Descubra os erros mais comuns na manutenção automotiva que podem custar caro, deixar você na mão em momentos críticos e reduzir drasticamente o valor do seu veículo no mercado brasileiro.
No Brasil, onde o carro é uma conquista importante para muitos, negligenciar a manutenção automotiva pode parecer uma forma de economizar, mas é uma armadilha. Essa prática leva a despesas inesperadas, riscos à segurança e uma expressiva desvalorização do veículo.
Este artigo revela os 5 “pecados capitais” da manutenção automotiva que afetam motoristas brasileiros. Detalharemos cada erro, suas consequências e como a prevenção pode salvar seu veículo e seu bolso, lembrando que a falta de manutenção adequada pode até gerar infrações de trânsito, conforme alertam especialistas.
Os 5 erros de manutenção automotiva que podem custar caro no Brasil
A marca dos 100.000 quilômetros é frequentemente vista como um divisor de águas na vida de um carro. No entanto, para veículos negligenciados, problemas sérios podem surgir muito antes. No Brasil, onde desafios como estradas de má qualidade e uma cultura que por vezes prioriza o conserto sobre a prevenção são comuns, segundo algumas análises do setor, a atenção à manutenção automotiva é ainda mais crítica. A seguir, os cinco erros que mais podem comprometer seu carro e seu orçamento.
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Pecado 1: Negligenciar óleo e filtros do motor
O óleo do motor é vital: ele lubrifica, limpa, ajuda no arrefecimento e protege contra corrosão. Os filtros (de óleo, ar e combustível) são seus guardiões, retendo impurezas, como detalhado em diversos manuais técnicos. Ignorar os prazos de troca de óleo e filtros, geralmente especificados por quilometragem ou tempo, usar um óleo com especificação errada, ou a arriscada prática de não substituir o filtro de óleo junto com o lubrificante são erros graves.
As consequências, frequentemente relatadas por proprietários e mecânicos, incluem a formação de borra (um resíduo espesso que obstrui a lubrificação), desgaste prematuro de peças internas, perda de potência, aumento do consumo e superaquecimento, podendo levar até a fundir o motor. Um carro com histórico de borra ou motor retificado por negligência sofre grande desvalorização no mercado de usados. No Brasil, a qualidade variável do combustível (gasolina adulterada pode contaminar o óleo, como demonstram alguns estudos) e o trânsito intenso, considerado uso severo, agravam o problema. A troca preventiva de óleo e filtros pode custar entre R$ 250 e R$ 500, enquanto uma retífica de motor pode facilmente ultrapassar R$ 10.000.
Pecado 2: Ignorar o sistema de arrefecimento
O sistema de arrefecimento regula a temperatura do motor, essencial para seu funcionamento, conforme manuais de engenharia automotiva. Erros comuns e perigosos incluem usar apenas água da torneira no radiador (que acelera a corrosão e tem baixo ponto de ebulição), como alertam especialistas, não verificar o nível do líquido ou não usar/trocar o aditivo no prazo correto. O aditivo eleva o ponto de ebulição da água e protege contra corrosão.
O resultado mais temido é o superaquecimento do motor, um problema frequentemente discutido em guias de manutenção. Isso pode levar à queima da junta do cabeçote ou até ao empenamento do próprio cabeçote, um reparo caro. Um carro com histórico de superaquecimento também é malvisto no mercado de usados. A manutenção preventiva, como a troca do fluido com aditivo (estimada entre R$ 150 e R$ 400), é muito mais barata que os reparos no cabeçote, que podem custar milhares de reais, dependendo da extensão do dano. No clima quente do Brasil, esse cuidado é ainda mais vital.
Pecado 3: “Esquecer” da correia dentada
A correia dentada sincroniza o movimento do virabrequim com o comando de válvulas, sendo crucial para o motor, como descrito em manuais de mecânica. Alguns carros usam corrente metálica, geralmente mais durável, mas com substituição mais cara. Ignorar os prazos de troca da correia dentada (especificados por km ou tempo) é um dos erros mais graves, pois ela pode romper subitamente, sem aviso prévio claro. Desconsiderar ruídos estranhos na região da correia ou trocar apenas a correia sem o kit completo (com tensionador) também são práticas arriscadas.
