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O que está acontecendo com o Itaú? Funcionários relatam clima de pânico no maior banco privado do país após demissões e sindicato cobra transparência

Escrito por Geovane Souza
Publicado em 25/09/2025 às 14:45
O que está acontecendo com o Itaú Funcionários relatam clima de pânico no maior banco privado do país e sindicato cobra transparência
Na noite de 24 de setembro, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região realizou uma plenária virtual com funcionários do Itaú.
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Plenária virtual ouviu relatos de medo e denúncias após cortes de cerca de 1.000 trabalhadores remotos do Itaú. Banco nega demissão em massa e fala em revisão individual.

Na noite de 24 de setembro, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região realizou uma plenária virtual com funcionários do Itaú para discutir o futuro do home office e os efeitos das recentes dispensas. O encontro reuniu relatos de clima de pânico, denúncias e propostas de mobilização.

A plenária foi convocada após o dia 8 de setembro, quando o banco promoveu cortes estimados em cerca de 1.000 pessoas que atuavam em regime remoto ou híbrido, segundo o sindicato. O Itaú afirmou que as decisões decorreram de “revisão criteriosa de condutas” ligadas ao trabalho remoto e ao registro de jornada, sem confirmar números. “Não foi demissão em massa”, disse a instituição em nota à imprensa.

Reportagens detalharam que o banco utilizou telemetria e monitoramento de cliques/teclado para embasar as decisões, sem informar previamente todos os trabalhadores, o que especialistas consideram controverso do ponto de vista de transparência e LGPD.

O tema ganhou escala nacional. Na terça (23/9), uma audiência pública em Brasília discutiu saúde e condições de trabalho na categoria, com o deputado federal Vicentinho (PT-SP) incluindo o caso do Itaú na pauta.

Por que o Itaú demitiu e o que está em disputa

Segundo o banco, os desligamentos foram individuais após uma revisão de condutas no home office e padrões “incompatíveis” com princípios de confiança. A versão oficial ressalta que não se tratou de layoff coletivo e que houve “gestão responsável”. O número de desligados não foi confirmado pelo Itaú.

O sindicato contesta critérios e falta de transparência. Alega que a métrica de atividade digital desconsidera a natureza de tarefas técnicas, períodos de raciocínio, testes de sistemas e falhas de registro, o que pode distorcer produtividade. A entidade cobra acesso às regras e dados que fundamentaram os cortes e pede revisão caso a caso.

Investigações jornalísticas informaram uso de softwares de vigilância que registram cliques, teclado e navegação, o que abre debate sobre consentimento e finalidade do tratamento. Juristas ouvidos na imprensa apontam risco jurídico se não houver base legal adequada e comunicação prévia.

Plenária de 24/9 teve relatos de pânico, denúncias e propostas

Na plenária, dirigentes do sindicato reforçaram mobilização coletiva e relataram insegurança entre bancários após os cortes. Foram citadas queixas sobre vigilância intensificada e alterações contratuais unilaterais para quem foi contratado como full remote, além de preocupação com neurodivergentes dispensados.

Entre as pautas apresentadas ao banco estão: direito à desconexão, fornecimento de equipamentos, transparência em métricas, respeito à LGPD e saúde no trabalho remoto. A entidade também relatou que, em reuniões, o Itaú não indicou recomposição imediata do quadro afetado.

O sindicato informou que compilará denúncias e reivindicações para negociação e manterá atos em locais de trabalho e redes. Há um Canal de Denúncias aberto a trabalhadores que se sentirem ameaçados ou desrespeitados.

Impactos para o home office, LGPD e a automação no setor bancário

O caso reacendeu o debate sobre gestão por dados no home office. Especialistas defendem indicadores combinados (entregas, qualidade e prazos) em vez de telemetria bruta. O sindicato argumenta que o monitoramento opaco fere confiança e pode adoecer equipes.

Há ainda o temor de aceleração da automação/IA no setor bancário, com redução do quadro em áreas de backoffice. Dirigentes sindicais citaram a necessidade de critérios de avaliação mais adequados nos próximos acordos, para evitar novas ondas de demissões associadas a algoritmos.

Para trabalhadores e empresas, a conformidade com a LGPD exige finalidade clara, base legal apropriada e transparência sobre os dados coletados. Comunicação prévia e governança de dados são pontos críticos em políticas de monitoramento remoto.

O que diz o banco e o que esperar das negociações

Em comunicados à imprensa, o Itaú sustenta que os desligamentos foram pontuais e individuais, baseados em revisão criteriosa do trabalho remoto e do registro de jornada; evita números e nega “demissão em massa”. A controvérsia persiste porque relatos e estimativas do sindicato apontam cerca de 1.000 cortes.

O sindicato, por sua vez, pressiona por transparência, reintegração de casos sensíveis e negociação de salvaguardas no home office. Atos e reuniões setoriais seguem em São Paulo e na Fenaban.

No pano de fundo, o Itaú é o maior banco privado do país, com cerca de 96 mil empregados no total e ampla adoção de regimes híbridos, estimativas da imprensa internacional falam em cerca de 60% do quadro em alguma modalidade de híbrido. O banco não confirmou recortes específicos por modalidade no episódio de setembro.

E você, o que acha? O banco errou ao confiar em telemetria de cliques para medir produtividade ou os dados são ferramenta legítima de gestão? Deve haver reintegrações? Deixe seu comentário e argumente se monitoramento digital melhora performance ou fragiliza direitos no home office.

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Geovane Souza

Especialista em criação de conteúdo para internet, SEO e marketing digital, com atuação focada em crescimento orgânico, performance editorial e estratégias de distribuição. No CPG, cobre temas como empregos, economia, vagas home office, cursos e qualificação profissional, tecnologia, entre outros, sempre com linguagem clara e orientação prática para o leitor. Universitário de Sistemas de Informação no IFBA – Campus Vitória da Conquista. Se você tiver alguma dúvida, quiser corrigir uma informação ou sugerir pauta relacionada aos temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: gspublikar@gmail.com. Importante: não recebemos currículos.

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