Segundo a Gazeta do Mundo, o Força da Sibéria 2 garante 50 bilhões de m³ por ano à China e retira da União Europeia a energia barata que sustentou sua indústria por 50 anos.
O Força da Sibéria 2 não é apenas um gasoduto. Ele simboliza uma reorientação estratégica da energia global, redirecionando o gás russo que antes fluía para a Europa em direção à China. Para especialistas ouvidos pela Gazeta do Mundo, isso significa que a União Europeia perde o acesso ao combustível barato que foi essencial para sua competitividade industrial por meio século.
O projeto prevê 50 bilhões de metros cúbicos de gás por ano, atravessando a Mongólia, que lucrará com tarifas e terá acesso direto ao insumo. Os mesmos campos de Yamal, na Sibéria Ocidental, que abasteciam a Alemanha via Nord Stream e Yamal-Europa, agora vão alimentar o crescimento chinês.
Impacto direto para a China
Para Pequim, o Força da Sibéria 2 é um escudo contra a dependência do gás natural liquefeito (GNL) norte-americano e do transporte marítimo controlado por Washington.
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O fornecimento terrestre reduz custos e garante estabilidade, imune a bloqueios em pontos sensíveis como o Estreito de Ormuz.
Estimativas indicam que, até 2030, o gás russo poderá suprir 20% da demanda chinesa, contra os 10% atuais.
Isso ajuda a China a manter o crescimento do PIB mesmo em um cenário de recessão europeia e instabilidade global.
O efeito colateral para os Estados Unidos
O acordo entre Moscou e Pequim frustra os planos de Washington de expandir exportações de GNL para a Ásia.
Projetos voltados ao Japão e outros países asiáticos ficam ameaçados, enquanto a China já não importa gás dos EUA há mais de seis meses — o maior intervalo desde a guerra comercial anterior.
A chegada de carregamentos do Arctic LNG russo, mesmo sob sanções, demonstra que Pequim está disposta a desafiar diretamente a Casa Branca em busca de energia barata.
A Europa como maior perdedora
Nenhum bloco sente tanto impacto quanto a União Europeia.
Por décadas, a energia russa barata sustentou a indústria alemã e a prosperidade europeia.
Desde 2022, com a guerra na Ucrânia, a UE tenta reduzir a dependência e prometeu zerar as importações até 2027.
O problema é o preço. Cálculos da Hungria apontam que os custos adicionais chegam a 2 bilhões de euros por ano, dobrando o preço do gás para famílias e triplicando a conta de eletricidade.
Com o Força da Sibéria 2, a porta para a Europa se fecha, e o gás russo passa a fluir exclusivamente para o Oriente.
Reorientação geopolítica até 2030
Segundo a Gazeta do Mundo, o Força da Sibéria 2 é mais que um projeto energético: é um pilar da aliança Moscou–Pequim.
Ele consolida a cooperação estratégica após a visita de quatro dias de Vladimir Putin à China, enfraquece a Europa e desafia a dominância energética dos Estados Unidos.
O resultado é uma mudança estrutural no mercado global de energia, com preços afetados pela menor demanda chinesa de fornecedores alternativos e pela exclusão da Europa do gás russo barato.
Até 2030, essa redistribuição pode redesenhar não apenas a geopolítica energética, mas também o equilíbrio econômico mundial.
Na sua visão, o Força da Sibéria 2 fortalece definitivamente a China e enfraquece a União Europeia ou ainda há espaço para a Europa se reinventar sem a energia russa? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem acompanha esse impacto na prática.