Desenvolvido para proteger cidades de ataques de curto alcance, o Domo de ferro de Israel se tornou um dos sistemas de defesa aérea mais famosos e eficazes do mundo. Entenda como ele funciona, sua taxa de sucesso e suas limitações
Entenda em detalhes a tecnologia por trás do Domo de ferro de Israel. Analisamos como ele funciona, seu impressionante desempenho em combate e os desafios e limitações que enfrenta em um cenário de ameaças em constante evolução.
O sistema de defesa “Domo de ferro” é um marco na tecnologia militar moderna. Concebido para proteger a população e as infraestruturas críticas de Israel contra foguetes, artilharia e morteiros, este sistema se tornou um pilar da estratégia de defesa do país.
Desenvolvido principalmente pela empresa israelense Rafael Advanced Defense Systems, com apoio dos EUA, o Domo de ferro foi implantado pela primeira vez em 2011.
-
Que a China ama dragões todos sabem — mas uma rodovia em espiral que lembra um, com 350 m de altura e parece flutuar entre as nuvens, é realmente impressionante
-
Fim dos radares: rodovias ficam sem monitoramento e apela para boa vontade dos motoristas
-
Estudante de 17 anos resolveu um problema de matemática que estava sem solução há 45 anos — mundo científico está impressionado com a genialidade da jovem
-
Por que três irmãos idênticos foram adotados por famílias diferentes e filmados por anos sem saberem? O mistério que só será revelado em 2065
O que é o Domo de ferro e como ele funciona?
O Domo de ferro de Israel é um sistema de defesa aérea projetado para operar em todas as condições climáticas.
Sua necessidade tornou-se urgente após a Guerra do Líbano de 2006, quando milhares de foguetes foram disparados contra o país.
O sistema foi desenvolvido em tempo recorde e se tornou operacional em 2011.
Uma bateria do Domo de ferro é composta por três elementos principais que trabalham em conjunto:
Radar de detecção e rastreamento: utiliza o avançado radar EL/M-2084 para detectar o lançamento de um foguete e rastrear sua trajetória.
Sistema de gerenciamento de batalha (BMC): é o “cérebro” do sistema. Este computador analisa os dados do radar em segundos para calcular o ponto de impacto do foguete.
Unidade de disparo de mísseis (MFU): são os lançadores que disparam os mísseis interceptadores Tamir. Cada bateria possui de três a quatro lançadores, cada um com até 20 mísseis.
O processo de interceptação, uma decisão de “defesa inteligente” em segundos
A genialidade do Domo de ferro de Israel está em seu processo de interceptação rápido e seletivo.
Detecção: o radar identifica um foguete logo após o lançamento.
Análise: em segundos, o BMC calcula a trajetória e o ponto de impacto. Aqui entra a “defesa inteligente”: o sistema só dispara um interceptador se o foguete estiver em rota de colisão com uma área povoada ou uma infraestrutura crítica. Foguetes que cairiam em áreas abertas são ignorados para economizar os caros mísseis.
Interceptação: Se a ameaça é confirmada, um míssil Tamir é lançado. Ele se guia até o alvo e sua ogiva detona o foguete inimigo no ar, sobre uma área neutra para minimizar danos colaterais.
Todo este processo, da detecção ao lançamento, é concluído em menos de 30 segundos.
Qual a real taxa de sucesso do Domo de ferro de Israel?
Desde sua implantação, o Domo de ferro tem demonstrado uma eficácia notável. O sistema já interceptou com sucesso mais de 5.000 foguetes, com uma taxa de sucesso consistentemente relatada como superior a 90% contra os alvos que se propõe a destruir.
Em conflitos como a Operação Pilar de Defesa (2012) e a Operação Guardião dos Muros (maio de 2021), o sistema neutralizou a grande maioria dos foguetes que ameaçavam áreas povoadas, salvando inúmeras vidas e prevenindo danos massivos. Em maio de 2021, a precisão em zonas urbanas chegou a 96%.
As limitações e os desafios do escudo israelense
Apesar de sua eficácia, o Domo de ferro de Israel não é infalível e possui limitações importantes.
Ponto de saturação: o sistema pode ser sobrecarregado por uma barragem massiva de foguetes disparados simultaneamente. O ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, com o lançamento de cerca de 5.000 foguetes em um curto período, é um exemplo em que o sistema foi saturado.
Assimetria de custos: cada míssil interceptador Tamir custa entre US$ 40.000 e US$ 50.000. Em contraste, muitos dos foguetes que ele intercepta são de baixo custo e produzidos em massa. Essa assimetria de custos é um desafio econômico significativo em conflitos prolongados.
Ameaças específicas: o Domo de ferro foi projetado para foguetes de curto alcance e não é eficaz contra mísseis balísticos ou hipersônicos. Para essas ameaças, Israel utiliza outros sistemas, como o David’s Sling e o Arrow, em sua defesa multicamadas.
O futuro da defesa aérea, do Domo de ferro ao “Iron Beam”
O Domo de ferro de Israel é um sistema em constante evolução. Já foram desenvolvidas variantes como o C-Dome (versão naval para proteger navios) e o I-Dome (um sistema “tudo-em-um” montado em um único caminhão para implantação rápida).
Para enfrentar o desafio da assimetria de custos, Israel está desenvolvendo o “Iron Beam” (Raio de Ferro), um sistema de defesa a laser.
A promessa é que cada disparo de laser custe apenas alguns dólares, tornando a interceptação de ameaças de baixo custo economicamente sustentável.
O Domo de Ferro revolucionou a defesa aérea de curto alcance, provando ser um escudo vital para proteger a população civil de Israel.
No entanto, sua história também demonstra que, na guerra moderna, a defesa é uma corrida armamentista contínua, onde a tecnologia precisa evoluir constantemente para se antecipar a novas táticas e ameaças.