Cientistas apresentam uma nova hipótese surpreendente sobre a origem da Lua, desafiando teorias tradicionais e reescrevendo a astronomia
Por quase quatro décadas, os cientistas aceitaram que a origem de Lua é devido a um grande impacto com um objeto do tamanho de Marte, um processo que teria lançado detritos para o espaço, que posteriormente se agruparam para formar o satélite natural.
Novas pesquisas sugerem que a Lua pode ter uma origem diferente: a gravidade da Terra teria capturado um objeto vindo de um sistema binário de rochas espaciais, colocando-o em órbita.
A nova proposta sobre a origem da Lua
Essa teoria alternativa, publicada no The Planetary Science Journal pelos pesquisadores da Universidade Penn State, Darren Williams e Michael Zugger, levanta novas possibilidades sobre a origem da Lua.
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A proposta sugere que a Terra teria capturado a Lua por meio de um processo chamado captura de troca binária – um mecanismo já conhecido por explicar como Netuno capturou sua maior lua, Tritão.
Williams explica que, ao observar a órbita da Lua, percebe-se que ela está mais alinhada com o Sol do que com o equador da Terra. Isso é um desafio para a teoria das implicações, que sugeriria que a Lua deveria orbitar sobre o equador terrestre.
Já o processo de captura de troca binária ocorre quando um planeta se encontra com dois objetos orbitando um ao outro. Durante este encontro cósmico, a gravidade do planeta pode separar o par, capturando um objeto como satélite e ejetando o outro para o espaço.
Esse processo, que já foi demonstrado em planetas maiores, agora é proposto para planetas do tamanho da Terra também.
Simulações e modelagem matemática
Com o uso de simulações de computador e modelagem matemática, os pesquisadores demonstraram que a Terra poderia, de fato, capturar satélites que variam de 1% a 10% de sua massa, o que inclui a nossa Lua, que possui cerca de 1,2 % da massa da Terra.
Para que isso aconteça, algumas condições precisariam ser atendidas: a velocidade de aproximação dos objetos deveria ser inferior a três milhas por segundo (aprox. 10.783 km/h), o que pode parecer rápido, mas é relativamente lento para os padrões do sistema solar.
Além disso, o par binário precisaria passar a uma distância de cerca de 20 raios terrestres, ou cerca de 80.000 milhas, para que a gravidade da Terra fosse capaz de capturar um dos objetos.
Da captura ao ajuste da órbita
No entanto, capturar a Lua não é o suficiente para garantir que ela teria a órbita circular estável que observamos hoje. No início, a Lua teria seguido uma trajetória altamente elíptica, chegando muito perto da Terra em alguns pontos e se afastando bastante em outros. Foi nesse ponto que a manifestação das marés entrou em cena.
As interações gravitacionais entre a Terra e a Lua recém-capturada permaneceram acionadas como uma espécie de “freio” nas oscilações orbitais.
Com o tempo, essas interações continuaram suavizadas a órbita da Lua, fazendo-a circular de maneira estável, enquanto desaceleravam sua rotação até que ela passasse a exibir sempre a mesma face para a Terra, acontecendo com todos hoje.
Williams explica que, atualmente, a maré da Terra está avançando em frente à Lua, o que acaba acelerando sua órbita.
Isso é conhecido como um “pulso”, um pequeno impulso que, com o passar do tempo, faz com que a Lua se afaste cada vez mais da Terra, cerca de três centímetros a cada ano.
Implicações químicas e científicas
Uma das maiores contribuições desta nova teoria é a possibilidade de explicar as semelhanças e diferenças químicas entre as rochas lunares e as da Terra.
Conforme a proposta, a Lua teria se formada na mesma região do sistema solar, o que explicaria as semelhanças.
No entanto, originar-se como parte de um objeto separado explicaria as diferenças.
Embora os pesquisadores reconheçam que o cenário que propõe depende de algumas condições específicas, como a presença de um par binário com a massa certa, eles também apontam que tal configuração não seria impossível.
Eles lembram que objetos binários eram comuns nos primeiros dias do sistema solar e que ainda hoje podemos observar muitos desses pares no cinturão de asteroides e no cinturão de Kuiper, além de Netuno.
Uma visão futurista: captura de luas em outros sistemas solares
Outro aspecto intrigante da pesquisa é a possibilidade de que a captura de luas em planetas rochosos não seja algo exclusivo da Terra.
Satélites podem ser capturados com mais frequência em outros sistemas solares do que se pensava anteriormente.
Isso abre novas possibilidades para a habitabilidade de planetas fora do nosso sistema solar, uma vez que grandes luas poderiam ser mais frequentes do que imaginávamos, com implicações diretas para a busca de vida extraterrestre.
Desafios para provar a teoria
No entanto, provar essa teoria será uma tarefa extremamente difícil, considerando que os eventos que ela descreveu aconteceram há mais de 4,5 bilhões de anos. Embora as simulações matemáticas mostrem que são fisicamente possíveis, não temos mais dados diretos sobre os processos que ocorreram naquele período primitivo.
Por enquanto, as provas concretas dessa teoria permanecem além do alcance, mas ela abre um novo capítulo fascinante para o debate sobre as origens da Lua.
Williams afirma que, embora a comunidade científica tenha, por muito tempo, se baseada em uma única teoria sobre a origem da Lua, agora existem pelo menos duas possibilidades.
Isso, por si só, levanta um número significativo de novas perguntas e áreas para pesquisas futuras, além de reaparecer o mistério sobre como nosso satélite natural realmente se formou.
Se a Lua surgiu de uma captura ou de uma colisão cósmica, ela permanece um elemento essencial para a Terra.Sua presença afeta as marés, o clima e até mesmo a estabilidade do planeta.
Novos estudos continuam a revelar mais sobre a origem da Lua, mas ela permanece como a companheira constante da Terra – um objeto fascinante e misterioso, cuja origem ainda evolui com o tempo.