Tesla em Crise: Analistas Alertam para Queda Acelerada em Meio a Perdas Financeiras e Rejeição Pública
A Tesla, outrora símbolo de inovação no setor automotivo, enfrenta uma tempestade perfeita: queda acentuada nos lucros, perda de participação de mercado e uma crescente rejeição pública ligada às controvérsias políticas de seu CEO, Elon Musk. Em um cenário de intensa competição e instabilidade geopolítica, a liderança da empresa no setor de veículos elétricos está seriamente ameaçada.
Resultados financeiros em declínio e concorrência agressiva
No primeiro trimestre de 2025, a Tesla reportou uma receita de US$ 19,34 bilhões, uma queda de 9% em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro líquido despencou 71%, totalizando US$ 409 milhões, abaixo das expectativas de Wall Street. As entregas globais de veículos caíram para 336.681 unidades, uma redução de 13% em comparação ao ano anterior, marcando o pior trimestre desde 2022.
Enquanto isso, concorrentes como a chinesa BYD e a americana General Motors avançam rapidamente. A BYD vendeu aproximadamente 540.000 veículos elétricos nos dois primeiros meses de 2025, um aumento de 80,3% em relação ao ano anterior. Nos Estados Unidos, a GM aumentou suas vendas de veículos elétricos em 94% no primeiro trimestre, alcançando uma participação de mercado de 11%, segundo Business Insider.
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Controvérsias políticas e danos à imagem da marca
A associação de Elon Musk com o governo de Donald Trump, especialmente sua liderança no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), tem gerado críticas e protestos. Pesquisas indicam que cerca de 60% dos consumidores americanos possuem uma visão negativa de Musk. Em estados tradicionalmente progressistas como Califórnia e Nova York, campanhas de boicote à Tesla têm ganhado força.
anifestantes protestam contra os cortes de Elon Musk e do DOGE em frente a uma concessionária da Tesla em Kansas City, Missouri, em 12 de abril. Fotografia: Charlie Riedel/AP.
Na Europa, o impacto é ainda mais visível. As vendas da Tesla despencaram: 81% na Suécia, 74% na Holanda e 67% na Dinamarca em abril de 2025. Um caso emblemático é o de Lars Johansen, consumidor dinamarquês de 42 anos, que cancelou a compra de um Model Y após as declarações políticas de Musk. “Eu admirava a Tesla, mas não posso apoiar uma empresa cujo líder promove ideias com as quais não concordo”, afirmou Johansen.
Sucessão de Musk e os caminhos possíveis para a Tesla
Em meio ao clima de instabilidade, rumores sobre uma possível substituição de Elon Musk como CEO começaram a circular após uma reportagem do Wall Street Journal. A presidente do conselho, Robyn Denholm, negou veementemente, classificando a informação como “absolutamente falsa”.
Analistas também demonstram preocupação. Dan Ives, da Wedbush Securities, comentou: “A liderança de Musk é central para a identidade da Tesla, mas suas distrações políticas estão prejudicando a empresa. É hora de ele se concentrar integralmente na Tesla”, disse à Reuters.
Em resposta, Musk anunciou que reduzirá seu envolvimento no DOGE a partir de maio, prometendo dedicar mais tempo à montadora, segundo The Guardian.
Como tentativa de recuperação, a Tesla anunciou para junho de 2025 o lançamento de seu aguardado serviço de Robotáxis em Austin, Texas. Também está em planejamento o lançamento de uma versão mais barata do Model Y, voltada a consumidores sensíveis ao preço — um mercado onde marcas como BYD, Hyundai e Volkswagen têm avançado rapidamente.
Apesar das apostas estratégicas, a recuperação da Tesla dependerá de mais do que lançamentos ou promessas de futuro. Será necessário reconstruir a confiança de consumidores, investidores e parceiros de negócios. E para isso, um redesenho na postura pública de Musk e uma nova abordagem de mercado podem ser indispensáveis.
Ele, pensava que ( como se diz aqui na BA ) beiço de jegue é arroz doce…