Em meio à ascensão global das gigantes da tecnologia, uma empresa brasileira surpreende ao apresentar rentabilidade expressiva no mercado financeiro e superar nomes consolidados do Vale do Silício em valorização nos últimos anos.
A Embraer S.A. (EMBR3), empresa brasileira de destaque no setor aeronáutico mundial, consolidou-se nos últimos cinco anos como um dos principais destaques do mercado de capitais, surpreendendo investidores ao registrar valorização de 675,30% em suas ações no período.
O resultado coloca a companhia à frente de nomes consagrados da tecnologia global, como Apple, Meta Platforms e Amazon, e chama atenção de especialistas e analistas para o fenômeno de crescimento protagonizado por uma companhia industrial, em um cenário historicamente dominado pelas chamadas big techs.
De acordo com levantamento da consultoria Elos Ayta, divulgado em julho de 2025, a Embraer registrou alta de 35,99% apenas em 2025 e valorização de 69,57% nos doze meses anteriores ao dia 29 de julho, superando gigantes do setor de tecnologia, como Nvidia (30,72% no ano), Microsoft (22,07%) e Meta Platforms (19,75%).
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O desempenho excepcional da fabricante de aeronaves ocorre em meio a um ambiente de intensa volatilidade global e reflete uma conjunção de fatores internos e externos.
Decisões políticas influenciam a valorização da Embraer
Um dos episódios recentes de maior influência para o desempenho da Embraer foi a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de excluir aeronaves do chamado “tarifaço” sobre produtos importados.
O anúncio, feito em 30 de julho de 2025, impulsionou fortemente o valor das ações da empresa, que avançaram cerca de 10% no pregão seguinte e elevaram o valor de mercado da companhia para R$ 56,46 bilhões.
Em nota oficial, a Embraer afirmou: “A notícia confirma o impacto positivo e a importância estratégica das atividades da Embraer para as economias brasileira e norte-americana. Continuamos acreditando e defendendo firmemente o retorno à regra de tarifa zero para a indústria aeroespacial global. Mais importante ainda, apoiamos o diálogo contínuo entre os governos brasileiro e norte-americano e permanecemos confiantes em um resultado positivo para os dois países”.
Especialistas avaliam que decisões dessa natureza trazem previsibilidade e melhoram o ambiente de negócios, sobretudo para empresas inseridas em cadeias globais de valor.
No caso da Embraer, a maior parte das receitas provém do mercado externo, especialmente dos Estados Unidos e Europa, o que torna a política comercial internacional um fator decisivo para o desempenho da companhia na Bolsa de Valores.
Estratégia de diversificação e inovação amplia resultados
A Embraer apostou nos últimos anos em uma estratégia de diversificação, consolidando sua atuação nos segmentos de aviação comercial, defesa, executiva e agrícola.
Além disso, a empresa ampliou parcerias estratégicas com players internacionais, como Boeing, Pratt & Whitney e Collins Aerospace, reforçando sua posição global em tecnologia e inovação.
Segundo dados do relatório anual da Embraer, em 2024, 85% das receitas foram originadas no mercado internacional.
No setor de defesa, a companhia obteve avanços significativos com o cargueiro militar KC-390 Millennium, que garantiu contratos relevantes com forças aéreas da Holanda, Portugal, Hungria e Brasil.
A divisão de aviação executiva também apresentou forte crescimento, com destaque para o modelo Phenom 300, reconhecido mundialmente entre as aeronaves leves.
A atuação em projetos de mobilidade aérea urbana, como o eVTOL (veículo elétrico de decolagem e pouso vertical), elevou ainda mais o perfil inovador da Embraer, alinhando a empresa às tendências de descarbonização e sustentabilidade no setor de transporte.
Comparativo internacional reforça destaque da alta das ações da Embraer
O desempenho expressivo da Embraer ganha ainda mais relevância quando comparado aos resultados das principais empresas de tecnologia dos Estados Unidos.
Apesar de a Nvidia manter a liderança com alta acumulada de 1.582,62% em cinco anos, impulsionada pelo avanço da inteligência artificial e pela explosão da demanda por semicondutores de alto desempenho, a Embraer conquistou a segunda colocação nesse ranking, superando empresas que tradicionalmente dominam o cenário de inovação global.
No mesmo período, outras big techs, como Microsoft, Alphabet (Google), Meta Platforms e Amazon, apresentaram crescimentos consideráveis, porém ficaram atrás da fabricante brasileira em termos percentuais.
Em contraste, Apple e Tesla tiveram desempenho negativo em 2025, com quedas de 15,43% e 20,46%, respectivamente, demonstrando como o setor de tecnologia pode ser impactado por ciclos de volatilidade mesmo entre as maiores companhias do mundo.
Fatores que explicam a valorização da Embraer
A valorização de 675% das ações da Embraer em cinco anos não se deu por acaso.
A empresa se beneficiou do aumento da demanda global por aeronaves regionais, especialmente em países emergentes, do fortalecimento do dólar frente ao real, além de uma agenda contínua de redução de custos e aumento da eficiência operacional.
Esses elementos garantiram à Embraer margens mais robustas e fluxos de caixa positivos, tornando-se destaque em rentabilidade dentro do setor industrial.
Além disso, a retomada do setor aéreo pós-pandemia e o aumento dos investimentos em aviação comercial contribuíram para um ambiente mais favorável, segundo especialistas do setor.
O foco em sustentabilidade, aliado ao desenvolvimento de aeronaves menos poluentes e mais eficientes, tornou-se também um diferencial competitivo em um mercado cada vez mais exigente.
Desafios e perspectivas para a valorização da Embraer
Apesar do desempenho acima da média, a Embraer segue enfrentando desafios como a concorrência com gigantes globais, a necessidade de inovação constante e a exposição às oscilações do mercado cambial e de políticas internacionais.
A expectativa de analistas é de que a Embraer continue ampliando sua presença global, consolidando-se como referência em tecnologia aeronáutica e mantendo resultados expressivos em valor de mercado.
No cenário atual, em que a volatilidade das big techs desafia investidores, o avanço consistente da Embraer inspira questionamentos:
O que faz uma companhia brasileira industrial desbancar gigantes do Vale do Silício em rentabilidade? Você acredita que o modelo da Embraer pode ser replicado por outras empresas nacionais? Deixe sua opinião nos comentários.