Planejamento urbano voltado ao carro, normas rígidas e códigos de zoneamento ajudam a entender por que os subúrbios americanos parecem sempre vazios
Após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos viveram um boom econômico que incentivou milhões de famílias a buscar a casa própria. O governo propagava o “sonho americano” de liberdade sobre rodas, e as cidades passaram a se expandir para áreas afastadas dos centros. Surgia o modelo dos subúrbios, bairros de casas unifamiliares construídas em larga escala e interligadas por rodovias.
Esses espaços foram vendidos como símbolos de segurança e qualidade de vida, com parques, campos esportivos e ruas largas. No entanto, com o passar das gerações, os subúrbios se tornaram ilhas residenciais separadas do comércio e dos serviços, aumentando a dependência do automóvel para qualquer deslocamento.
A dependência do carro
Nos subúrbios americanos, quase nada é feito a pé. Mercados, escolas e estabelecimentos básicos ficam a quilômetros de distância.
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Para chegar a um supermercado, por exemplo, muitas vezes é preciso caminhar mais de uma hora.
Essa configuração torna inviável a mobilidade sem carro, ao contrário de bairros centrais (midtowns), onde comércio e moradia coexistem.
O resultado é um cotidiano onde as ruas permanecem desertas, reforçando a impressão de que os moradores estão sempre dentro de suas casas ou carros.
O impacto sobre crianças e jovens
Há 50 anos, metade das crianças ia para a escola a pé ou de bicicleta.
Hoje, isso é raro. Além da distância, leis severas punem pais que deixam os filhos sozinhos em locais públicos.
Em alguns estados, já houve casos de processos judiciais contra famílias que permitiram que crianças pequenas fossem a pé para a escola.
Esse controle, aliado ao medo social de sequestros e à falta de vizinhos circulando pelas ruas, reduziu drasticamente a independência dos jovens.
Muitos passam a maior parte do tempo dentro de casa, com acesso limitado ao lazer ao ar livre.
O papel do zoneamento
Outro fator decisivo é o zone code, sistema de zoneamento urbano que define onde é permitido construir residências, comércios ou indústrias. Nos subúrbios, as regras priorizam o aspecto residencial, impedindo a instalação de mercados, restaurantes e serviços próximos às casas. Isso preserva o silêncio e reduz o tráfego, mas aumenta a segregação espacial e a total dependência do carro.
Já nos bairros centrais, onde diferentes usos se misturam, a densidade é maior e há vida nas ruas, mas também mais trânsito, ruído e problemas sociais visíveis.
Consequências sociais e de saúde
A dependência do automóvel gera isolamento social e limita a mobilidade das novas gerações.
Crianças e adolescentes só conquistam liberdade real quando conseguem tirar a carteira de motorista — em alguns estados, a partir dos 14 anos.
Essa realidade contribui para o aumento da obesidade infantil e reforça o apego a entretenimentos digitais dentro de casa.
Ao mesmo tempo, os subúrbios se tornaram motores da economia da construção civil e do mercado automotivo, perpetuando um modelo de cidade planejada em torno do carro.
O fenômeno das ruas desertas nos EUA é resultado de décadas de políticas urbanas que priorizaram o automóvel e afastaram comércio e serviços dos bairros residenciais.
O modelo trouxe conforto para algumas famílias, mas também gerou custos sociais, ambientais e de saúde.
E você, moraria em um subúrbio tranquilo, mas dependente do carro, ou prefere a vida agitada e mais acessível das cidades? Deixe sua opinião nos comentários.


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