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O que os EUA mais temiam está virando realidade: Huawei e Xiaomi desafiam as sanções e avançam nos chips feitos na China

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 14/07/2025 às 17:30
O que os EUA mais temiam está virando realidade Huawei e Xiaomi desafiam as sanções e avançam nos chips feitos na China
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Mesmo com sanções, Huawei e Xiaomi lideram a nova fase dos chips chineses e colocam em xeque a hegemonia ocidental no mercado de semicondutores.

Os Estados Unidos passaram anos tentando barrar o avanço tecnológico da China com sanções, bloqueios e restrições severas sobre o setor de semicondutores. Mas, em 2025, o cenário está mudando — e rápido. As gigantes chinesas Huawei e Xiaomi estão se tornando protagonistas em uma reviravolta que parecia improvável até pouco tempo atrás. Mesmo sob forte pressão, ambas estão desenvolvendo chips avançados com tecnologia própria e mostram que a guerra dos semicondutores ainda está longe de terminar.

O Mate 60 Pro foi o recado mais direto da Huawei ao Ocidente

Tudo começou a mudar de forma mais visível em agosto de 2023, quando a Huawei lançou o Mate 60 Pro. O smartphone chegou ao mercado com o processador Kirin 9000S, desenvolvido e fabricado na China, pela SMIC (Semiconductor Manufacturing International Corporation). Esse foi o primeiro chip de alto desempenho totalmente nacional lançado em um produto comercial — e caiu como uma bomba no mundo da tecnologia.

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O mais surpreendente? A Huawei conseguiu isso mesmo com sanções dos EUA que tentavam cortar seu acesso a ferramentas e equipamentos de ponta. O chip ainda não bate os concorrentes taiwaneses ou sul-coreanos de 3 ou 5 nanômetros, mas sua existência já é uma vitória geopolítica.

O Mate 60 Pro virou símbolo da resiliência tecnológica chinesa, mostrando que bloquear a inovação pode ter o efeito contrário: acelerar ainda mais o avanço interno.

Xiaomi entra na briga e avança com chips próprios

Enquanto a Huawei briga pelos holofotes, a Xiaomi também vem fazendo seu dever de casa. A marca, conhecida mundialmente por seus smartphones custo-benefício, está expandindo silenciosamente sua produção interna de semicondutores. Ainda não é um chip completo como o da Huawei, mas a Xiaomi já desenvolve componentes estratégicos, como chips de gerenciamento de energia e processadores para sistemas de câmera.

Essa movimentação mostra que a empresa não quer depender de ninguém quando o assunto é tecnologia essencial. Cada avanço representa mais um passo para reduzir a dependência da China de fornecedores ocidentais e para aumentar o controle sobre o próprio ecossistema de produtos.

Pequim investe pesado para transformar a indústria nacional

Nada disso acontece por acaso. O governo chinês está investindo bilhões de dólares no setor de chips, criando políticas agressivas de incentivo, desenvolvendo fornecedores locais e pressionando pelo uso de arquiteturas abertas como o RISC-V. A ideia é clara: construir uma indústria de semicondutores 100% autossuficiente.

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Isso inclui o desenvolvimento de tecnologias de fotolitografia nacional, encapsulamento de chips, infraestrutura fabril e até engenharia reversa de equipamentos que a China não pode mais importar legalmente. A estratégia é de longo prazo, mas os sinais mostram que já está funcionando.

As sanções americanas podem ter provocado o efeito contrário

A política de sanções dos EUA foi pensada para sufocar o avanço chinês. Mas na prática, ela forçou a China a acelerar sua independência tecnológica. E agora, em vez de enfraquecer, as empresas chinesas estão mais fortes — e mais determinadas a desafiar o Ocidente.

Nos bastidores, especialistas em segurança e tecnologia dos EUA admitem preocupação. Alguns analistas alertam que, em menos de uma década, a China pode não precisar mais de nenhuma tecnologia estrangeira para fabricar seus próprios chips de última geração. Isso mudaria completamente a balança de poder no mercado global.

O domínio ocidental nos chips está sendo questionado

Hoje, Taiwan, Coreia do Sul e empresas como TSMC, Samsung e Intel ainda dominam a indústria de semicondutores mais avançados. Mas essa liderança está sendo contestada. Huawei, Xiaomi e outras empresas chinesas mostram que a corrida está mais acirrada do que nunca — e que as apostas não são apenas tecnológicas, mas também econômicas e geopolíticas.

A resposta dos EUA ainda é incerta. O que está claro é que a contenção virou ponto de virada. E o mundo está de olho na próxima jogada.

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Débora Araújo

Débora Araújo é redatora no Click Petróleo e Gás, com mais de dois anos de experiência em produção de conteúdo e mais de mil matérias publicadas sobre tecnologia, mercado de trabalho, geopolítica, indústria, construção, curiosidades e outros temas. Seu foco é produzir conteúdos acessíveis, bem apurados e de interesse coletivo. Para sugestões de pauta, correções ou contato direto: deborasthefanecruz@gmail.com

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