Xiaomi enfrenta crise com seu carro elétrico SU7 Ultra, que sofre falhas técnicas, processos judiciais e críticas após acidente fatal
A Xiaomi vive seu momento mais difícil desde que entrou no mercado automobilístico. Após conquistar o público com seu primeiro carro elétrico, a empresa chinesa agora lida com reclamações, processos, falhas técnicas e até uma tragédia.
Capô problemático e para-choques deformados
Tudo começou com elogios. A produção inicial foi um sucesso e o modelo Xiaomi SU7 Ultra, versão esportiva, surpreendeu ao superar o desempenho de modelos de marcas tradicionais. Mas as críticas não demoraram a surgir.
Proprietários do SU7 Ultra relatam problemas sérios. Um dos principais está no capô dianteiro, vendido por mais de US$ 5.000, aproximadamente R$ 28.233, que não cumpre o prometido: dissipar o calor do motor.
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Em vez disso, ele se deforma, desalinha com o farol e apresenta estufamento em dias quentes. A Xiaomi propôs um acordo: entregar o capô original aos clientes ou oferecer 20 mil créditos em sua loja. Muitos recusaram e exigem o reembolso do carro.
Ao todo, mais de 400 processos judiciais foram abertos. A acusação principal é de propaganda enganosa. Reguladores de Pequim defenderam a empresa, mas uma ação coletiva com pelo menos 70 pessoas segue em andamento.
Incêndio e mortes em acidente aumentam pressão
Em meio aos problemas de qualidade, um acidente fatal elevou o tom das críticas. Três pessoas morreram em um carro da marca que, segundo relatos iniciais, estava com o sistema de assistência ao motorista ativado. O carro teria pegado fogo após uma colisão.
A Xiaomi não demorou a agir. Reduziu a potência do SU7 Ultra com uma atualização de software, que tirou mais de 600 cavalos do carro.
Para recuperar a performance, os motoristas deveriam fazer testes em pista. A medida gerou reclamações e, pouco depois, a empresa voltou atrás e restaurou a potência total.
Mesmo assim, a crise só aumentava. O CEO Lei Jun chegou a declarar que enfrentava uma das semanas mais difíceis da sua carreira.
Ele também alegou que o momento crítico pode estar sendo intensificado por uma suposta campanha de difamação.
Denúncias de ataques coordenados por bots
A Xiaomi afirma que enfrenta um ataque coordenado para prejudicar sua imagem às vésperas do lançamento do SUV elétrico YU7. Segundo a empresa, mais de 10 mil contas em redes sociais estariam espalhando rumores e notícias falsas sobre os carros da marca.
Imagens com supostas falhas estruturais nos veículos viralizaram. Os registros mostram o capô desalinhado, para-choques deformados e encaixes soltos.
A empresa respondeu dizendo que os reparos serão feitos sem custo, mas ressaltou que o SU7 Ultra não sofre com essas falhas por usar peças de melhor qualidade.
Ações da Xiaomi para conter os danos
A Xiaomi suspendeu temporariamente as entregas do SU7 Ultra e recomendou que os clientes com reserva entrem em contato para manter seus pedidos. Também alertou que os prazos de espera mudaram.
Além disso, a fabricante divulgou recomendações aos motoristas: evitar deixar o carro em locais de calor extremo e não estacionar sob árvores durante tempestades severas. A empresa também disponibilizou um canal para denúncias desses problemas no próprio aplicativo da marca.
Empresa promete medidas legais contra ataques
Diante da onda de críticas, a Xiaomi promete se defender nos tribunais. Em comunicado publicado por Lei Jun nas redes sociais, a equipe jurídica da empresa afirmou: “A internet não é um espaço sem lei. A Xiaomi usará resolutamente medidas legais para proteger nossos direitos legítimos contra calúnias e ataques maliciosos.”
Apesar das promessas de solução, a imagem da empresa está abalada. A recepção do SUV YU7, previsto para 22 de maio, será o próximo teste de confiança dos consumidores com a marca.
Com informações de Xataka.