Com praias de areia branca e águas doces e cristalinas do Rio Tapajós, como o caribe da Amazônia se tornou em um dos destinos mais cobiçados do Brasil
Um paraíso de águas esverdeadas e areias brancas no coração da maior floresta tropical do mundo. Este é Alter do Chão, o distrito de Santarém, no Pará, que ganhou a fama mundial de caribe da Amazônia. Antes de tudo, é preciso esclarecer uma confusão comum: o destino nada tem a ver com a Ponta do Seixas, que fica na Paraíba. O paraíso de água doce é um tesouro exclusivamente paraense.
A fama não é por acaso. Sua paisagem é ditada pelo pulso do Rio Tapajós, que cria dois destinos em um: o paraíso das praias na seca e o labirinto mágico da floresta alagada na cheia. Mas, por trás do cartão-postal, pulsa uma realidade complexa de desafios ambientais e um futuro impulsionado pelo turismo de base comunitária.
A geografia que explica o paraíso do caribe da Amazônia, as águas cristalinas do Rio Tapajós
O apelido de caribe da Amazônia se justifica por uma característica única do Rio Tapajós. Diferente do famoso Rio Amazonas, que é barrento por carregar sedimentos da Cordilheira dos Andes, o Tapajós nasce no Planalto Central e corre sobre um leito de rochas cristalinas. Isso faz com que suas águas sejam notavelmente claras, com tons que variam do azul-esverdeado ao esmeralda.
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O contraste fica evidente no “Encontro das Águas”, perto de Santarém, onde as águas azuis do Tapajós e as barrentas do Amazonas correm lado a lado, sem se misturar, por quilômetros. É esse fenômeno que cria a paisagem paradisíaca de Alter do Chão.
Praias ou floresta? O pulso do rio dita a sua viagem
Planejar uma viagem para Alter do Chão é, na verdade, escolher qual versão do destino você quer ver. A paisagem se transforma completamente dependendo da estação.
O “verão amazônico”, de agosto a janeiro, é a época da seca. O nível do rio baixa drasticamente e revela centenas de quilômetros de praias de areia branca. Setembro e outubro são os melhores meses, quando as praias estão em sua máxima extensão. É em setembro que acontece a Festa do Sairé, a mais importante manifestação cultural da vila, que mistura rituais sagrados e a disputa folclórica dos botos Cor de Rosa e Tucuxi.
O reinado das praias, o que fazer no verão amazônico
Durante a estação seca, as praias são as estrelas. O principal cartão-postal é a Ilha do Amor, um imenso banco de areia bem em frente à vila, acessível por uma curta travessia de canoa. De lá, parte a trilha para o Morro da Piraoca, que oferece a vista mais famosa da região.
Para quem busca praias ainda mais espetaculares e desertas, o passeio de um dia inteiro pelo Rio Arapiuns é indispensável. Suas praias, como a Ponta Grande e a Ponta do Toronó, são famosas pelas vastas faixas de areia e pela água ainda mais cristalina, de tom dourado-escuro.
O que fazer no inverno amazônico?
Quando chega o “inverno amazônico”, de fevereiro a julho, a paisagem muda por completo. É a estação das chuvas, e o rio sobe até oito metros, submergindo totalmente as praias. A atração, então, passa a ser outra: a navegação pelos igapós, as florestas alagadas.
O passeio mais famoso é o da “Floresta Encantada”. Nele, é possível deslizar de canoa por entre as copas das árvrees submersas, uma experiência imersiva e única. Essa estação também é ideal para a observação de animais, que se concentram mais perto das margens dos rios.
A realidade por trás do paraíso, a seca de 2023 e o turismo de base comunitária
A beleza de Alter do Chão convive com desafios significativos. A severa seca de 2023, que atingiu níveis históricos, expôs a vulnerabilidade da região às mudanças climáticas, isolando mais de 9.000 famílias ribeirinhas. Além disso, a sombra do garimpo ilegal, centenas de quilômetros rio acima, ameaça a pureza das águas do Tapajós.
Em resposta a essas pressões, um forte movimento de turismo de base comunitária vem crescendo na região. Liderado pelo povo indígena Borari, habitante originário da vila, esse modelo oferece experiências mais autênticas e sustentáveis, como pernoites na floresta, rituais e almoços em comunidades ribeirinhas. Optar por esses passeios é a melhor forma de garantir que o verdadeiro caribe da Amazônia continue a ser um tesouro para o mundo e, principalmente, para seu povo.
E muito esgoto a céu aberto, além de fezes dos paraense sem tratamento correm direto para as águas do tapajos. Uma realidade triste que o MP Pará é os cidadãos de Santarém e alter do chão fecharam os olhos.