O Chevrolet Onix dominou o mercado brasileiro, mas recentes problemas mecânicos, como a controversa correia dentada banhada a óleo, abalaram sua reputação e vendas.
Em 2009, a General Motors enfrentava uma crise global, mas do Brasil surgiu uma esperança: o Chevrolet Onix. Lançado para reerguer a marca, o modelo se tornou um fenômeno de vendas. No entanto, em 2025, o mesmo carro é associado a uma nova crise, principalmente devido à polêmica correia dentada banhada a óleo.
Essa tecnologia tem gerado debates sobre seu custo de manutenção e fragilidade, impactando a imagem da Chevrolet. A GM estendeu a garantia da correia, mas a questão permanece: serão essas medidas suficientes para recuperar a confiança no Chevrolet Onix e prepará-lo para uma nova era de sucesso?
Chevrolet Onix: a GM reinventa sua estratégia no Brasil
No início da década de 2010, a Chevrolet enfrentava desafios no Brasil. Modelos populares como Celta e Corsa estavam defasados e incapazes de competir com veículos mais modernos como Hyundai HB20 e Ford Fiesta. O Chevrolet Agile, lançado em 2009 como aposta para substituir o Corsa, não atendeu às expectativas, criticado por design, acabamento e problemas mecânicos.
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Diante disso, a GM do Brasil abandonou a influência da Opel e focou no desenvolvimento de produtos alinhados ao consumidor local, com custos competitivos e tecnologia atualizada. Nesse contexto, surgiu a plataforma GSV (Global Small Vehicle), ou Gama 2, concebida pela GM Coreia e adaptada no Brasil, base para os futuros sucessos da marca.
O lançamento e a ascensão do primeiro Onix
Em outubro de 2012, no Salão do Automóvel em São Paulo, foi apresentado o primeiro Chevrolet Onix. Este projeto nacional visava modernizar o portfólio da marca e atender a um consumidor exigente e conectado. Desenvolvido no Brasil com apoio global da GM, destacou-se pela inovação, sendo o primeiro da categoria a oferecer a central multimídia MyLink de série.
O sistema MyLink permitia espelhar smartphones e acessar aplicativos, um avanço para carros populares em 2012. O Chevrolet Onix oferecia motores 1.0 e 1.4 Flex, câmbio manual e, posteriormente, automático, além de acabamento superior aos modelos anteriores da GM. Com marketing focado em economia, baixo custo de manutenção e conectividade, o carro, produzido em Gravataí, iniciou sua trajetória de sucesso.
A primeira geração
O Chevrolet Onix rapidamente conquistou o público, tornando-se líder de vendas no Brasil em 2015 e mantendo a hegemonia por seis anos consecutivos. Em 2019, atingiu um recorde de mais de 240.000 unidades vendidas. A primeira reestilização, em 2016 (modelo 2017), trouxe melhorias estéticas, de conforto e mecânica, como direção elétrica e câmbio manual de seis marchas.
Apesar do sucesso, o Onix enfrentou críticas: em 2017, zerou o teste de segurança do Latin NCAP. A GM alegou cumprimento das normas locais, mas o Latin NCAP criticou a disparidade de segurança com outros mercados. Houve recalls, mas não abalaram seu domínio. A Chevrolet lançou diversas versões, como LS, LT, LTZ, Joy, Advantage, Effect e Active, além do sedan Prisma em 2017, consolidando sua presença.
Salto tecnológico e a consolidação do sucesso
Em 2019, a Chevrolet lançou a nova geração do Chevrolet Onix, construída sobre a moderna plataforma GEM (Global Emerging Markets), desenvolvida com a chinesa SAIC-GM. O modelo elevou o padrão com seis airbags de série, controle de estabilidade e conectividade inédita, como internet 4G nativa e Wi-Fi. As opções de motor foram atualizadas para 1.0 aspirado e 1.0 turbo, este último com bom desempenho e economia.
O design moderno e o toque quase premium por preço competitivo conquistaram o público. Até 2023, mais de 2,2 milhões de unidades foram produzidas no Brasil, correspondendo a cerca de 80% do volume global do modelo. Mesmo com a pandemia em 2020, o Chevrolet Onix seguiu como líder de vendas, oferecendo um pacote completo e atraente.
Problemas crônicos e a crise da correia dentada banhada a óleo
A partir de 2021, o cenário mudou para o Chevrolet Onix. Além de concorrentes mais agressivos, relatos de problemas mecânicos se multiplicaram, afetando câmbio automático, sistema eletrônico, superaquecimento, ruídos na turbina e suspensão, e falhas no StabiliTrak. O Onix perdeu a liderança de vendas, caindo para a quinta posição em 2021. Dois casos de incêndio do Onix Plus levaram a um recall para correção no software do motor.
O problema mais grave, porém, foi a polêmica da correia dentada banhada a óleo. Casos de rompimento prematuro da correia geraram custos de reparo elevados (R$ 2.500 a R$ 5.000), rendendo ao carro apelidos como “carro bomba” e “novo Marea”. A GM estendeu a garantia da correia em novembro de 2024 para 240.000 km (com condições) e, em abril de 2025, ampliou essa garantia mesmo para quem não fez todas as revisões na concessionária, mediante inspeção.
A restilização do Chevrolet Onix e a batalha pela confiança
Apesar dos problemas, o Chevrolet Onix se prepara para uma reestilização no modelo 2026. A GM busca reposicionar o carro com design renovado, melhorias internas e mecânicas, e possível injeção direta no motor 1.0 turbo, visando atender às novas exigências ambientais, embora sem um sistema híbrido aparente. Um investimento de R$ 1,2 bilhão na fábrica de Gravataí sinaliza que a GM não desistiu do modelo.
A grande questão é se a reestilização e as medidas de garantia serão suficientes para reconquistar a confiança do público e enfrentar um mercado cada vez mais exigente, que já olha para modelos híbridos e elétricos. O legado do Chevrolet Onix é inegável, tendo mudado a percepção sobre carros compactos no Brasil, mas agora ele enfrenta seu maior desafio: provar que pode superar suas falhas e voltar a ser um campeão incontestável.
GENTE EU TENHO UM ONIX ANO 2020 JA SE FAS 05 ANOS, FIS TODAS AS REVISÕES RECOMENDADAS,E NUNCA TIVE NENHUM PROBLEMA COM O MEU CARRO,ANDO COM CONFIANÇA.
Eu iria comprar um Onix Premier, porém quando soube dessa tal correia banhada desisti, são muitos os relatos de problemas prematuros, com tudo isso acabei comprando um Honda city, sempre foi meu sonho ter um Onix Premier mas não quis arriscar.
Se a chefrolet não dá uma atenção e ressarcir aos clientes que tão tendo prejuízo com essa **** correria pode dar adeus ao mercado, com o avanço das redes sociais rapidinho se espalha