dispersão, transportando espécies para ambientes até então inacessíveis.

Implicações ecológicas e paralelos na natureza

Esse fenômeno mostra como a dispersão de organismos é uma força poderosa na evolução e colonização de habitats.

O transporte de ovos por aves não é um caso isolado: a natureza já registrou flamingos deslocados por furacões para milhares de quilômetros, macacos viajando em “ilhas” flutuantes de vegetação e até sementes resistentes atravessando oceanos para colonizar novas terras.

No caso dos peixes, o transporte biológico explica por que alguns lagos isolados, antes considerados estéreis, abrigam populações estáveis de espécies locais.

Esse processo natural reduz a dependência da intervenção humana e mostra a importância das aves migratórias no equilíbrio ecológico.

A descoberta reforça que a natureza utiliza rotas improváveis para manter a biodiversidade.

Patos, sem intenção, tornam-se agentes de colonização ao carregar ovos de peixes em seus deslocamentos, permitindo que lagos isolados abriguem vida aquática.

E você, já tinha ouvido falar dessa forma inusitada de dispersão? Acha que a natureza consegue ser mais eficiente que qualquer ação humana nesse processo? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir sua visão sobre esse fenômeno.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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