O rio Amazonas é o maior em volume, biodiversidade e, segundo novas medições, também o rio mais longo do mundo. Ele atravessa três dos principais biomas brasileiros e esconde mistérios que intrigam cientistas até os dias atuais.
Durante décadas, o rio Nilo carregou o título de rio mais longo do planeta, com seus 6.650 km atravessando o deserto africano. No entanto, estudos recentes realizados por cientistas brasileiros e internacionais revelaram que o verdadeiro campeão em extensão é o rio Amazonas, com aproximadamente 7.062 km, quando se considera sua nascente mais remota, localizada nos Andes peruanos. A controvérsia surgiu a partir de estudos realizados entre 2007 e 2014, que reavaliaram o ponto inicial do rio no Peru e utilizaram tecnologias avançadas de mapeamento via satélite e GPS de alta precisão. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) participaram dos levantamentos.
Essa nova mensuração reacendeu o debate geográfico global e colocou o rio Amazonas como o mais longo do mundo, além de reafirmá-lo como o mais volumoso em termos de descarga hídrica e biodiversidade.
O rio Amazonas: um colosso da natureza
O rio Amazonas nasce na Cordilheira dos Andes e percorre três países principais: Peru, Colômbia e Brasil, até desaguar no oceano Atlântico, na costa norte do Brasil. Dentro do território brasileiro, o rio percorre cerca de 3.800 km, cortando vastas regiões da Amazônia Legal e passando por estados como Amazonas, Pará e Amapá.
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Sua vazão média é de 209 mil m³ por segundo, o que representa cerca de 20% da água doce despejada nos oceanos em todo o planeta. O rio Amazonas abriga mais de 2.000 espécies de peixes conhecidas (com centenas ainda sendo descritas), além de botos, jacarés, arraias de água doce e inúmeras espécies endêmicas.
Cruzando três biomas brasileiros – rio Amazonas: Amazônia, Cerrado e Pantanal
O rio Amazonas não é importante apenas por sua extensão e volume. Ele desempenha um papel vital na interconexão dos principais biomas brasileiros:
1. Amazônia
A maior floresta tropical do mundo é diretamente irrigada pelo Amazonas e seus afluentes. O clima, o ciclo das chuvas e o transporte de nutrientes na região dependem de sua dinâmica.
2. Cerrado
Alguns dos rios afluentes do Amazonas, como o Tocantins e o Xingu, nascem ou atravessam o bioma Cerrado. Isso mostra a ligação ecológica entre as florestas tropicais úmidas e os campos secos do Brasil Central.
3. Pantanal
Embora mais distante da bacia amazônica principal, há conexões indiretas entre as cabeceiras do Amazonas e o Pantanal, principalmente por meio de divisores de água e lençóis freáticos subterrâneos interligados.
Essas interações mostram que o rio Amazonas funciona como uma espinha dorsal hídrica do continente sul-americano, influenciando ecossistemas muito além das margens visíveis de seu curso principal.
Segredos científicos que o Amazonas ainda guarda
Apesar de ser um dos rios mais estudados do mundo, o rio Amazonas ainda é um mistério em muitos aspectos, o que o torna um fascinante campo de pesquisa para cientistas de diversas áreas.
Rios subterrâneos
Em 2011, pesquisadores do INPA descobriram a existência de um rio subterrâneo paralelo ao Amazonas, chamado informalmente de rio Hamza. Ele corre a cerca de 4.000 metros de profundidade e teria extensão semelhante ao Amazonas, embora com vazão muito menor. Sua existência foi confirmada por meio de perfurações feitas pela Petrobras.
Fundo do rio ainda pouco mapeado
Ao contrário de rios na Europa e América do Norte, o leito do Amazonas é pouco explorado em profundidade, devido à dificuldade logística e à densidade da floresta. Sabe-se que há canais profundos, espécies abissais e formações geológicas únicas.
Nascente verdadeira
Durante anos, acreditou-se que a nascente do rio Amazonas estava no Nevado Mismi, no Peru. Hoje, muitos estudiosos indicam que ela pode estar em um afluente ainda mais distante, como o rio Mantaro. Essa questão ainda está sendo debatida na comunidade científica.
Círculo de nutrientes e “rios voadores”
O Amazonas não apenas transporta água por terra, mas joga bilhões de litros por dia na atmosfera, alimentando os chamados “rios voadores”, que são massas de vapor que viajam até o Sudeste e o Sul do Brasil, influenciando as chuvas nessas regiões.
Importância econômica, cultural e ecológica
O rio Amazonas é vital para milhões de brasileiros. Ele abastece cidades inteiras, serve como via de transporte para comunidades ribeirinhas, movimenta a economia da pesca, do turismo e da navegação.
Além disso, representa um patrimônio cultural imensurável para povos indígenas e comunidades tradicionais. Para muitos, o rio não é apenas um recurso, mas uma entidade viva, com espírito, história e sabedoria ancestral.
Desafios e ameaças: o maior rio do mundo em risco
Apesar de sua grandiosidade, o rio Amazonas enfrenta diversas ameaças, como:
- Desmatamento: a perda da cobertura vegetal afeta o regime de chuvas e aumenta o assoreamento de rios.
- Garimpo ilegal: além de poluir com mercúrio, afeta a vida aquática e contamina populações humanas.
- Mudanças climáticas: alterações no regime de chuvas podem reduzir a vazão do rio e impactar a biodiversidade.
- Barragens e hidrelétricas: projetos de infraestrutura podem interromper o fluxo natural de sedimentos e prejudicar a migração de peixes.
A preservação do rio mais longo do mundo depende de políticas públicas, cooperação internacional e educação ambiental.
Curiosidades sobre o rio Amazonas
- O rio Amazonas é mais largo que o estado de São Paulo em alguns trechos durante o período de cheias.
- Em sua foz, o rio é tão poderoso que a água doce avança mais de 150 km mar adentro, alterando a salinidade do oceano.
- O fenômeno do “pororoca”, uma onda que invade o rio vinda do mar, ocorre em diversos pontos do Amazonas, sendo estudada por físicos e surfistas.
- O rio Solimões, no Brasil, é considerado a parte superior do rio Amazonas até o encontro com o rio Negro, em Manaus.
O Brasil abriga o maior rio do planeta
O rio Amazonas não é apenas o mais volumoso — ele é, cada vez mais, reconhecido como o mais extenso do mundo, superando até o tradicionalmente exaltado rio Nilo. Ele cruza três dos principais biomas brasileiros, é lar de milhares de espécies únicas, serve como veia econômica e cultural para milhões de pessoas e ainda guarda segredos geológicos e biológicos que desafiam a ciência.
O rio mais longo do mundo não está apenas nos mapas. Ele pulsa no coração da maior floresta tropical do planeta — e pertence ao Brasil. Preservá-lo é mais do que um dever nacional: é um compromisso com o futuro da humanidade.
Por isso devemos de preservar essa maravilha da natureza que além de enorme em águas e tamanho ele é um meio de sustento para todos.
O Rio máximas é uma potência mundial.