Entenda como funciona a ‘Nuclear Football’, que dá ao líder americano autoridade única e imediata para lançar um ataque nuclear devastador, sem precisar de aprovação.
Você já notou um militar com uma maleta preta sempre perto do presidente dos EUA? Essa maleta, a ‘Nuclear Football’, contém as ferramentas para iniciar um ataque nuclear. A decisão é exclusivamente presidencial, a qualquer momento, contra qualquer alvo. Este é, possivelmente, o maior poder do Presidente dos EUA: a autoridade para devastar o mundo em minutos, sem precisar do aval de mais ninguém. É um lembrete constante do poderio militar e da tênue linha que separa a paz da destruição global.
A Maleta Nuclear: origem e propósito
Apelidada de ‘Nuclear Football’ (bola de futebol americano nuclear), a maleta acompanha os presidentes dos EUA desde a década de 1970. Sua criação foi uma resposta direta à Crise dos Mísseis de Cuba (1962). O objetivo era duplo: garantir que a ordem de ataque viesse realmente do presidente e que isso pudesse ser feito no menor tempo possível.
Diante da velocidade de um ataque nuclear moderno (mísseis intercontinentais podem chegar em menos de uma hora), a capacidade de resposta rápida e autenticada tornou-se crucial. A maleta assegura que o maior poder do Presidente dos EUA esteja sempre ao seu alcance físico, onde quer que ele vá, neutralizando a ameaça de um “ataque de decaptação” que vise eliminar a liderança antes de uma retaliação. Existem cópias: uma segue o vice-presidente e outra fica de reserva na Casa Branca. A Rússia possui um sistema similar, conhecido como ‘Cheget’.
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Dentro da ‘Football’: as ferramentas do fim do mundo
Fabricada pela Zero Halliburton (empresa famosa por maletas de cinema) em alumínio e couro, a ‘Nuclear Football’ pesa mais de 20 kg. Seu conteúdo é secreto, mas informações compiladas sugerem que ela contém:
- Um ‘cardápio’ de opções: Um livro preto detalhando planos de ataque pré-definidos, com alvos (países, cidades), tipos de armas (submarinos, bombardeiros, mísseis terrestres) e estimativas de baixas (milhões ou bilhões de vidas).
- Códigos de autenticação: O presidente carrega um cartão chamado ‘Biscuit’ com códigos de identificação. A maleta contém outros códigos necessários para validar a ordem de ataque.
- Sistema de comunicação seguro: Equipamentos e antena para garantir a comunicação com o centro de comando militar no Pentágono, mesmo que outras redes tenham caído.
- Instruções e locais seguros: Guias para sistemas de transmissão de emergência e uma lista de locais secretos para onde o presidente pode ser evacuado.
Autoridade única: o cerne do maior poder do Presidente dos EUA
Aqui reside a diferença crucial do sistema americano: o presidente tem autoridade unilateral e absoluta para ordenar um ataque nuclear. Não há necessidade legal de consultar ou obter aprovação do Congresso, do Secretário de Defesa ou de qualquer outra autoridade civil ou militar.
O sistema é desenhado para viabilizar essa ordem presidencial, não para impedi-la. Isso contrasta fortemente com o sistema russo, onde a ordem depende também do Ministro da Defesa e do Chefe das Forças Armadas. Nos EUA, o maior poder do Presidente dos EUA é exercido solitariamente.
Riscos e a lógica da ‘destruição mútua assegurada’
Essa autoridade exclusiva é parte da estratégia de dissuasão nuclear, baseada na “Destruição Mútua Assegurada” (MAD – Mutual Assured Destruction). A ideia é que a garantia de uma retaliação devastadora impede qualquer nação de lançar um primeiro ataque. Contudo, essa estratégia é controversa. Críticos apontam a falta de freios e contrapesos como um risco imenso, dependendo do estado mental e do julgamento de uma única pessoa.
O potencial destrutivo é inimaginável: simulações indicam que o uso de menos de 1% do arsenal nuclear mundial (cerca de 12.000 ogivas ativas) poderia matar diretamente dezenas de milhões e indiretamente mais de um bilhão, devido à radiação e ao “inverno nuclear”. A existência desse maior poder do Presidente dos EUA, sem barreiras efetivas, levanta questionamentos profundos sobre a segurança global e a própria natureza humana diante da capacidade de autodestruição.