A usina é movida por componentes colossais, incluindo o rotor do gerador de Itaipu de 1.760 toneladas, um feito da engenharia que está em plena modernização.
A imagem de uma peça colossal girando para gerar energia para milhões de pessoas alimenta o imaginário sobre a Usina de Itaipu. No centro desse sistema, o rotor do gerador de Itaipu converte a força da água em eletricidade, mas a história por trás de seus verdadeiros pesos e medidas é ainda mais fascinante que a lenda.
Fruto de um tratado assinado entre Brasil e Paraguai em 1973, a usina é um monumento da engenharia. Agora, em pleno processo de modernização, a análise de seus componentes revela por que Itaipu continua sendo uma referência global. Entenda como essa máquina funciona e como seu futuro está sendo garantido.
Como a força da água move as 20 gigantescas turbinas Francis
A geração de energia em Itaipu começa na sua barragem de quase 8 km de extensão e 196 metros de altura. A água do Rio Paraná é direcionada por enormes condutos forçados, com 10,5 metros de diâmetro cada, até as 20 unidades geradoras.
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Cada unidade é equipada com uma turbina do tipo Francis, ideal para a queda d’água de 118 metros da usina. A vazão de água que passa por cada turbina é de 690 metros cúbicos por segundo. É essa força monumental da água que, no final da linha, impulsiona o rotor do gerador de Itaipu.
A roda da turbina e o rotor do gerador de Itaipu
A unidade geradora possui dois componentes rotativos principais, com pesos e funções muito diferentes, que muitas vezes são confundidos.
A peça que tem contato direto com a força da água é a Roda da Turbina. Com suas pás curvas, ela funciona como um remo gigante. A roda da turbina de Itaipu tem 8,6 metros de diâmetro e pesa 296 toneladas.
Acoplado ao eixo da turbina está o verdadeiro colosso da unidade: o rotor do gerador de Itaipu. Este é um eletroímã maciço que, ao girar, converte o movimento em eletricidade. É a parte móvel mais pesada da usina, com 1.760 toneladas. O peso total de uma única unidade geradora, que inclui a turbina, o eixo e o impressionante rotor do gerador de Itaipu, chega a aproximadamente 3.360 toneladas.
Girando a 90 RPM para gerar 14.000 MW: A produção de energia para Brasil e Paraguai
Todo esse conjunto gigantesco, com o rotor do gerador de Itaipu como seu componente mais massivo, gira a uma velocidade rigorosamente controlada, pois ela define a frequência da energia elétrica. As dez unidades que atendem o Brasil (60 Hz) giram a 92,3 rotações por minuto (RPM), enquanto as dez que servem o Paraguai (50 Hz) giram a 90,9 RPM.
Cada uma das 20 unidades tem uma capacidade nominal de 700 megawatts (MW), totalizando a famosa capacidade instalada de 14.000 MW de Itaipu. Pelo tratado de 1973, a energia é dividida igualmente entre os dois países. Como o Paraguai consome menos que sua cota, ele vende o excedente para o Brasil, uma operação chave para o sucesso do acordo binacional.
O plano de modernização de US$ 670 milhões que vai até 2036
Após quase 40 anos de operação, Itaipu iniciou o mais abrangente plano de atualização de sua história. O projeto, com custo de cerca de 670 milhões de dólares e duração de 14 anos (2022-2036), visa substituir os sistemas de controle analógicos por tecnologia digital de ponta.
A modernização é focada no “cérebro” da usina, não em seus “músculos”. As peças pesadas, como a turbina, a roda da turbina e o robusto rotor do gerador de Itaipu, estão em excelente estado e não serão trocadas. O foco em 2025 está no planejamento, usando um “gêmeo digital” da usina para simular todas as mudanças antes da intervenção física, que começará em 2026.
Um legado de energia limpa e engenharia robusta
Itaipu é um ícone da engenharia não apenas por sua escala, mas por sua longevidade e desempenho. A usina detém o recorde mundial de maior produção de energia acumulada da história, um feito possível graças à confiabilidade de componentes como o rotor do gerador de Itaipu.
Com a quitação da dívida de sua construção em 2023, a usina entrou em uma nova era, liberando recursos para financiar sua própria modernização. Ao atualizar seus sistemas para o século XXI, Itaipu garante que continuará a ser um pilar de energia limpa e renovável, solidificando seu legado como um exemplo de cooperação, excelência e sustentabilidade.