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O novo pré sal brasileiro? Petrobras faz descoberta gigantesca de reservas de petróleo, mas não pode usá-las. Entenda!

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 06/09/2024 às 14:02
Petrobras, petróleo, margem equatorial
Foto: Reprodução Valor Econômico

Licenciamento ambiental barra planos de exploração de bilhões de barris pela Petrobras na costa norte do Brasil, acirrando debate entre governo e Ibama

A Margem Equatorial, que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte, tornou-se uma das maiores apostas da Petrobras para a próxima década. Essa região, considerada promissora pela estatal, possui características geológicas semelhantes às áreas vizinhas que já revelaram vastas reservas de petróleo e gás natural. Estima-se que a Margem Equatorial brasileira possa conter entre 20 e 30 bilhões de barris de petróleo, o que, se confirmado, colocaria o Brasil entre os maiores produtores de petróleo do mundo, de acordo com o vídeo do canal Poder Urbano.

A importância estratégica da margem equatorial

A Margem Equatorial é vista pela Petrobras como uma fronteira exploratória estratégica, especialmente em águas ultraprofundas. O plano estratégico da estatal destina 49% de seus investimentos em exploração para essa região até 2027. A descoberta de grandes reservas em países próximos, como a Guiana, que compartilham o mesmo contexto geológico, reforça a confiança na viabilidade de novas descobertas significativas na costa norte do Brasil.

O interesse da Petrobras aumentou após a ExxonMobil e outros consórcios internacionais descobrirem enormes campos de petróleo e gás na Guiana, com um potencial estimado de 11 bilhões de barris. Esse sucesso transformou a economia do país vizinho, que registrou um crescimento impressionante de 43,5% no PIB em 2020, em pleno cenário de crise global causada pela pandemia. O modelo da Guiana serve de inspiração para o Brasil, que pode se beneficiar economicamente caso consiga explorar os recursos da Margem Equatorial.

O impasse com o licenciamento ambiental

Apesar das expectativas, a Petrobras enfrentou um obstáculo significativo para dar início aos trabalhos na Margem Equatorial: a falta de aprovação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A estatal aguardava a emissão de uma licença ambiental para realizar testes na Bacia da Foz do Amazonas, mas o Ibama negou o pedido, gerando um intenso debate dentro do governo.

O órgão ambiental justificou sua decisão alegando que ainda são necessárias avaliações mais detalhadas, como a Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS), que identifica as áreas mais adequadas para a exploração de petróleo e gás, visando minimizar o impacto ambiental. A questão também envolve a proteção da biodiversidade da região amazônica e o impacto nas comunidades locais.

Divisão no Governo e a pressão para exploração

A negativa do Ibama criou uma divisão clara no governo brasileiro. De um lado, o Ministério do Meio Ambiente, liderado por Marina Silva, apoia a decisão do órgão ambiental, defendendo a necessidade de proteger as riquezas naturais do Brasil e adotar práticas de desenvolvimento sustentável. Do outro, o Ministério de Minas e Energia, sob o comando de Alexandre Silveira, e a própria Petrobras pressionam pela exploração, alegando que ela pode impulsionar a economia das regiões mais pobres do Norte e Nordeste do país.

Foto: Governo Federal

Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, argumenta que a estatal seguiu todos os trâmites legais e que a exploração pode ser feita de forma segura e sustentável, atendendo às exigências ambientais. Governadores de estados como Pará e Amapá também defendem a liberação das operações, citando os potenciais benefícios econômicos para suas regiões.

Impacto econômico e social

Se liberada, a exploração na Margem Equatorial pode transformar profundamente as economias dos estados do Norte e Nordeste. A exemplo da Guiana, que viu seu PIB per capita aumentar drasticamente desde o início da exploração de petróleo, as regiões brasileiras envolvidas poderiam experimentar um crescimento econômico acelerado, além de melhorias nas áreas de infraestrutura, saúde e educação, financiadas pelas receitas do petróleo.

Contudo, o Brasil também enfrenta o desafio de equilibrar seus compromissos ambientais globais. O país se comprometeu com a meta de zerar as emissões líquidas de carbono até 2050, o que exige uma redução no investimento em combustíveis fósseis. A Agência Internacional de Energia (AIE) alerta que, para alcançar essa meta, novos projetos de petróleo não deveriam ser iniciados.

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Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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