O Citigroup registrou um erro bancário sem precedentes ao creditar por engano US$ 81 trilhões em uma conta, acionando seus sistemas automáticos de detecção em menos de duas horas e revelando a vulnerabilidade operacional de grandes instituições financeiras
Um erro bancário de proporções históricas colocou o Citigroup no centro de um episódio raro no sistema financeiro global. O banco creditou indevidamente US$ 81 trilhões, valor quase quatro vezes o PIB dos Estados Unidos, em uma conta que deveria receber apenas US$ 280. O caso, ocorrido em abril, foi rapidamente revertido após a detecção automática do problema pelos mecanismos internos de controle da instituição.
O episódio, que aconteceu em abril de 2025, embora sem prejuízo financeiro efetivo, reacendeu o debate sobre risco operacional, automação e supervisão humana em bancos de grande porte. O incidente foi classificado como “quase acidente” e comunicado ao Federal Reserve e ao Office of the Comptroller of the Currency, órgãos reguladores responsáveis pela estabilidade do sistema bancário norte-americano.
Como ocorreu o erro bancário
De acordo com relatórios internos citados pela imprensa especializada, a falha começou com uma operação de crédito rotineira.
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Um funcionário processou incorretamente o valor, que deveria ser de US$ 280, e o erro não foi identificado na verificação secundária, permitindo que a transferência fosse aprovada para execução no início do expediente seguinte.
A falha só foi detectada noventa minutos depois, quando outro colaborador percebeu uma discrepância nos saldos internos.
O sistema de detecção de inconsistências acionou automaticamente o protocolo de reversão, cancelando a movimentação antes que qualquer valor deixasse o banco.
Nenhum fundo chegou a sair das contas do Citigroup, o que evitou prejuízos ou impacto direto sobre clientes e contrapartes.
O que o caso revela sobre o risco operacional
Embora a reversão tenha ocorrido em tempo recorde, o episódio ilustra o quanto o risco operacional continua a ser um ponto sensível no setor financeiro, mesmo com altos níveis de automação.
O Citigroup reconheceu que o incidente reforça a necessidade de eliminar processos manuais e ampliar o uso de controles automáticos para reduzir a margem de erro humano.
A própria instituição admitiu em comunicado interno que, só em 2024, houve dez ocorrências de “quase acidentes” acima de US$ 1 bilhão, número menor que os treze registrados no ano anterior.
Ainda assim, especialistas apontam que a frequência de erros desse porte é rara e pode afetar a confiança do mercado, especialmente em um contexto de monitoramento regulatório rigoroso e pressão por eficiência.
Quando a tecnologia corrige o humano
A resposta do Citigroup foi citada por analistas como um exemplo de resiliência tecnológica, mostrando que o sistema automatizado de verificação de transações em larga escala conseguiu neutralizar o erro antes de gerar vazamento de fundos.
A identificação ocorreu em menos de duas horas, tempo considerado notável em operações desse volume.
Esse tipo de resposta rápida, segundo fontes do setor, é parte do esforço das instituições para atender a normas mais rígidas de compliance digital e auditoria de processos.
Erros de escala sistêmica, se não contidos, podem gerar pânico de liquidez, afetando não apenas o banco envolvido, mas também toda a rede interbancária e seus derivativos.
O impacto reputacional e regulatório
Mesmo sem dano financeiro, a repercussão de um erro bancário dessa magnitude obriga o Citigroup a intensificar revisões de governança e relatórios internos.
O episódio foi comunicado formalmente ao Federal Reserve e à agência reguladora de controle de moedas dos Estados Unidos.
Internamente, o banco implementou um novo protocolo para reduzir a dependência de conferências manuais e reforçar a integração entre sistemas de auditoria e inteligência artificial.
Fontes do setor indicam que o caso será usado como estudo de prevenção e resposta a falhas críticas de processamento.
O que fica de lição para o sistema financeiro
O episódio do Citigroup reforça que, mesmo em instituições de ponta, o erro humano ainda é um elo vulnerável em operações de alta complexidade.
A velocidade da resposta técnica evitou um desastre contábil, mas também evidenciou a necessidade de revisão contínua de fluxos internos e de cultura de controle.
Para os analistas, o caso serve de alerta.
A automação não elimina o risco, apenas o desloca.
Quando falhas ocorrem em sistemas que movem trilhões de dólares, a diferença entre um susto e uma crise global depende de segundos e de algoritmos funcionando como deveriam.