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O plano audacioso do governo para reviver uma ferrovia criada em 1915 para impulsionar o turismo da região

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 03/11/2025 às 15:15
Projeto do Governo de São Paulo visa reativar a ferrovia Santos–Cajati com foco em turismo, mobilidade e sustentabilidade no Vale do Ribeira.
Projeto do Governo de São Paulo visa reativar a ferrovia Santos–Cajati com foco em turismo, mobilidade e sustentabilidade no Vale do Ribeira.
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Projeto do Governo de São Paulo busca reativar a ferrovia Santos–Cajati, criada em 1915, com foco em transporte sustentável, integração regional e estímulo ao turismo no Vale do Ribeira, uma das áreas mais preservadas do estado.

O Governo de São Paulo desenvolve um projeto para reativar a antiga ligação ferroviária Santos–Cajati, inaugurada em 1915, com foco em transporte regional, turismo e sustentabilidade.

A proposta, conduzida pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), prevê recuperar a linha e retomar o transporte de passageiros — inclusive com trens turísticos — ligando a Baixada Santista ao Vale do Ribeira.

Segundo o governo, a reativação busca estimular a economia e o turismo em uma das regiões com maior potencial ambiental do estado.

O que prevê a reativação da Santos–Cajati

De acordo com a CPTM, a iniciativa contempla a restauração da infraestrutura, a modernização de estações e a operação de trens de passageiros combinada com um serviço turístico.

O projeto inclui estudos sobre traçado, demanda, obras necessárias e estimativas de custo, além da integração com outras redes ferroviárias, como o VLT da Baixada Santista e o Trem Intercidades (TIC) Santos–São Paulo.

A linha deve voltar a conectar municípios entre Santos, Peruíbe e Cajati, em um corredor de aproximadamente 200 quilômetros.

A intenção é oferecer uma alternativa de mobilidade sobre trilhos e contribuir para reduzir o tráfego rodoviário no litoral sul.

Um corredor histórico do litoral sul

A ferrovia Santos–Cajati foi construída no início do século XX com participação de empresas britânicas.

O trecho entre Santos e Juquiá foi inaugurado entre 1913 e 1915.

Já a expansão até Cajati ocorreu nos anos 1980, durante a gestão da Fepasa, para atender ao transporte de cargas industriais.

O serviço de passageiros foi encerrado em 1997, e as operações de carga seguiram até o início dos anos 2000, quando deslizamentos interromperam a circulação.

Em 2020, o trecho fora da Malha Paulista foi devolvido ao poder público, o que abriu caminho para os estudos de reativação atualmente conduzidos pela CPTM.

Status atual e próximos passos

Segundo a companhia, o projeto funcional da linha Santos–Cajati está em elaboração e deve definir os parâmetros técnicos necessários para a retomada.

Essa etapa antecede o licenciamento ambiental, o modelo de operação e a contratação das obras.

O governo paulista informou que a nova ferrovia será integrada a outros sistemas sobre trilhos do estado.

A previsão é que o eixo forme um corredor ferroviário entre a capital e o litoral, mas o cronograma detalhado e o valor total do investimento ainda não foram divulgados.

Impacto no turismo e na economia do Vale do Ribeira

A reativação da linha é vista por prefeituras e entidades do setor como uma oportunidade para estimular o turismo no Vale do Ribeira, região que abriga cavernas, parques e áreas de Mata Atlântica preservada.

De acordo com especialistas em turismo, a circulação regular de trens pode aumentar o número de visitantes e favorecer atividades ligadas à hotelaria, alimentação e serviços.

Representantes locais afirmam que o transporte ferroviário também facilitaria o deslocamento de moradores entre cidades vizinhas, o que poderia melhorar o acesso a emprego, educação e saúde.

Sustentabilidade e transporte alternativo

A Secretaria de Meio Ambiente do Estado destaca que o projeto tem viés sustentável, com o objetivo de reduzir emissões de poluentes e o tráfego nas rodovias.

O modal sobre trilhos é apontado por técnicos do setor como alternativa de transporte de menor impacto ambiental, especialmente em regiões turísticas que enfrentam congestionamentos frequentes em fins de semana e feriados.

Os estudos incluem cenários de demanda e matriz energética, que devem orientar a escolha dos trens e a forma de operação.

A CPTM afirma que a sustentabilidade ambiental será um dos critérios centrais para a viabilidade da linha.

Resgate do patrimônio e valorização cultural

A recuperação das estações históricas e da estrutura da linha é considerada, por especialistas em patrimônio ferroviário, uma forma de valorizar o acervo cultural e histórico do estado.

Projetos semelhantes no país têm impulsionado circuitos turísticos e culturais em torno de antigas ferrovias, com foco na educação patrimonial e visitação ordenada a áreas de preservação.

No caso do Vale do Ribeira, a expectativa é que a ferrovia possa se integrar a programas de turismo sustentável e contribuir para a preservação ambiental.

Desafios de engenharia e governança

Técnicos envolvidos no projeto apontam que a retomada de uma ferrovia centenária envolve desafios estruturais.

Entre os pontos críticos estão trechos com erosões, áreas de instabilidade geológica, passagens urbanas e ocupações próximas à linha.

Também será necessário definir o modelo de gestão e operação, incluindo a participação do governo estadual, de concessionárias e de operadores turísticos.

Segundo especialistas, a sustentabilidade financeira de projetos ferroviários depende de escala de passageiros, integração tarifária e manutenção contínua.

Inserção em programas estaduais

O projeto da Santos–Cajati integra o programa SP nos Trilhos, que reúne diversas iniciativas voltadas à expansão e modernização ferroviária no estado.

A proposta ainda está na fase de estudos técnicos, e o governo avalia possíveis formas de captação de recursos públicos e privados para viabilizar as obras.

Fontes da CPTM informam que, após a conclusão do projeto funcional, serão definidos prazos, custos e etapas de execução.

Com os estudos em andamento e diferentes cenários em análise, especialistas discutem qual modelo — regular, turístico ou híbrido — traria maior retorno econômico e social para o Vale do Ribeira.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas e também editor do portal CPG. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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