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O Rio Amazonas tem uma “cópia” subterrânea gigante chamada Hamza e é um mistério!

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 09/05/2025 às 22:17
O Enigmático "Rio Hamza": Um Gêmeo Subterrâneo para o Rio Amazonas?
O Enigmático “Rio Hamza”: Um Gêmeo Subterrâneo para o Rio Amazonas?
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Em 2011, cientistas propuseram a existência de um colossal fluxo de água subterrâneo sob a Bacia Amazônica, paralelo ao famoso Rio Amazonas. Conheça o “Rio Hamza” e as controvérsias que o cercam.

O majestoso Rio Amazonas, conhecido por seu volume e importância global, pode ter um “gêmeo” enigmático correndo em grandes profundezas sob seus pés: o chamado “Rio Hamza”. Anunciado em 2011, este sistema subterrâneo proposto teria dimensões continentais, seguindo um curso paralelo ao do Rio Amazonas.

Mas o que é exatamente o Hamza? Um rio de fato, ou um vasto aquífero? Esta descoberta gerou tanto fascínio quanto debate na comunidade científica. Vamos explorar as características, a base científica e as controvérsias em torno deste gigante oculto que corre sob o Rio Amazonas.

A descoberta do “Rio Hamza”: um fluxo subterrâneo sob o famoso Rio Amazonas

A identificação do sistema Hamza foi anunciada em agosto de 2011, durante o 12º Congresso Internacional da Sociedade Brasileira de Geofísica. A pesquisa foi conduzida por uma equipe liderada por Valiya Mannathal Hamza, cientista do Observatório Nacional, e Elizabeth Tavares Pimentel, então doutoranda na Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

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A base para a descoberta foram dados de temperatura de 241 poços de petróleo profundos, perfurados pela Petrobras na Bacia Amazônica, principalmente nas décadas de 1970 e 1980. A designação “Rio Hamza”, uma homenagem ao pesquisador, não é um nome geográfico oficial, refletindo seu status como uma proposição científica ainda em discussão.

Características propostas do Hamza

O Enigmático Rio Hamza Um Gêmeo Subterrâneo para o Rio Amazonas

O sistema Hamza, conforme descrito, teria dimensões impressionantes. Estima-se um comprimento de aproximadamente 6.000 km, correndo de oeste para leste sob a bacia do Rio Amazonas, a uma profundidade média de quase 4.000 metros. Sua largura poderia variar entre 200 e 400 km, superando a do Rio Amazonas em muitos trechos.

Apesar da vastidão, sua dinâmica hidrológica é muito distinta. A vazão estimada é de cerca de 3.000 a 3.900 m³/s, apenas 2-3% da descarga do Rio Amazonas. Mais notavelmente, a velocidade do fluxo da água no Hamza seria extraordinariamente lenta, comparável à de um glaciar (10 a 100 metros por ano), ocorrendo como uma percolação através de rochas sedimentares porosas, e não em um canal aberto.

O “Rio Hamza” em debate: controvérsias científicas e a questão da terminologia correta

A principal controvérsia científica em torno do Hamza reside na sua classificação como “rio”. Muitos geólogos e hidrogeólogos argumentam que o termo é inadequado, pois o fenômeno descrito – fluxo lento e difuso por meio poroso – corresponde à definição de um extenso sistema aquífero profundo, muito diferente dos rios subterrâneos convencionais encontrados em terrenos cársticos.

O ceticismo também se dirige à metodologia, que se baseia em evidências indiretas (anomalias de temperatura) de um número limitado de poços para definir um sistema de escala continental. Além disso, a salinidade da água do Hamza é um ponto de debate: alguns relatos indicam alto teor de sal, enquanto outros sugerem origem doce, o que impactaria diretamente sua interação com o ecossistema do Rio Amazonas e o Oceano Atlântico.

O que significaria a existência do Hamza para a Bacia do Rio Amazonas?

Se confirmada a existência do sistema Hamza com as características propostas, seria necessária uma revisão significativa do balanço hídrico da Bacia Amazônica. Ele representaria um componente importante no transporte de água na região, influenciando a compreensão da hidrogeologia local e, potencialmente, as interações com aquíferos mais rasos e com o próprio Rio Amazonas.

As implicações para o Oceano Atlântico, onde o Hamza supostamente deságua, também dependeriam crucialmente da salinidade de suas águas. A resolução desses mistérios e a compreensão de seus mecanismos de recarga e descarga são fundamentais para avaliar seu real papel no sistema terrestre.

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Mais de uma década após seu anúncio, o “Rio Hamza” permanece mais no campo de uma hipótese intrigante do que um fato científico universalmente aceito. A ausência de estudos de seguimento robustos e validação independente na literatura científica revisada por pares significa que muitas questões fundamentais continuam sem resposta.

A saga do Hamza destaca a complexidade de investigar os vastos e inacessíveis domínios subterrâneos sob a bacia do Rio Amazonas. Independentemente de sua classificação final, a pesquisa inicial estimulou o interesse pela hidrogeologia profunda da Amazônia, ressaltando a importância da ciência rigorosa e da verificação independente na exploração das fronteiras do nosso planeta.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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