Maranhão está na mira do programa espacial brasileiro e receberá investimentos milionários. MCTI anuncia construção de novo empreendimento com foco na exploração espacial.
Através do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) está investindo na consolidação do Maranhão como um centro estratégico do Programa Espacial Brasileiro, tendo o Centro de Lançamento de Alcântara como base para a exploração espacial.
Maranhão está desenvolvendo novo veículo lançador de pequeno porte
Como parte desse esforço, Luciana Santos, ministra do MCTI, cumpriu uma grande agenda na capital São Luís, onde esteve presente nas instalações do Laboratório de Propulsão Aeroespacial (Acrux Aeroespace) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e esteve presente na divulgação de um novo veículo lançador de satélites de pequeno porte.
Segundo a ministra, que esteve ao lado de Carlos Brandão, governador do Maranhão, pelo reitor da UFMA, Fernando Carvalho Silva, essa área é parte do Programa Espacial Brasileiro e Estratégia Nacional de Defesa, que possui uma posição privilegiada na Base de Alcântara. Isso, além de gerar uma nova realidade, também melhora a economia do estado.
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Está sendo desenvolvido por pesquisadores e parceiros da UFMA um novo projeto de Veículo Lançador de Pequeno Porte (VLPP), contratado pela Finep, com investimentos do FNDCT, em apoio a um consórcio liderado pela empresa AKAER.
Este consórcio também conta com a empresa Acruz, responsável pela construção dos motores foguetes S-30 (1º e 2º estágio) e S-18 (3º estágio). Será instalada uma fábrica de propelentes em uma área comprada pela empresa na ilha de São Luís, justamente para o carregamento desses motores do programa espacial brasileiro. A construção no Maranhão representa um grande salto para o Centro de Lançamento de Alcântara.
Investimentos do MCTI prometem gerar empregos e renda ao Maranhão
Segundo a ministra, o MCTI está anunciando investimentos de R$ 30 milhões para a instalação dessa fábrica de propelentes. Esse aporte será voltado a projetos de VLPPs, uma tecnologia que o país ainda não domina por completo.
Até o próximo ano, o Brasil, pela primeira vez, não precisará mais lançar satélites pelo exterior, sendo algo histórico, representando a soberania do país.
Luciana Santos também comemorou o anúncio, que visa gerar desenvolvimento, empregos qualificados e renda no setor de exploração espacial para o Maranhão. Este aporte é essencial para o Nordeste e para a indústria nacional e, com ele, a assimetria regional é enfrentada.
O Maranhão conta com uma localização privilegiada e Alcântara está a apenas dois graus abaixo da linha do equador, reduzindo cerca de 30% o custo do lançamento de foguetes, por conta da economia de combustível. Essa característica é única no país e se alia à expansão do cabeamento da Infovia, que chegará à base, melhorando a conectividade da região.
Maranhão se fortalece como segundo polo industrial científico-tecnológico
Fernando Carvalho Silva, reitor da UFMA, ressalta a importância da instituição nesse processo. A UFMA está indo além dos muros da Universidade, fechando parcerias e prestando serviços a empresas que vão alavancar a exploração espacial. Também foi submetida uma proposta a um edital de Parque Tecnológico da Finep, buscando atrair empresas e consolidar o desenvolvimento tecnológico no Maranhão.
Para o estado, esses anúncios aumentam sua vocação como o segundo polo industrial científico-tecnológico do Programa Espacial Brasileiro, conforme a Estratégia Nacional de Defesa (END) e às políticas do MCTI para descentralizar o desenvolvimento de Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil.
O MCTI está estudando também a construção de um Centro de Pesquisas Espaciais no Maranhão, com foco no desenvolvimento de veículos lançadores e satélites. O projeto, que contará com recursos do FNDCT, está alinhado às diretrizes do Ministério para consolidar as vocações regionais em Ciência, Tecnologia e Inovação.
Tomara que a grana implemente o desenvolvimento aeroespacial e regional e não acabe evaporando pro bolso ou cueca de alguém