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O enigma do T-Cross na China: por que um mesmo carro tem dois nomes e fabricantes diferentes?

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 29/08/2024 às 06:02

Quando pensamos em um modelo de carro, geralmente imaginamos que ele seja padronizado, com o mesmo nome e características em qualquer lugar do mundo. Mas a China, sempre surpreendente, inova até no mercado automotivo, onde um mesmo carro pode ter múltiplos nomes e até ser fabricado por empresas diferentes.

Esse é o caso do Volkswagen T-Cross, um SUV que, no gigante asiático, ganha versões com identidades próprias dependendo da montadora.

Como sabemos, a Volkswagen é uma das marcas automotivas mais tradicionais do mundo. Na China, ela possui uma história de sucesso, com décadas de liderança e um forte legado construído por parcerias com fabricantes locais.

Desde 1984, a montadora alemã colabora com a SAIC (Shanghai Automotive Industry Corporation), e a partir de 1991, firmou uma parceria com a FAW (First Automobile Works).

No entanto, a peculiaridade do mercado chinês vai além das colaborações: o T-Cross, modelo popular em outros países, ganhou versões exclusivas, cada uma fabricada por uma dessas duas parceiras.

Na China, o T-Cross da Volkswagen não é apenas um, mas dois carros diferentes. A SAIC-Volkswagen fabrica o Tukai, enquanto a FAW-Volkswagen é responsável pelo Tacqua. Ambos compartilham a mesma essência, mas apresentam variações significativas em dimensões, motorização e, claro, no nome.

Diferenças entre Tukai e Tacqua: dois T-Cross, duas experiências

O T-Cross Tukai, fabricado pela SAIC-Volkswagen, mede 4,218 metros de comprimento e tem um entre-eixos de 2,651 metros. É vendido em três versões, sendo as duas primeiras equipadas com um motor 1.5 aspirado de 110 cv e torque de 141 Nm.

A versão manual de cinco marchas custa 115.900 yuans (R$ 89.490), enquanto a automática de seis marchas sai por ¥ 128.900 (R$ 99.532).

Há também uma versão topo de linha, chamada 300 TSI, equipada com o novo motor 1.5 Turbo Evo II de 160 cv e torque de 250 Nm, associada a um câmbio DSG de sete marchas.

Este modelo, o mais caro, custa ¥ 161.900 (R$ 125.014) e pode ser adquirido com porta-malas de 329 litros ou uma versão menor, com 212 litros.

Por outro lado, o Tacqua da FAW-Volkswagen, que é um pouco menor com 4,194 metros de comprimento, também oferece duas versões, ambas com motor 1.2 Turbo de 116 cv e torque de 200 Nm.

As versões, vendidas como R-Line, têm preços que variam entre ¥ 143.900 (R$ 111.115) e ¥ 146.900 (R$ 113.431). Curiosamente, o Tacqua possui o maior porta-malas entre os dois modelos, com uma capacidade de 367 litros.

-Cross da FAW-Volkswagen chama-se Tacqua e tem motor 1.2 turbo de 116 cv. (foto: FAW-Volkswagen / Guia do Carro)

A complexidade do mercado automotivo chinês

Entender o mercado automotivo chinês não é uma tarefa simples, especialmente para quem observa pela ótica ocidental.

A complexidade vai além das diferenças entre os modelos Tukai e Tacqua. Além de uma segmentação de mercado específica, que oferece múltiplas opções de um mesmo modelo, a China impõe desafios e oportunidades para montadoras como a Volkswagen.

O mercado chinês, que antes era dominado por marcas estrangeiras, está agora se inclinando fortemente para suas próprias montadoras, especialmente com a ascensão de tecnologias inovadoras nos carros elétricos e híbridos plug-in.

Esse novo cenário obrigou a Volkswagen a se reinventar para não perder espaço em um mercado que já foi sinônimo de lucros garantidos.

Agora, mesmo com o histórico de sucesso na China, a empresa precisa repensar suas estratégias para acompanhar as mudanças e as preferências do consumidor chinês.

SAIC-Volkswagen Tukai 300 TSI utiliza o motor mais moderno, com 160 cv e 250 Nm. (Foto: SAIC-Volkswagen / Guia do Carro)

Por que a Volkswagen precisa se reinventar na China?

A China, com seu mercado automotivo único, impõe desafios complexos às montadoras estrangeiras. A Volkswagen, que sempre teve uma forte presença no país, agora enfrenta a realidade de que os consumidores estão cada vez mais atraídos pelas marcas locais.

O T-Cross, que em qualquer outro lugar do mundo seria apenas um carro, na China se divide em duas personalidades, o que reflete bem essa transformação no mercado.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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