Se a correia rompe com o motor ligado, ocorre o temido “atropelamento de válvulas”: pistões colidem com as válvulas, causando danos severos e caros ao motor. A troca preventiva do kit de correia e tensor custa, para carros populares, entre R$ 400 e R$ 1.200, segundo estimativas de mercado. Já o reparo após a quebra pode facilmente ultrapassar R$ 3.500, chegando a mais de R$ 10.000. Correias banhadas a óleo, presentes em alguns modelos, têm custos de troca e reparo ainda maiores, como observado em campanhas de serviço. No Brasil, a desinformação sobre prazos, o uso de peças de baixa qualidade e mão de obra não qualificada aumentam os riscos.
Pecado 4: Desprezar os freios
Os freios são o principal sistema de segurança do veículo, compostos por pastilhas, discos, fluido, entre outros. O fluido de freio, que transmite a pressão do pedal às rodas, absorve umidade com o tempo e precisa ser trocado periodicamente, geralmente a cada dois anos. Não trocar o fluido no prazo, rodar com pastilhas e/ou discos excessivamente gastos, ou ignorar sinais de alerta (ruídos, vibrações, pedal baixo) são negligências perigosas.
Isso leva à perda de eficiência na frenagem e aumenta a distância para parar. Em casos extremos, o fluido contaminado pode ferver em frenagens fortes, causando falha total dos freios, com risco iminente de acidentes graves. Um carro com freios ruins é altamente desvalorizado no mercado de usados. A manutenção preventiva é acessível: a troca do fluido custa entre R$ 100 e R$ 250, e um kit de freios dianteiros para populares fica entre R$ 600 e R$ 1.500.
Pecado 5: Ignorar suspensão e pneus
Suspensão (amortecedores, molas, pivôs, buchas) e pneus conectam o carro ao solo, sendo cruciais para segurança, conforto e estabilidade, como apontado por especialistas em dinâmica veicular. Rodar com pneus carecas (sulcos abaixo do limite legal de 1,6mm, indicado pelo TWI), descalibrados ou com desgaste irregular; não realizar alinhamento e balanceamento periódicos (geralmente a cada 10.000 km); ou ignorar amortecedores vencidos e ruídos na suspensão são erros comuns.
As consequências são perda de aderência, especialmente em pista molhada (com alto risco de aquaplanagem), aumento da distância de frenagem, instabilidade direcional e até quebra de componentes da suspensão, como pivôs, podendo levar à perda de controle do veículo. No Brasil, a má qualidade das vias acelera esse desgaste de forma significativa. A prevenção, como alinhamento e balanceamento (estimados entre R$ 150 e R$ 300), é barata. Já a correção de negligências, como trocar um jogo de pneus de boa marca (R$ 1.200 a R$ 2.500+ o jogo) e amortecedores (R$ 1.000 a R$ 2.500+), pesa consideravelmente no bolso.
Manutenção automotiva preventiva: a chave para proteger seu carro e seu bolso no Brasil
A manutenção automotiva preventiva não é um luxo, mas um investimento inteligente e essencial, especialmente no contexto brasileiro, onde pode evitar multas por má conservação e problemas muito maiores, como indicam diversas análises de mercado. Siga o manual do proprietário do seu veículo, pois ele é o guia mais confiável. Crie um cronograma de revisões e escolha oficinas de confiança que utilizem peças de qualidade.
Fique atento aos sinais que seu carro emite – ruídos estranhos, luzes no painel, mudanças no comportamento. Ao comprar um usado, considere um laudo cautelar completo, uma prática cada vez mais recomendada por especialistas em compra e venda. Cuidar bem do seu veículo é investir na sua segurança, no seu conforto e na preservação do seu patrimônio.