A trajetória do Chevrolet Agile, da sua concepção controversa e apelidos pejorativos como carro com farol de Corsa à sua segunda vida como uma opção pragmática e acessível no mercado de usados no Brasil
Entenda a saga do carro com farol de Corsa, desde sua concepção, as críticas que enfrentou, até sua posição atual como uma compra pragmática para muitos brasileiros.
O Chevrolet Agile é um paradoxo no mercado automotivo brasileiro. Lançado em 2009, dividiu opiniões pelo seu design controverso, mas hoje encontra um novo público como um carro usado espaçoso e acessível. Sua história ilustra como a percepção de um veículo pode se transformar drasticamente com o tempo.
O Projeto Viva e a plataforma antiga que gerou o carro com farol de Corsa
O Chevrolet Agile nasceu do “Projeto Viva”, uma iniciativa da General Motors para a América do Sul. Desenvolvido no Brasil e fabricado na Argentina, seu objetivo era competir com modelos como o Volkswagen Fox. O primeiro vislumbre do projeto foi o conceito Chevrolet GPiX, de 2008.
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No entanto, a escolha de sua plataforma foi um ponto crucial e problemático. O Agile foi construído sobre a arquitetura do Opel Corsa B, um projeto do início dos anos 1990. Embora essa decisão tenha reduzido custos, impôs limitações significativas ao design e à engenharia de segurança, o que gerou críticas de que o carro era uma “gambiarra”.
O design que dividiu opiniões, lançamento, críticas e o estigma de gambiarra
O lançamento do Agile em 2009 foi marcado por uma avalanche de críticas ao seu design. A dianteira foi o ponto mais controverso, com faróis grandes e posicionados em uma altura elevada, o que rapidamente lhe rendeu o apelido de carro com farol de Corsa. A grade proeminente e as proporções altas e estreitas foram consideradas desproporcionais por muitos.
O interior também não escapou, com uso extensivo de plásticos rígidos e um acabamento que, apesar de algumas tentativas de requinte, transmitia uma sensação de simplicidade. A imprensa especializada e o público em geral não pouparam críticas, consolidando a imagem negativa do modelo.
O que o Agile oferecia sob o capô e no interior?
O coração do Agile era o conhecido motor 1.4 8v Econo.Flex, que entregava 102 cv com etanol. O desempenho era adequado para o segmento, mas o motor também apresentou problemas crônicos, como falhas na bobina de ignição. A transmissão padrão era manual de cinco marchas, com a opção da transmissão automatizada Easytronic, que acumulou críticas por seu funcionamento hesitante e baixa confiabilidade.
Em 2013, como linha 2014, o Agile passou por uma reestilização. A dianteira recebeu faróis mais afilados e uma nova grade. O interior ganhou um novo volante multifuncional na versão LTZ. A mecânica também foi aprimorada com uma nova geração do câmbio manual e do Easytronic, este último com “paddle shifts”.
O fracasso do Agile nos testes de colisão do Latin NCAP
Um dos capítulos mais sombrios da história do Agile foi seu desempenho em testes de segurança. Em 2013, o Latin NCAP avaliou o modelo (em sua versão básica, sem airbags) e o resultado foi alarmante: zero estrela para a proteção de ocupantes adultos.
A estrutura da carroceria foi considerada instável e incapaz de suportar cargas adicionais após o impacto. A proteção para a cabeça e o peito do motorista foi classificada como pobre e fraca, respectivamente. Mesmo as versões posteriores, com airbags e ABS de série, mantiveram a mesma estrutura frágil.
A segunda vida do Agile como uma barganha espaçosa
O destino do Agile como carro novo foi selado com o lançamento do Chevrolet Onix em 2012, um projeto mais moderno e bem-sucedido que o substituiu em 2016. No entanto, o Agile encontrou uma sobrevida no mercado de usados.
Sua forte depreciação o tornou acessível. Hoje, modelos 2010 a 2014 podem ser encontrados a partir de R$ 26.000. Seus pontos fortes como usado são o preço baixo, o bom espaço interno e o porta-malas de 327 litros, um dos maiores da categoria na época. Para o comprador que prioriza espaço e um bom pacote de equipamentos (nas versões LTZ) por um custo contido, o Agile manual se tornou uma opção pragmática, apesar de seu design controverso e das limitações de segurança.
A matéria começou bem, mencionou o projeto Viva e mencionou a sua plataforma.
Os poréns começa exatamente na plataforma (GM4200)… O Corsa B, lançado em 1992 na Europa e 1994 no Brasil, aproveitava a plataforma do Corsa A, lançado em 1983 na Europa e nunca lançado no Brasil. Essa plataforma, era tão velha quanto o Gol BX, de 1981. Sendo que a Chevrolet tinha o Corsa C e sua plataforma Gamma (GM4300)!
Posteriormente, em 2011 a Chevrolet lançou a Montana. Os retrocessos do projetos ficaram mais evidentes em perceber que a picape havia adotado, a mesma plataforma da antiga picape Corsa, lançada em 1995 em nosso mercado.
Outro deslize, não exclusivo dessa matéria, é adotar o Onix como substituto para o Agile.
Na verdade, o Onix substituiu o Corsa, que saiu de linha em 2012 para o Onix entrar em 2013. O Agile, a própria matéria mencionou o correto… Veio para competir com o VW Fox. Agile e Fox eram de um segmento específico! O Agile começou em um segmento praticamente não explorado pelas montadoras (excessão ao Fox), em 2009 até 2016. Note que em 2016, por causa das novas leis de emissões de poluentes, além das questões políticas da época, saíram de linha vários projetos antigos… Na Chevrolet foram o Agile, Celta e Classic. Na Fiat foram o Siena EL e Palio Fire, fora outros…
Só para constar: Lembro do lançamento do Agile, a Quatro Rodas comparou o mesmo com a Meriva… Saiu vencedor!
A Quatro Rodas é a revista que comparou Civic vs Vectra vs Marea e deram a vitória para a bomba!
Cada coisa…