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O segredo por trás dos carros que “dirigem sozinhos”: por que trocar uma peça errada pode fazer seu carro frear do nada

Escrito por Felipe Alves da Silva
Publicado em 09/07/2025 às 18:18
Equipe técnica recalibrando sensores ADAS em veículo moderno dentro de oficina equipada com scanner e alvos
Técnico automotivo realiza diagnóstico do sistema ADAS diretamente do interior do veículo com scanner eletrônico de precisão
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Oficinas mecânicas de todo o país devem redobrar a atenção ao realizar manutenções em veículos com sistemas ADAS, que utilizam sensores, câmeras e radares para funções automatizadas de segurança. A recalibração desses dispositivos após reparos em direção, suspensão ou freios é essencial para evitar falhas graves na condução. O alerta foi feito por especialistas da DRiV, referência global em componentes automotivos.

Com a popularização dos sistemas avançados de assistência ao condutor, os ADAS se tornaram padrão em muitos veículos modernos. Eles atuam em tarefas como frenagem automática de emergência, manutenção de faixa e controle de estabilidade. Todos esses recursos dependem de sensores posicionados com precisão milimétrica.

Esses sensores são altamente sensíveis a alterações estruturais. Qualquer troca de amortecedor, bandeja, pivô, barra de direção ou disco de freio pode modificar a geometria do veículo e, consequentemente, afetar a leitura dos dados. Sem recalibração, os sistemas ADAS podem interpretar de forma errada a trajetória, posição ou velocidade, resultando em comandos incorretos.

Juliano Caretta, supervisor técnico da DRiV, explica que até mesmo o alinhamento ou balanceamento simples pode comprometer a leitura do sensor de ângulo de direção. “Se o veículo não estiver perfeitamente em linha reta, o sistema poderá entender que há risco, acionando respostas automáticas desnecessárias”, alerta.

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Falta de equipamentos pode comprometer a segurança

Para garantir a correta atuação dos sensores, é necessário utilizar equipamentos de calibração estática e dinâmica, com software específico que compara os dados com os padrões originais de fábrica. O processo pode envolver alvos posicionados em frente ao veículo ou simulações em movimento com scanner.

Oficinas que não dispõem dessa infraestrutura devem orientar os clientes sobre a necessidade do serviço especializado, encaminhando os veículos para centros de calibração. Ignorar esse passo pode resultar em freadas automáticas inesperadas, perda de controle em curvas ou falhas na leitura de faixas, colocando condutores e pedestres em risco.

Entre os sistemas mais sensíveis à alteração estão o assistente de permanência em faixa, controle de cruzeiro adaptativo, alerta de ponto cego e frenagem de emergência, todos altamente dependentes da leitura correta do ambiente ao redor do veículo.

Peças desgastadas podem gerar falhas críticas nos sensores

Segundo Caretta, peças desgastadas de suspensão e direção alteram o ângulo de atuação dos sensores. Isso causa divergência entre o que o veículo “pensa” que está fazendo e a realidade. Como exemplo, ele cita que uma barra de direção mal instalada pode alterar a convergência, interferindo na trajetória sem que o condutor perceba.

Um erro de apenas um grau no alinhamento pode causar desgaste excessivo nos pneus e comprometer o sistema de frenagem automatizada, afetando diretamente a segurança. Por isso, a verificação da integridade desses componentes deve ser acompanhada por recalibração completa dos sensores.

A falta de alinhamento entre as peças mecânicas e os módulos eletrônicos compromete o desempenho dos ADAS, tornando o carro menos eficiente e potencialmente perigoso. Por isso, é fundamental seguir as recomendações dos fabricantes e realizar manutenções com precisão técnica.

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Sensor de ângulo de direção precisa estar 100% preciso

Entre todos os sensores, o de ângulo de direção é um dos mais sensíveis a erros pós-mecânica. Ele identifica a posição do volante em relação à direção real do carro, o que é vital para o sistema reagir corretamente em emergências. Se a leitura estiver incorreta, o sistema pode aplicar comandos inadequados, como uma correção de rota desnecessária.

Esse tipo de erro pode ocorrer mesmo após manutenções simples, como a substituição de um terminal de direção ou amortecedor, e exige uma reprogramação com scanner adequado. Com o carro em linha reta, o sensor deve ser calibrado novamente para garantir a simetria entre volante e trajetória.

Recalibração é a chave para o bom funcionamento do ADAS

De acordo com Caretta, toda intervenção mecânica em rodas, suspensão, direção ou freios exige posterior verificação e ajuste dos sensores. O procedimento garante que as leituras eletrônicas estejam em conformidade com a nova configuração estrutural do veículo.

A informação foi divulgada por matéria da Balcão Automotivo, com base em entrevista com o supervisor técnico da DRiV. O conteúdo reforça que a simples negligência na calibração pode desativar parcial ou totalmente funções cruciais de assistência à condução.

Especialistas recomendam atenção redobrada nas oficinas

Oficinas que desejam manter-se atualizadas e garantir segurança aos clientes devem investir em equipamentos modernos de calibração de sistemas ADAS, capacitar suas equipes e incluir esse serviço no pós-mecânica. A prática ainda é negligenciada em muitas regiões, o que pode colocar em risco a vida dos ocupantes dos veículos.

A era dos carros inteligentes exige diagnósticos inteligentes. Com o crescimento das tecnologias embarcadas, a integração entre mecânica tradicional e eletrônica veicular é irreversível. Entender e aplicar corretamente as técnicas de calibração é um passo fundamental para acompanhar a evolução do setor automotivo.

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Felipe Alves da Silva

Profissional com formação militar pelo Exército Brasileiro e experiência em gestão administrativa e logística no setor industrial. Escreve sobre defesa, segurança, geopolítica, indústria automotiva, ciência e tecnologia. Sugestões de pauta: fa06279@gmail.com

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