ONU confirma avanço do aquecimento global e alerta para riscos crescentes
O planeta está prestes a ultrapassar o limite crítico de 1,5°C de aquecimento global, segundo relatório divulgado em 4 de novembro de 2025 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
O documento reforça que, apesar das promessas feitas no Acordo de Paris de 2015, o ritmo lento de redução das emissões coloca o mundo em uma trajetória perigosa.
Esse cenário resulta em impactos climáticos cada vez mais severos, que podem afetar diretamente milhões de pessoas e ecossistemas em todo o planeta.
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Ação insuficiente e avanço do aquecimento
De acordo com o relatório “Emissions Gap 2025”, a ação climática global segue aquém do necessário.
Isso indica que o planeta deve exceder temporariamente o limite de 1,5°C na próxima década, o que preocupa cientistas e autoridades ambientais.
Essa ultrapassagem, segundo o PNUMA, será difícil de reverter, exigindo reduções mais rápidas e intensas nas emissões de gases de efeito estufa.
A autora principal do estudo, Anne Olhoff, destacou que “cortes profundos nas emissões podem retardar o aumento da temperatura, mas não evitá-lo completamente”.
Ela também afirmou que a falta de urgência dos países mais emissores, especialmente nas últimas duas décadas, ampliou o risco de colapso climático.
Metas do Acordo de Paris sob pressão
O Acordo de Paris, firmado em 2015, determinou que os países limitem o aumento da temperatura média global a 2°C, com o objetivo ideal de 1,5°C.
No entanto, o PNUMA afirma que, mesmo que os compromissos atuais sejam cumpridos integralmente, o planeta ainda enfrentará um aquecimento de 2,3°C a 2,5°C até o fim do século.
Embora essa previsão seja 0,3°C inferior à de 2024, ela ainda representa um cenário alarmante.
Isso mostra que os novos planos de mitigação não foram suficientes para fechar a lacuna climática.
A China, maior emissora de CO₂ do mundo, prometeu reduzir suas emissões em 7% a 10% até 2035.
No entanto, os especialistas consideram essas metas modestas diante da gravidade da crise ambiental global.
COP30 e a necessidade de respostas rápidas
Às vésperas da COP30, que ocorrerá em novembro de 2025 em Belém (PA), o novo relatório aumenta a pressão sobre os governos.
As autoridades precisam financiar e implementar ações imediatas contra o aquecimento global e acelerar políticas de descarbonização.
As metas climáticas de Paris foram estabelecidas com base em estudos científicos sólidos.
Esses estudos relacionam o aumento da temperatura com ondas de calor mais intensas, secas prolongadas e incêndios florestais devastadores.
Conforme o PNUMA, 2°C de aquecimento exporiam mais do que o dobro da população mundial a extremos de calor, em comparação ao cenário de 1,5°C.
Além disso, ao menos 70% dos recifes de corais desapareceriam nesse nível, contra 99% em um aumento de 2°C.
Emissões continuam em alta e colocam metas em risco
Apesar de avanços pontuais desde a assinatura do acordo, as emissões de CO₂ continuam crescendo.
Elas são impulsionadas pela queima de carvão, petróleo e gás, utilizados para sustentar as economias de grandes potências.
Segundo dados do PNUMA, as emissões globais aumentaram 2,3% em 2024, atingindo 57,7 gigatoneladas de CO₂ equivalente.
Esse número representa um recorde histórico e reforça o descompasso entre compromissos climáticos e ações efetivas.
Há dez anos, quando o Acordo de Paris foi assinado, o planeta caminhava para um aumento de 4°C até o final do século.
Desde então, houve algum progresso, mas ainda insuficiente para conter a emergência climática.
Desafio global para limitar o aquecimento
Em síntese, o relatório de 2025 do PNUMA deixa claro que o mundo está falhando em cumprir sua promessa climática mais importante.
Sem ações imediatas e coordenadas, a meta de 1,5°C se tornará não apenas inatingível, mas irreversível.
Assim, os líderes globais na COP30 enfrentarão um dos maiores desafios da história.
Eles precisarão equilibrar crescimento econômico e preservação do planeta, garantindo um futuro seguro para as próximas gerações.



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