Obra monumental levou 17 anos e criou uma ligação estratégica de 57 km entre o norte e o sul da Europa.
O túnel ferroviário mais longo e profundo do mundo é o Túnel de Base de São Gotardo, na Suíça, uma obra de engenharia que levou 17 anos para ser concluída e entrou em operação em 2016. Com 57,1 km de extensão e até 2.450 metros de profundidade sob os Alpes, ele representa um marco na história da infraestrutura global.
Mais do que um feito arquitetônico, o túnel mudou o transporte europeu. Ao conectar Zurique, na Suíça, a Milão, na Itália, reduziu o tempo de viagem em quase uma hora e aumentou a capacidade de transporte de cargas, desafogando rodovias alpinas e reforçando a integração do continente.
Uma travessia estratégica pelos Alpes
O Túnel de Base de São Gotardo foi concebido para enfrentar uma barreira natural histórica: os Alpes suíços. Antes dele, o trajeto ferroviário era sinuoso e mais lento, limitando a velocidade e a capacidade de transporte.
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Com o novo corredor subterrâneo, os trens percorrem um caminho quase plano, o que facilita tanto o transporte de passageiros em alta velocidade quanto o de cargas pesadas.
Essa característica transformou a logística no continente. O túnel se tornou parte fundamental do corredor Reno-Alpes, que conecta Rotterdam, nos Países Baixos, ao porto de Gênova, na Itália, criando um elo vital entre o norte e o sul da Europa.
Engenharia de superlativos
Construir o túnel ferroviário mais longo e profundo do mundo exigiu uma das maiores mobilizações da engenharia moderna. Foram necessários 12,2 bilhões de francos suíços e o trabalho de milhares de profissionais de 15 países.
Mais de 28 milhões de toneladas de rocha foram removidas com o uso de gigantescas máquinas perfuratrizes.
A profundidade trouxe desafios extremos: pressão das rochas, temperaturas internas de até 46°C e variações geológicas inesperadas. Para vencer esses obstáculos, foi desenvolvido concreto de alta performance capaz de se solidificar rapidamente sob condições adversas.
Benefícios ambientais e econômicos
Além da eficiência logística, o túnel trouxe ganhos ambientais expressivos. Ao transferir cargas das estradas para os trilhos, reduziu a circulação de caminhões nas rodovias alpinas, diminuindo poluição, acidentes e danos à natureza da região.
Do ponto de vista econômico, a obra consolidou a posição da Suíça como um hub central no transporte europeu, aumentando a competitividade do comércio entre países e fortalecendo a integração de mercados.
O túnel hoje e os próximos desafios
Apesar da grandiosidade da obra, sua operação exige manutenção constante. Após o descarrilamento de 2023, o túnel ficou fechado por mais de um ano e só reabriu em setembro de 2024.
Em 2025, continua ativo, mas passa por obras de modernização em sistemas de segurança e trilhos, com interrupções programadas até 2027.
Mesmo com esses desafios, o Túnel de Base de São Gotardo segue cumprindo seu papel estratégico: transportar passageiros e cargas de forma mais rápida, segura e sustentável através dos Alpes, reforçando sua posição como uma das maiores conquistas da engenharia contemporânea.
O túnel ferroviário mais longo e profundo do mundo é um símbolo da capacidade humana de superar barreiras naturais e repensar a mobilidade no continente europeu.
Mas os custos de manutenção e os riscos de acidentes mostram que a engenharia precisa ser acompanhada de constante vigilância e inovação.
E você, acredita que obras desse porte justificam o investimento bilionário? Considera que o Brasil deveria apostar em projetos de infraestrutura desse nível para integrar melhor suas regiões?
Deixe sua opinião nos comentários queremos ouvir quem vive isso na prática.
Realmente o Brasil precisa pensar em aumentar a rede ferroviária do país. Eu acho que urge colocar este assunto em pauta entre as autoridades do nosso país
Se fosse no Brasil o Chefe iria contratar a Construtora O…….h para construir com 3x maior que o custo normal
De fato é uma obra magnífica. Entretanto não se pode negar que o túnel que liga Honshu a Hokaido no Japão não fica atrás em complexidade e dificuldade na construção, operação e manutenção, uma vez que o túnel em questão, embora menor em extensão, passa debaixo do oceano. Foram vinte anos desde o projeto inicial até a efetiva operação rodoviária e ferroviária, e até o momento não houve interrupção na operação. Esta e outras obras mostram o quanto o ser humano quando quer a palavra impossível deixa de existir.