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O líder ucraniano Volodymyr Zelensky criticou o Brasil por sua postura neutra na guerra entre Rússia e Ucrânia, gerando apoio dos EUA e União Europeia

Escrito por Rafaela Fabris
Publicado em 20/06/2024 às 18:50
O líder ucraniano Volodymyr Zelensky criticou o Brasil por sua postura neutra na guerra entre Rússia e Ucrânia, gerando apoio dos EUA e União Europeia
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky fez duras críticas ao Brasil devido à sua postura neutra nas tentativas de elaborar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. Essa crítica foi endossada pelos Estados Unidos, União Europeia e outros países. Tanto o atual governo brasileiro quanto o anterior adotam uma postura neutra e pragmática em relação à guerra na Ucrânia. Imagem: CANVA/Divulgação

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky fez duras críticas ao Brasil devido à sua postura neutra nas tentativas de elaborar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. Essa crítica foi endossada pelos Estados Unidos, União Europeia e outros países. Tanto o atual governo brasileiro quanto o anterior adotam uma postura neutra e pragmática em relação à guerra na Ucrânia.

O Brasil tem uma longa tradição de neutralidade em conflitos internacionais, baseada em princípios de não-intervenção e resolução pacífica de disputas. Durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, o Brasil inicialmente manteve-se neutro, mas acabou entrando nos conflitos ao lado dos Estados Unidos devido a ataques sofridos e pressão americana. Após esses conflitos, o Brasil continuou a valorizar a soberania nacional e a não-intervenção.

Durante a Guerra Fria, mesmo alinhado ao bloco capitalista, o Brasil mantinha laços com países socialistas. Na Guerra das Malvinas, adotou uma postura neutra, mesmo reconhecendo a legitimidade da reivindicação argentina. No cenário atual, o Brasil segue tentando mediar crises internacionais, oferecendo-se como local para negociações e diálogos.

Volodymyr Zelensky criticou o Brasil após o país ficar de fora da declaração conjunta assinada na última cúpula para a paz na Suíça

Ele afirmou que só ouvirá o Brasil quando adotar princípios das nações civilizadas: “Assim que o Brasil e a China adotarem os princípios que uniram todos nós hoje como nações diplomáticas, teremos o maior prazer em ouvir seus pontos de vista, mesmo que sejam diferentes da maioria do mundo”, declarou Zelensky. A União Europeia, Estados Unidos, Argentina e até o Quênia endossaram essa crítica.

Além do Brasil, China, Índia, África do Sul e Emirados Árabes não assinaram o documento. Todos fazem parte do BRICS, exceto os Emirados Árabes. O governo brasileiro defendeu a realização de uma conferência de paz que seja reconhecida tanto pelos ucranianos quanto pelos russos.

O presidente brasileiro declarou que a resistência de ambos os lados em conversar sobre paz dificulta as negociações:

“Como ainda há muita resistência, tanto do Zelensky quanto do Putin de conversar sobre paz, cada um tem a paz na sua cabeça do jeito que quer. E, depois de um documento assinado com a China, nós estamos propondo que haja uma negociação efetiva, que a gente coloque a Rússia e o Zelensky na mesa e vamos ver se é possível convencê-lo que a paz vai trazer melhor resultado do que a guerra.”

Essa posição neutra e pragmática do Brasil, no entanto, parece estar desagradando o lado ocidental e gerando críticas de importantes líderes internacionais. A história mostra que a neutralidade do Brasil tem prazo de validade, e eventualmente o país pode precisar escolher um lado.

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Rafaela Fabris

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