1. Início
  2. / Economia
  3. / O que está acontecendo com o Bradesco? Protestos aumentam após fechamento de 342 agências, corte de 2.564 empregos e falhas de segurança nas unidades
Tempo de leitura 5 min de leitura Comentários 0 comentários

O que está acontecendo com o Bradesco? Protestos aumentam após fechamento de 342 agências, corte de 2.564 empregos e falhas de segurança nas unidades

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 06/10/2025 às 16:16
Bradesco enfrenta protestos após fechamento de 342 agências e corte de 2.564 empregos, com denúncias de falhas de segurança.
Bradesco enfrenta protestos após fechamento de 342 agências e corte de 2.564 empregos, com denúncias de falhas de segurança.
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

O Bradesco enfrenta protestos após cortes de milhares de empregos e fechamento de centenas de agências em todo o país. Ações sindicais se intensificam diante de falhas de segurança e sobrecarga nas unidades remanescentes.

Protestos do Sindicato dos Bancários de São Paulo voltaram a mirar o Bradesco após uma nova rodada de demissões e a redução acelerada da rede física.

Em 12 meses até junho de 2025, o banco eliminou 2.564 postos de trabalho, fechou 342 agências, 1.067 postos de atendimento (PA e PAE) e 127 unidades de negócios.

A reestruturação motivou ato nesta quarta-feira, 1º, na agência Cupecê (0619), na zona sul da capital, onde a entidade também apontou falhas de segurança.

Protesto em São Paulo: demissões e atendimento sobrecarregado

A manifestação ocorreu em frente à unidade do Cupecê, que, segundo o sindicato, opera sobrecarregada desde o encerramento de outras agências na região.

De acordo com a entidade, dois bancários lotados no local foram desligados nos últimos 30 dias.

Representantes relatam que a pressão por metas se somou ao acúmulo de tarefas decorrente da redução de pessoal.

Ainda conforme o sindicato, a agência funciona sem porta giratória e sem vigilantes, o que eleva a preocupação de empregados e clientes.

Em nota pública, a dirigente Malu Silva, bancária do Bradesco, afirmou que “enquanto o Bradesco celebra lucros recordes, a realidade para os seus trabalhadores e clientes é de preocupação”, atribuindo o cenário à política de fechamento de agências, demissões em massa — inclusive de funcionários em tratamento de saúde — e à retirada de equipamentos e equipes de segurança em diversas unidades.

Rede física encolhe: números do 2º trimestre

Os dados consolidados no fim de junho indicam uma contração consistente da presença física do banco.

Em junho de 2024, o Bradesco mantinha 2.510 agências, 3.443 postos de atendimento e 809 unidades de negócios.

Um ano depois, os números passaram a 2.168 agências, 2.376 postos de atendimento e 682 unidades de negócios.

A diferença de um ano para outro corresponde aos fechamentos de 342 agências, 1.067 PAs e 127 unidades de negócios.

No agregado de pontos de atendimento, o banco registra cortes sucessivos: –555 frente a março de 2025, –777 ante dezembro de 2024 e –1.536 na comparação com junho de 2024.

A justificativa divulgada pela instituição é o “ajuste do footprint” e a busca por eficiência operacional.

O que diz o banco: ajuste do “footprint” e custo de servir

A direção do Bradesco vem descrevendo o movimento como parte de um plano de transformação para elevar a rentabilidade com eficiência de custos e revisão da capilaridade.

A apresentação de resultados do 2º trimestre de 2025 destaca a aceleração do ajuste de rede, com redução dos pontos físicos e prioridade para canais digitais, sem abrir mão de reforços em tecnologia e operações.

Nesse discurso, a instituição enfatiza ganhos de produtividade, estabilidade da inadimplência nas carteiras e avanço de receitas em linhas como margem financeira, serviços e seguros.

No mesmo período, a base de clientes cresceu em cerca de 1,1 milhão de pessoas em 12 meses, segundo os materiais de resultados, enquanto a despesa operacional total subiu abaixo das receitas, ajudando a melhorar indicadores de eficiência.

Bradesco enfrenta protestos após fechamento de 342 agências e corte de 2.564 empregos, com denúncias de falhas de segurança. (Imagem: spbancarios)
Bradesco enfrenta protestos após fechamento de 342 agências e corte de 2.564 empregos, com denúncias de falhas de segurança. (Imagem: spbancarios)

Impactos para atendimento e trabalhadores

Do lado dos bancários, a avaliação é oposta.

A entidade sindical afirma que o fechamento de agências e a eliminação de vagas provocam sobrecarga, adoecimento e insegurança diante de demissões sucessivas.

A redução de quadros, somada à concentração do atendimento em menos unidades, também é apontada como fator que dificulta o serviço presencial, sobretudo para públicos com menor familiaridade com canais digitais.

Entre as queixas recorrentes aparece a falta de vigilantes e de portas giratórias em algumas agências, caso da unidade do Cupecê citado no protesto.

A cobrança é por reforço da segurança e por equipes suficientes para manter o atendimento “humanizado”, expressão usada pela entidade para defender tempo e estrutura adequados para resolver demandas presenciais.

Segurança nas agências: alegações e questionamentos

O sindicato relata que a retirada de portas giratórias e a ausência de vigilância física em determinadas unidades contrariam boas práticas de proteção para funcionários e clientes.

A entidade diz que notificou o banco sobre o tema e que pressionará por providências.

Até a publicação deste texto, não há posicionamento específico do Bradesco sobre a situação da agência Cupecê (0619) nem detalhes sobre protocolos de segurança adotados localmente.

Em paralelo, a agenda de reestruturação avança.

Na comunicação com o mercado, a instituição repete a diretriz de reduzir o “custo de servir” nos segmentos massificados, privilegiando a migração para plataformas digitais e a concentração de serviços em pontos com maior tráfego e produtividade.

O sindicato, por sua vez, associa esse caminho à degradação do atendimento presencial e à piora das condições de trabalho.

Pressão deve continuar

A mobilização de trabalhadores tende a se manter nas próximas semanas, segundo dirigentes sindicais.

A orientação é intensificar o diálogo com a população em frentes onde o encerramento de unidades ou a falta de segurança tenham gerado impacto direto.

Para o Bradesco, o desafio passa por conciliar eficiência operacional e cobertura de atendimento, num contexto em que a digitalização avança, mas parte relevante do público segue dependente das agências.

Com a rede em ajuste e o quadro de pessoal menor, como equilibrar eficiência, segurança e atendimento presencial sem ampliar a distância entre o banco e seus clientes?

Banner quadrado em fundo preto com gradiente, destacando a frase “Acesse o CPG Click Petróleo e Gás com menos anúncios” em letras brancas e vermelhas. Abaixo, texto informativo: “App leve, notícias personalizadas, comentários, currículos e muito mais”. No rodapé, ícones da Google Play e App Store indicam a disponibilidade do aplicativo.
Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x