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O vilarejo onde nascer gêmeo é quase regra: mais de 400 pares registrados em 2.000 habitantes, taxa cinco vezes maior que a média mundial e mistério sem explicação científica

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 01/10/2025 às 10:19
O vilarejo onde nascer gêmeo é quase regra: mais de 400 pares registrados em 2.000 habitantes, taxa cinco vezes maior que a média mundial e mistério sem explicação científica
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Em Kodinhi, na Índia, nascer gêmeo é quase regra: mais de 400 pares em um vilarejo de 2.000 habitantes intrigam cientistas e desafiam a biologia moderna.

Enquanto a média global de nascimentos de gêmeos gira em torno de 9 a cada 1.000 partos, existe um vilarejo perdido no sul da Índia que quebra todas as estatísticas. Trata-se de Kodinhi, uma pequena comunidade rural localizada no estado de Kerala, que ficou famosa mundialmente por abrigar uma das maiores concentrações de gêmeos do planeta. Segundo estimativas mais recentes, com uma população de aproximadamente 2.000 habitantes, o vilarejo contabiliza mais de 400 pares de gêmeos registrados. Isso significa que a taxa local chega a 45 por 1.000 nascimentos, ou seja, cinco vezes acima da média mundial.

Esse fenômeno, que desafia a lógica da biologia e intriga médicos e cientistas, transformou Kodinhi em uma referência global de estudos sobre genética, hereditariedade e fatores ambientais que influenciam na formação de gêmeos.

Onde fica Kodinhi e como surgiu sua fama

Kodinhi é um vilarejo de difícil acesso, situado a cerca de 35 km da cidade de Malappuram, no estado de Kerala, uma região marcada por fortes tradições culturais e religiosas.

Até os anos 1980, era apenas mais uma aldeia agrícola, vivendo de arroz, especiarias e pequenas atividades comerciais.

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Mas à medida que os registros oficiais começaram a indicar taxas fora do comum de nascimentos múltiplos, pesquisadores da Índia e de outros países passaram a visitar o local. Em pouco tempo, a mídia internacional apelidou Kodinhi de “Twin Town” ou “a aldeia dos gêmeos”, e o nome do vilarejo começou a circular em jornais e documentários pelo mundo.

A matemática dos gêmeos de Kodinhi

Para entender a dimensão do fenômeno, basta comparar os números:

  • Média mundial: 9 pares de gêmeos por 1.000 nascimentos.
  • Média da Índia: cerca de 4 por 1.000 nascimentos, abaixo da média mundial.
  • Kodinhi: 45 pares por 1.000 nascimentos — cinco vezes mais do que o esperado.

Isso significa que, em uma única sala de aula da aldeia, não é incomum encontrar mais de 15 pares de irmãos idênticos, confundindo professores e colegas.

Mistério para a ciência

Apesar de décadas de estudos, não há uma explicação definitiva para o fenômeno. Algumas hipóteses já foram levantadas:

  • Genética: famílias com histórico de gêmeos tendem a aumentar a probabilidade, mas o número em Kodinhi é alto demais para ser explicado apenas pela hereditariedade.
  • Dieta: há quem acredite que a alimentação baseada em determinados minerais ou plantas da região possa influenciar a ovulação múltipla.
  • Água local: alguns pesquisadores levantaram a hipótese de que a composição da água do vilarejo pode ter algum papel biológico, embora nada tenha sido comprovado.
  • Fatores ambientais: o isolamento geográfico e as condições climáticas de Kerala também foram considerados.

O mais curioso é que o fenômeno não acontece apenas com os nativos de Kodinhi. Mulheres que se mudaram para a aldeia e engravidaram depois também apresentaram alta chance de gerar gêmeos, reforçando a ideia de que fatores ambientais podem estar envolvidos.

Gêmeos por todos os lados

Andar pelas ruas de Kodinhi é uma experiência quase surreal. Crianças idênticas brincando lado a lado, adolescentes que parecem clones sentados em praças, jovens casais que compartilham os mesmos traços faciais.

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Nas escolas, a semelhança é tanta que professores relatam dificuldades constantes em identificar os alunos. Muitos pais chegam a costurar marcas discretas nas roupas para diferenciar os filhos.

O vilarejo também passou a organizar encontros e celebrações dedicados aos gêmeos, atraindo turistas curiosos e reforçando a identidade local.

Impacto cultural e social

A abundância de gêmeos transformou a maneira como Kodinhi é visto na Índia. A aldeia ganhou projeção cultural e até econômica, já que o turismo de curiosidade passou a movimentar a região.

Sociólogos afirmam que a convivência com tantos gêmeos gera uma percepção única de identidade coletiva. Em vez de exclusividade, os gêmeos de Kodinhi representam normalidade. Ali, ser gêmeo não é exceção, é regra.

Comparações globais

Kodinhi não está sozinha na lista de “vilarejos de gêmeos”, mas se destaca pela proporção:

  • Cândido Godói (Brasil): pequena cidade no Rio Grande do Sul, famosa por seu número incomum de gêmeos, que também intriga cientistas.
  • Igbo-Ora (Nigéria): conhecida como a “capital mundial dos gêmeos”, com taxas altíssimas de nascimentos múltiplos atribuídas à dieta local rica em inhame.
  • Kodinhi (Índia): a mais estudada pela consistência estatística do fenômeno, com registros oficiais que confirmam os números.

Essa rede de vilarejos se tornou referência para pesquisadores que buscam entender a biologia dos nascimentos múltiplos.

Apesar da fama, Kodinhi também enfrenta problemas:

  • Infraestrutura limitada: o vilarejo não possui hospitais de grande porte, o que gera dificuldades no pré-natal e no acompanhamento dos partos.
  • Baixa renda: muitas famílias são pobres e têm dificuldades em sustentar dois filhos nascidos de uma vez.
  • Educação: escolas sobrecarregadas precisam lidar com turmas numerosas e a dificuldade de diferenciar os alunos.

Ainda assim, a comunidade encontra na identidade de “aldeia dos gêmeos” uma forma de se fortalecer e reivindicar apoio do governo e de instituições de pesquisa.

O futuro da aldeia dos gêmeos

Kodinhi continua a ser monitorada por cientistas. Pesquisas de genética avançada e biotecnologia podem, no futuro, revelar os mecanismos por trás do fenômeno.

Enquanto isso, a aldeia segue como um dos maiores mistérios da biologia moderna, atraindo a curiosidade de visitantes, documentaristas e até médicos de fertilidade, que tentam entender como a natureza cria um “laboratório vivo” em escala comunitária.

No fim, Kodinhi é mais do que um fenômeno biológico. É um lembrete de como a vida pode desafiar padrões estatísticos e transformar o que é raro em algo cotidiano.

Ali, cada nascimento múltiplo reforça a identidade coletiva de um povo que aprendeu a conviver com a singularidade. Para a ciência, é um desafio. Para a cultura, é um espetáculo. E para o mundo, uma curiosidade que mostra como a biologia ainda guarda segredos.

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Valdemar Medeiros

Formado em Jornalismo e Marketing, é autor de mais de 20 mil artigos que já alcançaram milhões de leitores no Brasil e no exterior. Já escreveu para marcas e veículos como 99, Natura, O Boticário, CPG – Click Petróleo e Gás, Agência Raccon e outros. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras (empregabilidade e cursos), Economia e outros temas. Contato e sugestões de pauta: valdemarmedeiros4@gmail.com. Não aceitamos currículos!

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