Volkswagen aposentou o seu motor AP após quase três décadas e milhões de unidades produzidas. Lendário no Brasil, marcou gerações e segue rodando até hoje.
O motor em questão é o Volkswagen AP, também chamado internamente de EA827. Criado na Alemanha nos anos 1970 e produzido no Brasil a partir de 1985, o propulsor se tornou sinônimo de robustez, facilidade de manutenção e desempenho consistente. Foram quase três décadas de produção em território nacional, equipando alguns dos modelos mais icônicos da marca.
No Brasil, ele ganhou fama de “inquebrável”, sendo encontrado em carros como o Gol, Parati, Saveiro, Voyage, Santana, Passat e até versões esportivas como o Gol GTi. A versatilidade foi tanta que ele serviu tanto em modelos básicos de entrada quanto em preparações que chegaram a disputar corridas profissionais.
Por que era tão querido?
O segredo do AP estava na simplicidade do projeto aliado à confiabilidade. Suportava longas quilometragens — muitos relatos de unidades que passaram de 400 mil km sem grandes intervenções. Além disso:
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- Facilidade de manutenção: peças baratas e disponíveis em qualquer oficina.
- Adaptabilidade: funcionava bem tanto a gasolina quanto a álcool e, mais tarde, nas versões flex.
- Preparação: aguentava pressões altas de turbo, tornando-se o queridinho dos preparadores e pilotos de arrancada.
Essa combinação fez dele um dos motores mais respeitados já fabricados no Brasil.
Milhões de unidades rodando até hoje
Durante sua carreira, o AP foi produzido em milhões de unidades. Embora aposentado oficialmente em 2013 no Brasil, segue presente em uma frota enorme que continua circulando.
Nas ruas, é comum encontrar veículos dos anos 90 e 2000 ainda em uso diário com esse motor, reforçando sua fama de resistente. Em clubes de entusiastas, o AP é preservado como símbolo de uma época em que a mecânica simples dominava a cena.
O motivo da aposentadoria e legado do AP
Apesar da durabilidade e da legião de fãs, o AP não sobreviveu às novas normas de emissões. Com a chegada de regulamentos mais rígidos de poluentes e a necessidade de motores mais eficientes, a Volkswagen encerrou sua produção no Brasil e passou a investir em propulsores modernos, como a família TSI, além da rota elétrica e híbrida.
Mesmo fora das linhas de montagem, o AP permanece vivo. Ele se tornou motor escola para gerações de mecânicos e base de preparações lendárias em competições. Em arrancadas, é comum encontrar blocos AP turbinados entregando 500, 700 e até mais de 1.000 cv, algo impensável para motores de sua época.
Não por acaso, o motor ainda é cultuado. Há clubes, encontros e até peças de reposição produzidas em larga escala para manter viva essa máquina que marcou a história do automóvel no Brasil.
O fim do motor AP é mais que a aposentadoria de um propulsor: é o fechamento de uma era. Foram quase três décadas de produção e milhões de unidades fabricadas, um marco que atravessou gerações e ajudou a consolidar a Volkswagen no mercado brasileiro.
Agora, a marca segue para o futuro com tecnologias mais limpas e eficientes, mas o legado do AP continua rodando pelas ruas — e no coração dos entusiastas, ele sempre será lembrado como um dos motores mais lendários já feitos no país.