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O voo comercial mais curto do mundo dura só 74 segundos — e conecta duas ilhas separadas por apenas 2,7 km

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 07/07/2025 às 10:41
O voo comercial mais curto do mundo dura só 1 minuto e 14 segundos — e conecta duas ilhas separadas por apenas 2,7 km
Foto: O voo comercial mais curto do mundo dura só 1 minuto e 14 segundos — e conecta duas ilhas separadas por apenas 2,7 km – IA
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O menor voo do mundo dura só 74 segundos e conecta duas ilhas remotas na Escócia. Entenda por que esse trecho aéreo é essencial — e virou atração turística.

Parece uma piada de aviação: um voo tão curto que leva menos tempo do que pegar um elevador até o 15º andar. Mas ele é real, opera diariamente, transporta passageiros com bilhetes regulares e tem até check-in, piloto e comissário de bordo. Estamos falando do voo Westray – Papa Westray, na Escócia: o voo comercial mais curto do mundo, com apenas 2,7 km de distância e duração média de 1 minuto e 14 segundos.

Esse trecho minúsculo é operado pela Loganair, uma companhia aérea regional escocesa, e conecta duas ilhas no remoto arquipélago das Órcades, ao norte da Escócia continental. Apesar de parecer uma extravagância, esse voo é essencial para os moradores, que vivem em um dos cenários mais isolados da Europa. Descubra também: O avião mais rápido da história atingiu Mach 6,7 — e era pilotado por um humano em traje espacial

Um voo mais rápido que muita escada rolante

Oficialmente, o voo entre Westray e Papa Westray tem um tempo previsto de 2 minutos. Mas em condições ideais de vento e com carga leve, a aeronave pode completar o trajeto em impressionantes 74 segundos — e já houve registros em que o voo durou menos de 60.

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A aeronave utilizada costuma ser um pequeno Britten-Norman Islander, com capacidade para 8 passageiros e dois tripulantes.

O avião decola, sobe poucos metros, nivela e já inicia a descida. Em muitos casos, os passageiros nem tiram o cinto. Em alguns voos, o comandante sequer recolhe o trem de pouso.

Por que um voo tão curto existe?

A resposta é simples: porque é necessário. As ilhas de Westray e Papa Westray fazem parte de uma cadeia de pequenas ilhas no norte da Escócia, com populações reduzidas e acesso limitado.

Embora a distância de 2,7 km possa ser percorrida de barco, as condições climáticas imprevisíveis, o mar agitado e a logística portuária tornam o transporte marítimo instável, especialmente no inverno.

Voo mais curto do mundo – Reprodução – FB

Além disso, Papa Westray abriga escolas, fazendas e até um importante sítio arqueológico (Knap of Howar), sendo um polo de movimentação entre pesquisadores, estudantes e moradores locais. O voo garante que serviços básicos — como atendimento médico, transporte de professores e de mantimentos essenciais — possam ser realizados mesmo em dias de mar revolto.

Por que os moradores não vão de barco? O voo de 1 minuto é mais confiável que o mar


Embora a distância entre Westray e Papa Westray seja de apenas 2,7 km, a travessia de barco nem sempre é uma opção viável para os moradores locais. A região faz parte do arquipélago das Órcades, no norte da Escócia, onde o clima é imprevisível, os ventos são fortes e o mar pode se tornar extremamente agitado em questão de minutos. Isso torna as embarcações pequenas vulneráveis e perigosas, especialmente no inverno, quando o mar do Norte atinge níveis críticos de instabilidade.

Além disso, o acesso por barco depende de infraestrutura portuária, marés e horários específicos, o que reduz drasticamente a frequência das travessias e aumenta o tempo de deslocamento.

Para quem precisa chegar à escola, ao hospital ou ao trabalho pontualmente, isso é inviável. Já o voo entre as ilhas é operado diariamente, com horários fixos, decolagens rápidas e segurança garantida mesmo em condições climáticas adversas.

Por isso, para os habitantes das ilhas, o avião não é luxo nem extravagância. É a maneira mais rápida, segura e confiável de se locomover — e, na prática, funciona como uma “ponte aérea essencial” que conecta a comunidade ao restante da Escócia.

Uma experiência turística única

Apesar de sua função essencial, o voo também se tornou uma atração turística excêntrica. Viajantes de todo o mundo visitam as Órcades apenas para viver a experiência do “voo mais curto do mundo”. Há até certificados oficiais emitidos pela companhia aérea, marcando a façanha.

O bilhete custa cerca de 20 libras esterlinas (cerca de R$ 140) — valor simbólico para quem busca a aventura. E, claro, o passageiro pode voar na ida e na volta, dobrando o tempo no ar para espantosos… dois minutos e meio.

Comparações que impressionam

  • O voo entre Westray e Papa Westray é mais curto que a pista de muitos aeroportos internacionais;
  • Dura menos que o tempo de leitura de um aviso de segurança a bordo;
  • É mais rápido que esperar um café passar na cafeteira;
  • E ainda sim, é crucial para manter comunidades inteiras conectadas ao mundo exterior.

Em um tempo em que falamos de voos transcontinentais, jatos hipersônicos e turismo espacial, esse minúsculo trajeto aéreo nos lembra que a aviação nasceu para conectar pessoas — independentemente da distância.

Um exemplo de eficiência pública e adaptação logística

Esse voo também é um caso interessante de política pública eficaz. O governo escocês subsidia grande parte das operações aéreas nas ilhas do norte, garantindo que mesmo as comunidades mais remotas tenham acesso a serviços essenciais com regularidade.

A Loganair, empresa que opera a rota, é uma das poucas companhias regionais da Europa que mantém voos regulares em rotas ultracurtas, adaptando sua logística e manutenção para operar com segurança em pistas curtas, clima adverso e intervalos de voo muito apertados.

Esse modelo poderia inspirar outros países com comunidades ribeirinhas, ilhas e áreas isoladas — como o próprio Brasil — a investir em mobilidade aérea regional como forma de inclusão social.

Voo curto, importância imensa

Pode parecer pouco, mas esse voo de 1 minuto e 14 segundos representa liberdade, acesso e dignidade para comunidades que, sem ele, estariam praticamente isoladas por longos períodos do ano.

Ele não carrega celebridades, nem executivos. Mas carrega professores, crianças, medicamentos, pescadores, turistas curiosos, técnicos agrícolas e, às vezes, até pequenos animais. Todos a bordo da mesma ideia: chegar ao outro lado da ilha com segurança — e rapidez.

O Westray – Papa Westray é o voo mais curto do mundo, mas sua história é grande. Ele mostra que a aviação não é só sobre velocidade, luxo ou distâncias épicas. Às vezes, é sobre conectar duas pontas de um território esquecido, mantendo vivas culturas, economias locais e histórias humanas.

Enquanto muitas companhias disputam quem voa mais alto, mais longe ou mais caro, esse voo nos lembra que o essencial pode estar em apenas 2,7 quilômetros de céu entre duas ilhas perdidas no norte da Escócia.

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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