A Marinha do Brasil avança na construção do primeiro submarino nuclear nacional. Visita técnica à Nuclep destaca progresso do PROSUB, projeto estratégico para defesa e inovação.
A Marinha do Brasil está avançando com uma das iniciativas mais ambiciosas de sua história: a construção do primeiro submarino nuclear brasileiro, dentro do escopo do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB).
A mais recente etapa desse esforço foi marcada por uma visita técnica de uma comitiva da Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM) às instalações da Nuclep, em Itaguaí (RJ), onde o submarino está sendo construído.
Submarino nuclear do Brasil será símbolo de projeção e dissuasão estratégica
A embarcação, oficialmente chamada de Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear (SCPN), representa um salto tecnológico e estratégico para o país.
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Com capacidade para operar por longos períodos submerso e em grandes distâncias da costa, o submarino aumentará significativamente a autonomia e o poder dissuasório da Marinha do Brasil.
Trata-se de um marco dentro da Estratégia Nacional de Defesa, que visa ampliar a presença e a capacidade de vigilância brasileira sobre os mais de 5,7 milhões de km² da chamada Amazônia Azul — a vasta zona marítima sob jurisdição nacional.
Durante a inspeção nas instalações industriais da Nuclep, a comitiva liderada por oficiais da Marinha e acompanhada pelo presidente da empresa, Alexandre Vianna Santana, percorreu diversas áreas produtivas com o objetivo de avaliar o andamento da fabricação de seções críticas do SCPN.
A empresa, referência em engenharia pesada e fabricação de componentes estruturais, está encarregada de desenvolver partes fundamentais do casco resistente do submarino.
A visita também teve como foco a análise das condições logísticas internas, fluxos de produção, pontos de integração estrutural e da capacidade da planta industrial para expandir sua atuação nos estágios futuros do projeto.
O objetivo é garantir que toda a infraestrutura esteja adequada às exigências de um programa com tamanha complexidade técnica.
Governança integrada e avanço tecnológico
A articulação entre a Marinha do Brasil, a Nuclep, o Centro de Projetos de Sistemas Navais (CPSN) e a Coordenadoria-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear (COGESN) exemplifica o modelo de governança colaborativa adotado no PROSUB.
Essa integração entre instituições militares, empresas estratégicas e centros de pesquisa é um dos pilares que sustentam o projeto.
“A Marinha reúne duas das principais áreas de atuação da Nuclep: os segmentos de Defesa e Nuclear. Quando falamos de um submarino com propulsão nuclear, estamos diante de um projeto estratégico. Receber esse tipo de cliente reforça nossa relevância e protagonismo nesse mercado”, afirmou Alexandre Vianna, presidente da Nuclep.
O desenvolvimento de um submarino nuclear pela Marinha do Brasil não se limita à esfera militar. O projeto tem forte impacto econômico e tecnológico, ao fomentar a geração de empregos qualificados, o fortalecimento da indústria de base e o avanço da inovação científica no país.
Além disso, ao dominar a tecnologia de propulsão nuclear embarcada, o Brasil se junta a um grupo restrito de nações com esse tipo de capacidade estratégica — como Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido.
PROSUB: mais que Defesa, um vetor de soberania e inovação
O PROSUB, além de consolidar a soberania marítima nacional, insere o Brasil em uma nova era de protagonismo tecnológico e militar.
O projeto simboliza o compromisso do Estado brasileiro com o desenvolvimento autônomo de soluções de alta complexidade e com a proteção de suas riquezas naturais.
A expectativa é que o submarino esteja operacional ainda nesta década, consolidando o Brasil como uma potência marítima emergente e reafirmando sua posição no cenário internacional.