O Projeto 941 Akula, o maior submarino nuclear do mundo, foi desenvolvido pela União Soviética para operar no Ártico e lançar até 20 mísseis balísticos intercontinentais.
O maior submarino nuclear do mundo, conhecido como Projeto 941 Akula e batizado pela OTAN como classe Typhoon, foi desenvolvido pela União Soviética no fim da década de 1970. Seu objetivo era garantir a capacidade de resposta nuclear estratégica, mesmo em cenários extremos como os do Ártico.
Com aproximadamente 23 mil toneladas de deslocamento em superfície e cerca de 48 mil toneladas submerso, o Projeto 941 Akula ainda detém o recorde como o maior submarino nuclear já construído. Sua função era atuar como um verdadeiro bastião submerso, capaz de lançar mísseis balísticos a partir das regiões polares, sob espessas camadas de gelo.
Projeto inovador garantiu resistência e poder de fogo sem precedentes
O submarino nuclear soviético foi projetado com um sistema de cascos múltiplos: dois cascos principais paralelos reforçados por cascos menores, formando uma estrutura com maior resistência e redundância. Essa configuração não apenas aumentava a segurança da tripulação, como também oferecia espaço interno suficiente para áreas de convivência incomuns em submarinos da época, incluindo ginásio e sauna.
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O Projeto 941 Akula tinha 175 metros de comprimento e mais de 20 metros de largura. Sua propulsão era garantida por dois reatores nucleares OK‑650, que permitiam ao submarino atingir velocidade submersa de até 27 nós e permanecer em operação por até 120 dias sem necessidade de reabastecimento.
Poder de ataque estava centrado nos mísseis balísticos
Cada unidade do Projeto 941 Akula era equipada com 20 silos de mísseis balísticos intercontinentais R‑39 (SS‑N‑20, codinome Sturgeon). Cada míssil podia carregar até dez ogivas nucleares com capacidade de atingir alvos a mais de 8 mil quilômetros de distância. Além disso, o submarino contava com seis tubos de torpedo compatíveis com diversas armas subaquáticas.
Os silos eram posicionados entre os cascos principais, numa configuração inédita para submarinos nucleares da época. Isso oferecia maior estabilidade e facilidade na operação dos lançadores de mísseis, mesmo sob o gelo do Ártico.
Desempenho no Ártico foi um dos destaques do projeto
Um dos diferenciais do maior submarino nuclear do mundo era a capacidade de operar em condições extremas no Ártico. O Projeto 941 Akula podia navegar sob as calotas polares e emergir rompendo o gelo, permitindo o lançamento dos mísseis balísticos mesmo em situações de confronto global. Essa capacidade reforçava a doutrina de dissuasão da União Soviética durante a Guerra Fria, assegurando que seus submarinos poderiam responder a um ataque nuclear inimigo a partir de locais remotos e difíceis de rastrear.
A estrutura reforçada do casco e os sistemas de navegação e sensoriamento foram ajustados para operações no ambiente polar, com maior resistência ao gelo e melhores recursos de manobra em águas cobertas por camadas congeladas.
Descomissionamento marcou o fim de uma era na engenharia naval
Seis submarinos do Projeto 941 Akula foram construídos entre 1976 e 1989. O primeiro, TK‑208, foi batizado como Dmitriy Donskoy. Com o fim da Guerra Fria e os tratados de redução de armamentos nucleares, os submarinos foram gradualmente descomissionados.
O Dmitriy Donskoy foi o último em operação, utilizado como plataforma de testes para novos mísseis, como o Bulava, até ser aposentado em 2023. Os demais submarinos foram desmontados ou armazenados, encerrando o ciclo da maior classe de submarinos nucleares já construída.
O legado do maior submarino nuclear do mundo
O submarino soviético da classe Typhoon se tornou um ícone da engenharia militar do século XX. Além do recorde de tamanho e potência, o Projeto 941 Akula foi símbolo do ápice da corrida armamentista submarina e da busca por supremacia no mar, principalmente em cenários como o do Ártico.
A imagem do maior submarino nuclear do mundo transcendeu a tecnologia. Serviu de inspiração para livros, filmes e jogos eletrônicos, como no caso do romance A Caçada ao Outubro Vermelho, de Tom Clancy, e suas adaptações para o cinema.
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