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O primeiro tubarão-laranja do mundo é descoberto a 1.000 metros de profundidade: espécie rara surpreende cientistas ao apresentar coloração metálica

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 27/10/2025 às 07:51
O primeiro tubarão-laranja do mundo é descoberto a 1.000 metros de profundidade: espécie rara surpreende cientistas ao apresentar coloração metálica
Tubarão laranja avistado no Caribe. Foto: Parismina Domus Dei/ Facebook/ Reprodução
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O primeiro tubarão-laranja do mundo foi descoberto na Costa Rica; espécie rara com brilho metálico intriga cientistas e desafia a biologia marinha.

A natureza voltou a surpreender a ciência. Em fevereiro de 2024, pesquisadores da Universidade de Costa Rica (UCR) e do Museu de História Natural da Flórida confirmaram a descoberta de uma nova espécie de tubarão, o primeiro com coloração naturalmente alaranjada já registrada no planeta. O achado ocorreu durante uma expedição científica no Oceano Pacífico, ao largo da ilha de San Lucas, a cerca de 360 km da costa da Costa Rica, em uma profundidade próxima de 1.000 metros.

Segundo o estudo publicado no Journal of the Ocean Science Foundation, o animal foi batizado de Etmopterus benchleyi, em homenagem ao escritor Peter Benchley- autor de Tubarão, clássico que inspirou o filme de Steven Spielberg. A tonalidade alaranjada e o brilho metálico do corpo chamaram atenção imediata dos pesquisadores, tornando o exemplar um fenômeno biológico único.

Um tubarão diferente de tudo que já se viu

O espécime, com pouco mais de 50 centímetros de comprimento, pertence à família dos tubarões-lanterna (Etmopteridae), conhecidos por emitirem luz própria por meio de órgãos chamados fotóforos. No entanto, o E. benchleyi vai além: sua pele reflete a luz ambiente de uma forma incomum, criando o efeito visual de um tom alaranjado metálico, algo nunca observado antes em tubarões.

De acordo com o biólogo marinho David Ebert, um dos responsáveis pela pesquisa, a coloração provavelmente tem relação com adaptações evolutivas às profundezas do oceano, onde a luz solar é quase inexistente.

“Os tons de laranja e cobre podem ajudar na camuflagem contra predadores, já que a luz azul do oceano não alcança essas faixas de comprimento de onda”, explicou o especialista ao portal Science News.

O ambiente das profundezas e o desafio da descoberta

O local onde o tubarão foi encontrado é uma das regiões menos exploradas do Pacífico Oriental, com cânions submarinos e temperaturas que variam entre 3°C e 6°C. As coletas foram realizadas com equipamentos de alta pressão e submersíveis operados remotamente.

Os cientistas relatam que o animal foi avistado pela primeira vez em uma filmagem noturna de um veículo subaquático. Ao ser trazido à superfície, a mudança de pressão revelou com mais clareza a coloração intensa que se manteve mesmo após dias preservado em laboratório.

O primeiro tubarão-laranja do mundo é descoberto a 1.000 metros de profundidade: espécie rara surpreende cientistas ao apresentar coloração metálica
Tubarão laranja avistado no Caribe. Foto: Parismina Domus Dei/ Facebook/ Reprodução

“É uma das descobertas mais visualmente impactantes das últimas décadas”, disse Martha Alfaro, pesquisadora da UCR. “Costumamos ver tubarões cinza, azulados ou negros. Encontrar um com brilho laranja metálico é como encontrar uma joia viva nas profundezas do mar.”

Mistério biológico e impacto na conservação

Os estudos ainda estão em andamento, mas os cientistas acreditam que o tubarão-laranja possa ter uma distribuição limitada nas águas profundas da América Central, especialmente em áreas de difícil acesso próximas ao Golfo do Panamá.

A descoberta também levanta discussões sobre a biodiversidade marinha ameaçada pela pesca de arrasto e pela mineração oceânica, práticas que avançam sobre os ecossistemas abissais.

Segundo o Instituto de Pesquisa Marinha da Costa Rica, cerca de 80% das espécies de tubarões que vivem abaixo de 500 metros ainda não foram formalmente catalogadas. O caso do E. benchleyi reforça o alerta sobre a necessidade de novas políticas de preservação e mapeamento.

Uma descoberta que fascina o mundo científico

O registro do primeiro tubarão-laranja já repercute entre instituições de pesquisa e coleções marinhas de todo o mundo. Amostras de DNA foram enviadas para universidades dos Estados Unidos, Japão e Alemanha, com o objetivo de entender se a cor é causada por pigmentos estruturais ou modificações genéticas.

A descoberta também abriu espaço para discussões sobre luminescência marinha, pois o E. benchleyi apresenta fotóforos ativos, que podem gerar luz biológica. Se confirmado, será a primeira espécie de tubarão a combinar bioluminescência funcional e pigmentação alaranjada natural, uma combinação nunca antes registrada.

O primeiro tubarão-laranja do mundo é descoberto a 1.000 metros de profundidade: espécie rara surpreende cientistas ao apresentar coloração metálica
Tubarão laranja avistado no Caribe. Foto: Parismina Domus Dei/ Facebook/ Reprodução

Para a comunidade científica, o achado simboliza o quanto ainda desconhecemos das profundezas do oceano. Estima-se que menos de 20% dos ecossistemas submarinos da Terra tenham sido explorados de forma sistemática. O novo tubarão-laranja é, portanto, uma lembrança viva de que o planeta ainda guarda mistérios fascinantes.

“Cada mergulho em regiões abissais pode revelar algo totalmente inesperado”, concluiu o pesquisador Ebert. “E este tubarão é a prova de que a natureza sempre tem uma nova carta escondida nas profundezas.”

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Valdemar Medeiros

Formado em Jornalismo e Marketing, é autor de mais de 20 mil artigos que já alcançaram milhões de leitores no Brasil e no exterior. Já escreveu para marcas e veículos como 99, Natura, O Boticário, CPG – Click Petróleo e Gás, Agência Raccon e outros. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras (empregabilidade e cursos), Economia e outros temas. Contato e sugestões de pauta: valdemarmedeiros4@gmail.com. Não aceitamos currículos!

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