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O Força da Sibéria 2 não é só um gasoduto: ele redireciona o gás que antes abastecia a Europa para a China, tirando da União Europeia a energia barata que sustentou sua indústria por meio século

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 08/09/2025 às 15:43
Gasoduto Força da Sibéria 2 redireciona gás russo da Europa para a China: 50 bilhões de m³ por ano, impacto global até 2030
Gasoduto Força da Sibéria 2 redireciona gás russo da Europa para a China: 50 bilhões de m³ por ano, impacto global até 2030
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Segundo a Gazeta do Mundo, o Força da Sibéria 2 garante 50 bilhões de m³ por ano à China e retira da União Europeia a energia barata que sustentou sua indústria por 50 anos.

O Força da Sibéria 2 não é apenas um gasoduto. Ele simboliza uma reorientação estratégica da energia global, redirecionando o gás russo que antes fluía para a Europa em direção à China. Para especialistas ouvidos pela Gazeta do Mundo, isso significa que a União Europeia perde o acesso ao combustível barato que foi essencial para sua competitividade industrial por meio século.

O projeto prevê 50 bilhões de metros cúbicos de gás por ano, atravessando a Mongólia, que lucrará com tarifas e terá acesso direto ao insumo. Os mesmos campos de Yamal, na Sibéria Ocidental, que abasteciam a Alemanha via Nord Stream e Yamal-Europa, agora vão alimentar o crescimento chinês.

Impacto direto para a China

Para Pequim, o Força da Sibéria 2 é um escudo contra a dependência do gás natural liquefeito (GNL) norte-americano e do transporte marítimo controlado por Washington.

O fornecimento terrestre reduz custos e garante estabilidade, imune a bloqueios em pontos sensíveis como o Estreito de Ormuz.

Estimativas indicam que, até 2030, o gás russo poderá suprir 20% da demanda chinesa, contra os 10% atuais.

Isso ajuda a China a manter o crescimento do PIB mesmo em um cenário de recessão europeia e instabilidade global.

O efeito colateral para os Estados Unidos

O acordo entre Moscou e Pequim frustra os planos de Washington de expandir exportações de GNL para a Ásia.

Projetos voltados ao Japão e outros países asiáticos ficam ameaçados, enquanto a China já não importa gás dos EUA há mais de seis meses — o maior intervalo desde a guerra comercial anterior.

A chegada de carregamentos do Arctic LNG russo, mesmo sob sanções, demonstra que Pequim está disposta a desafiar diretamente a Casa Branca em busca de energia barata.

A Europa como maior perdedora

Nenhum bloco sente tanto impacto quanto a União Europeia.

Por décadas, a energia russa barata sustentou a indústria alemã e a prosperidade europeia.

Desde 2022, com a guerra na Ucrânia, a UE tenta reduzir a dependência e prometeu zerar as importações até 2027.

O problema é o preço. Cálculos da Hungria apontam que os custos adicionais chegam a 2 bilhões de euros por ano, dobrando o preço do gás para famílias e triplicando a conta de eletricidade.

Com o Força da Sibéria 2, a porta para a Europa se fecha, e o gás russo passa a fluir exclusivamente para o Oriente.

Reorientação geopolítica até 2030

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Segundo a Gazeta do Mundo, o Força da Sibéria 2 é mais que um projeto energético: é um pilar da aliança Moscou–Pequim.

Ele consolida a cooperação estratégica após a visita de quatro dias de Vladimir Putin à China, enfraquece a Europa e desafia a dominância energética dos Estados Unidos.

O resultado é uma mudança estrutural no mercado global de energia, com preços afetados pela menor demanda chinesa de fornecedores alternativos e pela exclusão da Europa do gás russo barato.

Até 2030, essa redistribuição pode redesenhar não apenas a geopolítica energética, mas também o equilíbrio econômico mundial.

Na sua visão, o Força da Sibéria 2 fortalece definitivamente a China e enfraquece a União Europeia ou ainda há espaço para a Europa se reinventar sem a energia russa? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem acompanha esse impacto na prática.

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Mário Cavalcanti Nogueira Júnior
Mário Cavalcanti Nogueira Júnior
14/09/2025 12:42

Essa submissão total e absoluta dos vassalos europeus aos EUA, já faz parte da história e geopolítica mundial, como um dos maiores crimes lesa pátria, perpetrado por essa leva de incompetentes, ineptos e traidores desgovernantes europeus!

Tarcisio Braga
Tarcisio Braga
09/09/2025 19:32

Será que o Brasil poderia fornecer gás para a Europa via Internet?

João Aleixo neto
João Aleixo neto
09/09/2025 17:45

Vejo que a Europa pode se reestruturar energeticamente ou mesmo invertir ou buscar fornecedores como o Brasil que com certeza em gás e que não é profundamente ainda explorado e tem espaço o Brasil aproveitar esta lacuna.

Rudi_o_rude
Rudi_o_rude
Em resposta a  João Aleixo neto
09/09/2025 20:18

O Brasil não consegue nem aproveitar o que tem pra uso próprio, acaba importando gás da Bolívia e da Argentina… E mesmo que aproveite todo o potencial produtivo, ainda não consegue atender a própria demanda, quem dirá exportar.

Thorr
Thorr
Em resposta a  Rudi_o_rude
10/09/2025 03:10

Reclama com o mito ele vendeu nossas empresas de gás lembra disso kkkk

Thorr
Thorr
Em resposta a  Rudi_o_rude
10/09/2025 03:12

O gás Brasil-bolivia foi pra ajudar os estados do sul aonde a exploração de petróleo é praticamente zero

Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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