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O Itaú usou métricas digitais como cliques, tempo de mouse e teclado, alt tab, scroll e tempo em reuniões virtuais para justificar demissões em massa no home office

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 11/09/2025 às 09:33
Itaú demite mais de 1.000 funcionários após monitorar cliques e tempo de tela no home office, diz sindicato de bancários
Itaú demite mais de 1.000 funcionários após monitorar cliques e tempo de tela no home office, diz sindicato de bancários
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Sindicato denuncia que as demissões em massa no home office usaram métricas de cliques, tempo de tela e atividade digital como justificativa para cortes em 2025

O Itaú Unibanco está no centro de uma polêmica após promover demissões em massa no home office. Segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, mais de 1.000 trabalhadores foram desligados em setembro de 2025. A instituição não confirma o número, mas justificou os cortes citando uma “revisão criteriosa” das condutas relacionadas ao trabalho remoto e ao registro de jornada.

De acordo com informações do G1, os desligamentos se basearam em métricas digitais como cliques, tempo de uso de mouse e teclado, alt tab, scroll e tempo conectado em reuniões virtuais. O modelo de monitoramento despertou críticas de especialistas e sindicatos, que apontam falta de transparência e riscos à saúde mental dos bancários.

Quem foram os afetados pelas demissões?

Entre os desligados está ‘Marcos’ (nome criado pela BBC), funcionário da área de tecnologia que trabalhou quase dez anos no banco, acumulando promoções e prêmios.

Mesmo assim, foi demitido sob a alegação de “baixa produtividade” no trabalho remoto.

Ele relatou que trabalhava até em finais de semana, mas sua atividade digital foi considerada insuficiente:

“Não vimos a plataforma, não sabemos como funciona. Só ficamos na suspeita e querendo entender por que fomos escolhidos”, disse ao sindicato.

Como o banco monitorava os funcionários?

De acordo com o Itaú e relatos de ex-colaboradores, o processo envolvia:

tempo de uso de mouse e teclado;

acesso a softwares licenciados;

participação em chamadas de vídeo;

envio de mensagens internas;

registro de navegação, como alt tab e scroll;

execução de cursos corporativos.

O banco afirmou que não capturava telas, áudios ou vídeos, mas usava esses indicadores como base para decisões de gestão.

Para trabalhadores como Marcos, o processo foi pouco transparente e deixou dúvidas sobre os critérios objetivos usados para as demissões.

Qual foi a reação do sindicato?

O Sindicato dos Bancários classificou os desligamentos como excessivos e injustificáveis.

Segundo a entidade, usar métricas digitais como critério central para justificar demissões em massa no home office é perigoso, pois aumenta a pressão psicológica, incentiva jornadas abusivas e cria um ambiente de vigilância constante.

A entidade informou que pretende acionar órgãos de fiscalização trabalhista para investigar possíveis abusos e denunciar a prática como violação de direitos coletivos.

O que dizem especialistas sobre o caso?

Para o advogado Paulo Renato Fernandes da Silva, professor da FGV Direito Rio, o empregador tem direito de fiscalizar o trabalho remoto, mas os contratos deveriam ser claros sobre os métodos de monitoramento.

Ele reforça que a legislação brasileira permite a dispensa sem justa causa, mas boas práticas incluem feedback prévio, diálogo e capacitação antes da demissão.

Especialistas também alertam para o risco de empresas confundirem “tempo conectado” com produtividade real, criando distorções na avaliação do desempenho.

Qual foi a posição oficial do Itaú?

Em nota, o banco declarou que identificou “padrões incompatíveis com princípios de confiança, inegociáveis para a instituição” em uma minoria de colaboradores.

Segundo o Itaú, as decisões foram tomadas dentro de um processo de “gestão responsável” e todos os funcionários tinham conhecimento das políticas internas sobre jornada e uso de equipamentos.

Apesar disso, sindicatos e trabalhadores afirmam que a metodologia não foi divulgada em detalhes e que houve falta de transparência na aplicação dos critérios.

As demissões em massa no home office do Itaú levantam um debate crucial sobre os limites da vigilância digital no ambiente de trabalho.

Até que ponto cliques, movimentos de mouse ou tempo de tela podem ser usados como critérios de produtividade?

E quais são os impactos desse modelo na saúde mental dos trabalhadores?

E você, acredita que o monitoramento digital é uma forma justa de avaliar produtividade no home office ou considera que isso pode gerar abusos e cortes injustificados? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive essa realidade na prática.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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