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O maior piscinão subterrâneo do Rio de Janeiro: com 26 metros de profundidade e capacidade para 58 milhões de litros, este gigante de concreto ajuda a proteger bairros inteiros da Zona Norte contra enchentes históricas

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 28/10/2025 às 11:55
O maior piscinão subterrâneo do Rio de Janeiro: com 26 metros de profundidade e capacidade para 58 milhões de litros, este gigante de concreto ajuda a proteger bairros inteiros da Zona Norte contra enchentes históricas
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Com 26 metros de profundidade e 58 milhões de litros de capacidade, o piscinão da Praça Niterói é o maior reservatório subterrâneo do Rio e símbolo do combate às enchentes.

Inaugurado em 2015, o reservatório subterrâneo da Praça Niterói, na Zona Norte do Rio de Janeiro, é uma das maiores obras de drenagem urbana já construídas no país. A estrutura monumental, projetada para conter até 58 milhões de litros de água — o equivalente a 23 piscinas olímpicas —, foi concebida após décadas de enchentes devastadoras que atingiam bairros como Tijuca, Maracanã, Vila Isabel e Andaraí. O chamado “piscinão da Praça Niterói” faz parte de um conjunto de intervenções que transformou a macrodrenagem da cidade e se tornou um marco da engenharia urbana brasileira.

Como o piscinão funciona e por que ele é essencial

A construção do reservatório teve início em 2013 e foi concluída dois anos depois, como parte de um programa da Prefeitura do Rio para combater as inundações na bacia dos rios Joana e Maracanã. A estrutura tem três grandes câmaras interligadas por túneis e um sistema de bombas de alta potência.

Durante tempestades, o excesso de água que desce das encostas e ruas é desviado para o interior do piscinão, onde permanece armazenado até que o nível dos rios baixe. Em seguida, o sistema de bombeamento libera o volume de forma controlada, evitando transbordamentos e alagamentos em áreas críticas.

Cada câmara possui cerca de 26 metros de profundidade, o equivalente a um prédio de oito andares subterrâneo e foi escavada em uma área densamente urbanizada, o que exigiu tecnologia avançada de contenção e impermeabilização.

O maior piscinão subterrâneo do Rio de Janeiro: com 26 metros de profundidade e capacidade para 58 milhões de litros, este gigante de concreto ajuda a proteger bairros inteiros da Zona Norte contra enchentes históricas
Foto: Prefeitura do RIO/Reprodução

Engenheiros da Fundação Rio-Águas e da Secretaria Municipal de Infraestrutura relatam que a obra utilizou técnicas semelhantes às aplicadas em metrôs, com o uso de escavações em anel e concreto projetado.

A transformação de uma região marcada por enchentes

Por décadas, moradores da região da Praça Niterói conviveram com cenas que se repetiam a cada verão: carros boiando, comércios destruídos e ruas tomadas pela água em questão de minutos.

O piscinão mudou esse cenário. Desde que entrou em operação, a frequência e intensidade das enchentes despencaram, especialmente nas avenidas Radial Oeste e Paula Souza, duas das mais afetadas historicamente.

O comerciante Sérgio Duarte, que vive há mais de 30 anos na região, descreveu o impacto: “Antes, a água subia até o balcão da loja. Hoje, mesmo com chuva forte, o nível baixa rápido. É a diferença entre o caos e a normalidade”.

A obra também teve reflexos urbanísticos: valorizou imóveis, reduziu prejuízos anuais com alagamentos e passou a integrar o sistema de monitoramento meteorológico do município.

Um legado da engenharia urbana brasileira

O piscinão da Praça Niterói integra o mesmo complexo hidráulico que inclui o reservatório da Praça da Bandeira, inaugurado em 2013, com capacidade adicional de 18 milhões de litros.

Juntos, esses sistemas representam uma das maiores intervenções subterrâneas da história recente do Rio de Janeiro e foram projetados para resistir a chuvas de intensidade equivalente a 50 anos de recorrência.

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A engenharia empregada no projeto se tornou referência em cursos técnicos e faculdades de engenharia civil. A complexidade das escavações, realizadas abaixo de avenidas movimentadas, demandou 24 horas de operação contínua e monitoramento eletrônico em tempo real para evitar recalques no solo.

Manutenção e desafios futuros

Apesar da eficiência, o sistema exige manutenção constante. A limpeza dos poços e dutos é feita periodicamente pela Fundação Rio-Águas para evitar o acúmulo de lixo e sedimentos, que podem comprometer a capacidade de armazenamento.

Técnicos alertam que, embora o piscinão reduza drasticamente os efeitos das chuvas, ele não elimina a necessidade de políticas de drenagem mais amplas, como o controle da impermeabilização do solo e o combate à ocupação irregular nas encostas.

Outro desafio é o custo operacional. O sistema de bombeamento consome grandes volumes de energia, especialmente durante períodos de chuvas prolongadas. Ainda assim, os técnicos defendem o investimento como essencial para a segurança urbana e a prevenção de desastres ambientais.

Um exemplo para o país

Hoje, o piscinão da Praça Niterói é citado em congressos e relatórios de infraestrutura como modelo de obra pública eficiente, associando alta engenharia, impacto social e sustentabilidade urbana. Ele mostra como a combinação de planejamento, tecnologia e vontade política pode transformar regiões inteiras.

Em uma cidade historicamente vulnerável às águas, o gigante de concreto subterrâneo se tornou um símbolo de resistência, um reservatório que guarda, debaixo da terra, a esperança de um Rio menos refém da chuva.

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Valdemar Medeiros

Formado em Jornalismo e Marketing, é autor de mais de 20 mil artigos que já alcançaram milhões de leitores no Brasil e no exterior. Já escreveu para marcas e veículos como 99, Natura, O Boticário, CPG – Click Petróleo e Gás, Agência Raccon e outros. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras (empregabilidade e cursos), Economia e outros temas. Contato e sugestões de pauta: valdemarmedeiros4@gmail.com. Não aceitamos currículos!

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