Em um mundo cada vez mais instável, a possibilidade de uma 3ª Guerra Mundial é um tema que levanta inúmeras preocupações. Mas, no meio desse turbilhão global, como o Brasil se posicionaria? O país sul-americano está mesmo imune a ser envolvido em um conflito de proporções globais?
O renomado cientista político e professor HOC compartilhou suas visões em uma recente participação no podcast Market Makers, e suas declarações trazem à tona reflexões profundas sobre o papel do Brasil em um cenário de guerra.
Segundo o professor HOC, a probabilidade de o Brasil entrar em uma guerra é extremamente baixa. “O Brasil não vai se dar mal porque não vai entrar na guerra”, afirmou HOC, destacando que, para que o país se envolva em um conflito desse porte, seria necessário que houvesse uma “clareza moral de qual lado é o certo”.
Nesse sentido, ele ressalta, contudo, que o lado certo pode não vencer, e isso poderia pressionar o Brasil a rever sua posição. Ainda assim, ele considera essa hipótese pouco provável.
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A vantagem da localização geográfica do Brasil
Uma das principais razões para essa visão otimista está na localização geográfica do Brasil. De acordo com o cientista político, a América do Sul é uma das regiões mais isoladas do mundo, o que torna improvável que o Brasil seja diretamente envolvido em uma guerra global.
“Nenhum lugar demora tanto tempo para você chegar quanto a América do Sul. É o continente mais isolado do mundo”, afirmou HOC.
Taiwan e a perspectiva de conflito global
Quando questionado sobre a possibilidade de uma guerra iminente envolvendo potências como China e Estados Unidos, HOC foi categórico, dizendo que uma guerra não deve acontecer neste ou no próximo ano.
“Não vai haver terceira guerra mundial este ano nem no ano que vem”. Ele explicou que, segundo análises feitas por especialistas em Taiwan, a China ainda não está preparada militarmente para uma invasão de Taiwan, o que adia o risco de um conflito global para um horizonte de 5 a 10 anos.
Preparativos da China: um sinal de alerta?
Ainda que a guerra não seja iminente, os preparativos da China não passam despercebidos. HOC mencionou que “a China precisa estar preparada militarmente para uma invasão anfíbia, e hoje ela não está”.
Ele também destacou os movimentos econômicos da China, como o aumento vertiginoso dos estoques de combustível e a compra maciça de ouro, como sinais claros de que o país está se preparando para o futuro.
“Todos os movimentos chineses no campo econômico são para criar outras vias de trocas e mecanismos de funcionamento sem o Swift, sem o dólar, sem o sistema financeiro americano”, afirmou o professor.
O Brasil estaria seguro em uma guerra nuclear?
Se uma guerra nuclear ocorresse, o Brasil estaria em uma posição relativamente segura, de acordo com HOC. Ele destacou que o planalto central brasileiro, localizado no coração da América do Sul, é um dos pontos mais afastados do mar e, consequentemente, mais seguros em termos de ataques nucleares.
“O Brasil ocupa um dos lugares mais seguros do mundo em caso de uma guerra nuclear”, afirmou o cientista político, reforçando a ideia de que o isolamento geográfico do país seria uma vantagem estratégica.
A posição geopolítica do Brasil: neutralidade ou alinhamento?
No entanto, HOC alerta que o Brasil precisa tomar cuidado ao escolher um lado em um possível conflito global. Caso o país se alie ao lado errado, especialmente ao Eixo das Ditaduras, as consequências podem ser graves.
“O Brasil pode se tornar alvo de retaliações, como ataques aos nossos navios por parte dos Estados Unidos”, afirmou. Segundo ele, em caso de ataques, a reação mais provável do Brasil seria de neutralidade ou silêncio, evitando declarar guerra enquanto busca manter boas relações com ambos os lados.
Oportunidades econômicas em um cenário de guerra
Apesar dos riscos, HOC vê oportunidades para o Brasil em um cenário de conflito global. Segundo o professor, o país poderia se beneficiar de sua posição como grande fornecedor de recursos, especialmente alimentos e matérias-primas, que se tornam ainda mais valiosos em tempos de guerra.
“O Brasil pode emergir como um grande fornecedor de recursos, beneficiado pela sua distância física dos principais focos de conflito”, observou.
O Brasil como uma fazenda global
Conforme HOC, o Brasil é visto por muitos como uma “grande fazenda” que abastece o mundo com alimentos e matérias-primas. Em um cenário de guerra, essa característica poderia se tornar uma vantagem significativa.
“Fisicamente, o Brasil ocupa um dos lugares mais seguros do mundo em caso de uma guerra nuclear”, reforçou o cientista político, destacando o potencial do país em fornecer recursos para qualquer lado do conflito.
No entanto, o professor adverte que o Brasil deve escolher seu lado com cuidado, pois essa decisão pode complicar sua situação econômica. O país poderia se tornar alvo de sanções, impactando diversos setores, especialmente em um cenário de guerra.
HOC destaca que certos setores da economia brasileira, como o de defesa, poderiam crescer substancialmente, à medida que a corrida armamentista global se intensifica.
Ele também vê oportunidades no redesenho da cadeia global de suprimentos, sugerindo que o Brasil poderia se beneficiar dessas mudanças.
“O Brasil deveria entender que é a chance de evoluirmos nossa economia”, afirmou HOC. “Há espaço para o Brasil ir atrás de outras coisas estrategicamente, e isso é uma oportunidade de negócio”, disse o professor.
Preparação dos investidores: exposição e riscos
Para ele, os investidores brasileiros também precisam estar atentos às possíveis mudanças globais. HOC aconselha que a exposição a mercados como o chinês deve ser feita com cautela, uma vez que “a China vai perder muito para ganhar; ela vai sair destruída”.
Segundo ele, o Brasil precisa estar preparado para os riscos que envolvem a economia global e aproveitar as oportunidades que surgirem no processo.
De todo modo, a visão de HOC sobre a posição do Brasil em um cenário de 3ª Guerra Mundial é, no mínimo, instigante. Embora o país pareça estar relativamente seguro, graças à sua localização geográfica e status de fornecedor global de recursos, as decisões políticas e econômicas tomadas hoje poderão definir o futuro do Brasil em um mundo potencialmente mais perigoso.
Nesse sentido, nota-se que o Brasil deve ser cauteloso e estratégico para navegar nesses tempos incertos. Sendo assim, temos uma pergunta para você, leitor: com o isolamento geográfico e o status de fornecedor de recursos, você acha que o Brasil realmente conseguiria evitar os impactos de uma 3ª Guerra Mundial? Ou estamos subestimando os desafios futuros?