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O RG de um poço do Pré-Sal, a nomenclatura complexa da ANP que identifica um poço com uma série de números e letras

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 21/06/2025 às 11:04
O "RG" de um poço do Pré-Sal: como decifrar a identidade de um poço de petróleo com o código da ANP
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A sequência alfanumérica, como 1-BRSA-1080-CES, funciona como uma identidade única que revela a categoria, a empresa operadora e a localização exata de cada perfuração no Brasil

Longe de ser uma sopa de letrinhas, o código que identifica um poço do Pré-Sal é um verdadeiro ‘RG’, uma identidade única e rastreável para cada perfuração. Aquela sequência de números e letras, como 1-BRSA-1080-CES, revela quem, onde e por que perfurou em busca de petróleo no Brasil. Este sistema, regulamentado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), é a espinha dorsal que garante a organização, a segurança e a transparência de um dos setores mais estratégicos do país.

Longe de ser aleatório, cada segmento do código carrega uma informação precisa, desde o tipo de poço e a empresa responsável até sua localização exata na costa brasileira. Compreender essa lógica é a chave para decifrar o mapa da exploração de petróleo e gás no Brasil, uma ferramenta essencial para reguladores, investidores e pesquisadores.

A anatomia do código, o que significa cada letra e número?

Para entender o sistema, vamos desconstruir o código do poço do Pré-Sal 1-BRSA-1080-CES. A base para essa decodificação é a Resolução ANP nº 699, de 6 de setembro de 2017, que padronizou a nomenclatura para toda a indústria.

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O primeiro dígito (1): indica a categoria do poço. O número ‘1’ classifica este como um Poço Pioneiro, ou seja, o primeiro a ser perfurado em uma estrutura geológica que ainda não havia sido testada, com o objetivo de fazer uma nova descoberta. Outros números identificam poços de desenvolvimento (em campos já conhecidos), poços injetores, entre outros.

A sigla de quatro letras (BRSA): é o código da empresa operadora do poço, atribuído pela ANP. BRSA é o código que designa a Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras).

O número sequencial (1080): é um número de ordem cronológica. Este foi o 1080º poço exploratório perfurado pela Petrobras e codificado sob este sistema.

A sigla final (CES): identifica a localização geográfica. É formada pela sigla da Unidade da Federação (UF) mais a letra ‘S’ para poços no mar.

O erro comum do ‘RJ’,por que nem todo Pré-Sal está no Rio de Janeiro?

O RG de um poço do Pré-Sal,  a nomenclatura complexa da ANP que identifica um poço com uma série de números e letras

A sigla final é a fonte da correção mais importante. O código CES significa Ceará Submarino, indicando que este poço está localizado na Bacia do Ceará. A sigla RJS, frequentemente associada ao poço do Pré-Sal, se refere ao Rio de Janeiro Submarino, onde se localizam as bacias de Campos e Santos. Portanto, o poço 1-BRSA-1080 está, na verdade, na costa cearense.

‘BRSA’ não é PETR4, decifrando o código de operador da Petrobras

É comum a confusão sobre a sigla BRSA. Este é o código regulatório oficial da Petrobras na ANP, derivado de sua razão social. Ele não deve ser confundido com os códigos usados no mercado financeiro, como PETR3 e PETR4. O uso de um código regulatório estável garante a consistência do banco de dados da agência, independentemente de futuras mudanças de nome ou marca da empresa.

A lei por trás dos números, a importância da Resolução ANP nº 699/2017

A norma atual, publicada em 2017, foi um marco regulatório. Ela unificou o sistema de nomenclatura para todos os diferentes tipos de contrato de exploração no Brasil: Concessão, Cessão Onerosa e Partilha de Produção. Isso significa que um poço do Pré-Sal, sob regime de Partilha, e um poço antigo em terra, sob Concessão, seguem a mesma lógica de codificação. Essa padronização é o que permite à ANP gerenciar e fiscalizar milhares de poços de forma eficiente.

A chave para a segurança e a competitividade do Pré-Sal

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A existência de um “RG” único e claro para cada perfuração é vital para a indústria. Primeiramente, ele garante a segurança operacional. Antes de qualquer intervenção em um poço, as equipes precisam ter 100% de certeza de seu histórico e de suas características para evitar acidentes.

Além da segurança, a padronização é o que permite uma fiscalização regulatória eficaz e o cálculo correto de royalties. Em última análise, o sistema cria uma linguagem universal que promove a transparência e a competitividade, permitindo que novas empresas analisem dados históricos e invistam com mais segurança, seja em um campo maduro ou em um novo poço do Pré-Sal.

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Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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