Conheça a tecnologia por trás do filtro de uma usina de dessalinização, desde os seus poros microscópicos até a alta pressão que a torna a solução mais eficiente para combater a escassez de água
Em um mundo onde o acesso à água doce é um desafio crescente, a dessalinização se tornou uma solução vital. A tecnologia mais importante por trás desse processo é a osmose reversa, que utiliza um sistema de filtração de altíssima precisão. O coração desse sistema é o filtro de uma usina de dessalinização, uma membrana com poros tão pequenos que consegue separar o sal da água do mar.
O processo exige uma força imensa e uma engenharia de ponta para funcionar. Essa tecnologia não só torna a água do mar potável, como também o faz de uma maneira cada vez mais eficiente e sustentável, como visto em grandes usinas ao redor do mundo.
O que é a osmose reversa e como funciona o filtro de uma usina de dessalinização?
A osmose reversa inverte um processo natural. Em vez de a água se mover de um meio menos salino para um mais salino, a tecnologia aplica uma força externa para empurrar a água do mar contra uma membrana semipermeável. Essa membrana, que é o filtro de uma usina de dessalinização, tem poros minúsculos.
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O tamanho desses poros varia de 0,0001 a 0,001 micrômetros. Para se ter uma ideia, isso é cerca de 500.000 vezes menor que o diâmetro médio de um fio de cabelo humano. Essa finura permite que apenas as moléculas de água passem, bloqueando sais, minerais, bactérias e outras impurezas.
A força da pressão, por que são necessários mais de 60 bar para dessalinizar a água?
Para forçar a água a passar por poros tão pequenos e vencer a pressão osmótica natural da água salgada, é preciso aplicar uma pressão imensa. Em usinas que tratam água do mar, a pressão operacional necessária fica tipicamente entre 60 e 70 bar.
Essa alta pressão é diretamente responsável pelo alto consumo de energia, que historicamente foi o maior desafio da dessalinização. A alta concentração de sal na água do mar exige essa força para que o processo de separação ocorra de forma eficiente, garantindo a produção de água purificada.
Sorek II em Israel, a usina que virou referência global em 2025
Um exemplo de excelência nessa tecnologia é a usina de dessalinização Sorek II, em Israel. Considerada uma das maiores do mundo, ela começou a operar plenamente no início de 2025 e estabeleceu um novo padrão de sustentabilidade para o setor.
A usina tem capacidade para produzir 200 milhões de metros cúbicos de água potável por ano. Sorek II se destaca por suas inovações, como uma estação de energia própria e um sistema que captura o CO2 para usá-lo no processo de remineralização da água, reduzindo sua pegada de carbono em 30%.
A revolução na eficiência energética da dessalinização
O alto consumo de energia da osmose reversa foi drasticamente reduzido graças aos Dispositivos de Recuperação de Energia (DREs). Essa tecnologia aproveita a energia hidráulica da salmoura concentrada, que sai do sistema sob alta pressão, e a transfere de volta para a água de alimentação.
Com o uso de DREs, o consumo de energia em usinas de ponta caiu para cerca de 2,08 kWh por metro cúbico de água. Essa inovação tornou a dessalinização em larga escala muito mais viável economicamente, impulsionando a osmose reversa como a tecnologia dominante no mundo.
Os desafios da tecnologia, gerenciamento da salmoura e vida útil do filtro
A dessalinização não está isenta de desafios. O principal subproduto do processo é a salmoura, uma água com concentração de sal ainda maior que a do mar, que precisa ser descartada de volta no oceano de forma segura para não prejudicar a vida marinha.
Além disso, o filtro de uma usina de dessalinização é suscetível ao acúmulo de matéria orgânica e minerais, o que exige um pré-tratamento rigoroso da água e manutenções periódicas. A vida útil de uma membrana de osmose reversa dura, em média, de 2 a 5 anos, dependendo da qualidade da água e da manutenção.